Alguns dias depois..
Agatha
Cada dia que passa meu pai está cada vez pior, e eu também, durante esses dias que estive aqui fiquei a maior parte do tempo no hospital, dormi apenas duas vezes na casa da Carol.
Sempre que venho pra cá conversamos, ele sempre lembra de alguma coisa que fiz na infância ou de algum momento em que ele passou com minha mãe, e sempre me elogia e fala o quanto se orgulha da mulher que me tornei, era como se ele estivesse se despedindo, isso me matava por dentro.
Paralisei alguns trabalhos que tinha para entregar, minha agência conversou com as marcas que entenderam a situação.
E pra completar tudo isso tem o Ret, no dia em que cheguei aqui e descobri tudo não consegui falar com ele, nem responder minhas mensagens ele respondeu. Mas no dia seguinte logo pela manhã ele me ligou, mas eu acabei não entendendo porque estava dando uma volta na praça do hospital com meu pai.
Ele me mandou algumas mensagens, conversamos mas ele está distante, e eu sinceramente não quero me preocupar com nada disso agora, o foco é meu pai.
Ontem a noite dormi na casa da Carol e ele me ligou de vídeo, conversamos um pouco ele me disse que estava ocupado com as coisas do Álbum, e que sentia muito por tudo que estava acontecendo comigo e no final desligou sem responder meu te amo, o que me deixou extremamente chateada.
Acordei hoje pela manhã, verifiquei o celular sem nenhuma mensagem, respirei fundo e tomei um longo banho, pela primeira vez desde que cheguei vesti uma roupa de academia e fui correr na esteira para tentar me distrair.
Fiz uma hora de esteira, olhei o relógio 07:30, fiz ovos mexidos e comi enquanto via as redes. Tomei outro banho, lavei meu cabelo e saí do Apê indo para o hospital.
Dr: Olá Agatha! Bom dia. - Me cumprimentou. O Dr se tornou um verdadeiro amigo durante esses dias, tem sido muito atencioso com o caso do meu pai e sempre responde todas as minhas dúvidas.
Agatha: Olá Dr!
Dr: Bom, precisamos conversar vamos na minha sala?
Eu assenti e o acompanhei.
Agatha: Aconteceu alguma coisa? - Perguntei assim que entramos na sala.
Dr: Sente-se..
Me sentei em sua frente.
Dr: Infelizmente houve piora muito significativa no caso do seu pai, o tumor alcançou outras partes do corpo dele, percebemos isso nos exames que fizemos ontem. Seu pai está fraco..
Agatha: Você disse que ele tinha melhorado.. - Limpei meu rosto.
Dr: Houve uma pequena melhora na semana passada, mas perto da queda..
Agatha: e o que você indica?
Dr: Indico que leve ele pra casa, e deixe ele curtir seus últimos dias.. - Ouvir aquilo acabou comigo de todas as formas possíveis.
Depois de chorar mais um pouco no banheiro, me arrumei e entrei no quarto do meu pai.
Claudio: Oi querida. - Sorriu - Bom dia.
Agatha: Bom dia pai! - Dei um beijo em seu rosto e ele me olhou.
Claudio: O Dr já te contou sobre o meu caso não é?
Agatha: Como?
Claudio: Filha - fez leve carinho em minha mão - Ele me explicou sobre tudo hoje mais cedo, eu já estou conformado, quero voltar pra casa e descansar lá, no lugar onde vivi os melhores anos da minha vida. - Respirei fundo tentando não chorar.
Agatha: Tudo já está sendo preparado, hoje depois do almoço vamos pra lá.. - Beijei sua mão.
Ret
Esse tempo sem Agatha aqui foram dias difíceis, Anna moveu um processo contra mim pedindo a guarda definitiva do meu filho e me impedindo de vê-lo.
No mesmo dia que Agatha foi pra Manaus recebi a intimação do juiz e isso tem mexido com a minha cabeça, tentei a todo custo ligar pra Anna e conversar com ela para resolvermos isso de forma amigável mas de nada adiantou.
Fora tudo isso, estou tendo alguns problemas em relação a logísticas da gravação do meu Dvd, e algumas questões jurídicas com alguns cantores da Nadamal.
