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Mamãe e papai estavam a duas horas no quarto, discutindo, eu podia ouvir vidro sendo quebrado, era Mamãe... não tenho dúvidas, minha irmã abriu a porta do meu quarto no chute.

— Viu o que você fez?! — Gritou S/I

— eu não tenho culpa de nada! — eu gritei

— Levem S/N daqui! — gritou Mamãe, acompanhando papai e dois soldados, papai estava de cabeça baixa, mas ele estava muito triste

— me levar...? — eu sussurrei, foi quando os soldados cada um me pegou por um braço e Mamãe empurrou um comprimido em minha boca

Acordei em uma casinha pequena, olhando em volta, minha cabeça estava doendo muito, levantei-me da cama, e fui até a porta. Uma mulher, cabelos pretos, cacheados, com um pano na cabeça, olhos castanhos claro, pele negra e roupas coloridas, ela falou comigo com um sorriso. Aquela mulher me explicou o que avia acontecido comigo.

— não... — eu estava chorando, em negação — e o meu papai...?? — a mulher se calou

Uma semana se passou, e eu estava olhando a janela, observando as crianças brincando, com sorrisos verdadeiros, sendo felizes.

— por que você não vai brincar, com os meninos da aldeia? — a moça que cuidava de mim, falou aquilo sorrindo

— "Brincar"? — eu falei olhando para minhas mãos

" Você está proibida de brincar com outras crianças! Você é um peso aqui dentro garota! Será que você não entende? Você nunca deveria ter nascido!"

A voz de minha mãe me subiu a cabeça, e eu comecei a tremer, Dona Helena me deu um abraço muito apertado.

— não sei o que sua mãe te fez, mas eu estou aqui, ela não pode mais te tocar — Helena me dizia, enquanto chorava baixinho

Eu passei a brincar com as crianças, todas as tardes, eles me chamavam de "amiga", essa é a primeira vez que eu tive amigos, fora os espelhos.
Teve uma vez, que os meus amigos chutaram a bola na porta de um homem mal-humorado, ele correu atrás da gente pela aldeia inteira, eu e meus amigos nos escondemos na casa da árvore, que eles construíram antes que eu chegasse na aldeia.

Mas... um dia, quando eu estava brincando na floresta, perto da aldeia, quando voltei para casa, por volta das 19:00, tinha sangue espalhada na casa inteira, nas paredes, no chão, em tudo... eu não pude segurar as lágrimas e gritei por Helena.
No quarto, ao lado corpo frio de Helena tinha uma carta, escrita a mão, com muito sangue.

" S/N, eu não fui o suficiente para cuidar de você. Continue com sua ingenuidade, seja gentil, você vai ser uma moça muito linda S/N, cuide-se bem, e faça de tudo para sobreviver, Eu te amo, minha menina."

Eu chorei muito, meus amigos passaram a me odiar, disseram que a culpa era minha, que eu avia matado minha mãe, e que eu não merecia viver, e várias outras coisas... eu perdi a sanidade, arrumei minha mochila, e fugi, para o outro lado da floresta. Lá tinham casinha bem pequenas, homens me receberam e me deram uma casa abandonada.
Quando cresci eu voltava para a aldeia e enganava homens, por dinheiro, comida e roupas limpas.

• de volta a realidade •

— eu não... imaginava que você passou por uma infância assim. — falou Sanji se aponhando no corre mão do barco

— como foi sua infância? — eu perguntei me aponhando no corre mão do barco, olhando para Sanji, enquanto seu cabelo loiro balançava no vento e olhos azuis acinzentados brilhavam a luz da lua

— perdão madimosele, mas isso é uma história... não muito boa de ser escutada — Sanji sussurrou

— não importa, eu quero ouvir — eu falei

— Eu sou de uma família nobre, podemos dizer que nasci no berço de ouro, a família Vinsmoke, ao contrário dos meus irmãos, eu não sofri modificações genéticas bem-sucedidas, e por isso fui tratado como um fracassado inútil. Fui maltratado pelos meus irmãos e desprezado pelo meu pai, ao passar do tempo... usei uma máscara de ferro, a única que me ajudou foi minha irmã...
Eu decidir fugir daquele lugar, eu tinha uma paixão por cozinhar então me juntei a um bando de cozinheiros, fiquei preso, com o velho lixo em uma ilha, fiquei vários meses sem comer, e assim aprendi o valor da comida, e estou aqui.. no bando com um sonho!  Ir atrás do All Blue. — Sanji falou, e eu o escutei, com cuidado e atenção, que passado triste... mas eu podia ver o brilho no olhar de Sanji.

Vamos