Isso tudo tem me deixado de cabeça cheia, eu tenho fumado mais do que o normal e bebendo também, foi a única forma que encontrei de me aliviar em meio aos problemas.
Se ela estivesse aqui, tudo estaria melhor, teria seu colo e seu cuidado e talvez eu não tivesse tão transtornado, porra que saudade da minha mulher. E por falar nela, me dói ver ela chorar cada vez que eu ligo pra saber como estão as coisas.
Depois de muito insistir em conversar com a Anna ela aceitou, marcamos de conversar hoje à noite. Mandei mensagem pra Agatha e ela me contou que chegou em casa ontem com seu pai e que ele está com semblante melhor, ela parecia ter um pouco de esperança mesmo com o diagnóstico do médico.
Hoje era quinta-feira estava no meu 6 baseado do dia e a garrafa de whisky estava no meio, Tico entra na sala.
Tico: Caralho mano.. - Me olhou - Não são nem duas da tarde ainda. - Olhei o horário 13:15. - Porra já e bebeu tudo isso? - Pegou a garrafa.
Ret: Ah qual é? Não fode!
Tico: Não Fode o caralho, esqueceu que a Anna vai vir conversar com tu hoje?
Ret: Vai ser ás 19hrs ainda tá longe.. - Dei mais um gole na bebida.
Tico: Para com essa porra! Caralho, sei que tá foda, tá o mundo caindo na suas costas mas é assim que tu vai agir? Porra, se liga tua mulher tá sofrendo pra caralho, o pai dela tá na beira da morte, a única pessoa da família dela viva está morrendo, e ao invés de se movimentar pra ajudar tu tá se afundado! Se liga tu vai acabar perdendo!
Ret: Caralho! Tu è chato hein? Porra, eu sei que ela tá precisando de mim.. Eu tô tentando, falei com ela hoje. Mas eu também tenho uma pika de coisas pra resolver.
Tico: Quer saber, desisto que se destruir? Vá em frente.
Saiu batendo a porta, me levantei, aumentei um pouco o som e fiquei ali fumando e bebendo.
....
Ouvi baterem na porta e me levantei, a dor de cabeça tomou conta de mim olhei ao redor, havia secado duas garrafas de whisky e tinha um copo na metade, meu estojo de baseado bolado tava vazio, porra, fumei pra caralho.
Abri a porta.
Anna: Nossa! - Me olhou - o que houve tá dando uma festa? - Riu e entrou - caralho... tá sofrendo? A "sua mulher" te deixou - fez aspas com a mão.
Ret: Não é sobre isso que vamos falar, vamos falar sobre o Theo.
Anna: Com você desse jeito? - Deu risada e se sentou no sofá.
Dei um último gole no whisky e me sentei no outro.
Ret: O Theo é a coisa mais importante da minha vida, e eu não posso ficar sem ele Anna, eu preciso ver meu filho.. I-isso que você tá fazendo é baixo, eu sempre fui um bom - Não terminei de falar porque vomitei no chão inteiro da sala.
Anna: Merda, Filipe.. Vem vou te ajudar.
Ela me ajudou a ir até o banheiro lá eu vomitei mais e mais, minha cabeça parecia que ia estourar.
Anna: Toma. - Jogou minha toalha de banho.
Ret: Valeu Anna, a gente se fala depois pode ir embora, agora eu não .. - Vomitei mais.
Anna: Eu não vou embora e te deixar aqui..
Ret: Me deixa.. - Empurrei ela de leve e fechei a porta.
Vomitei mais um pouco, e depois entrei no banheiro e tomei um banho longo coloquei minha toalha, escovei os dentes e saí do banheiro.
Fui até a cozinha, tomei um remédio e bebi um copo de água, e fui para o quarto, deitei na cama e apaguei.
o que estão achando? Obrigada pelos 8k🫶🏼
voteeeem :)
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AMOR LIVRE
FanfictionQuem foi que te enganou com essas fanfic? Com você, eu tive meu valor Com você, senti o melhor sabor Meu amor livre -Filipe Ret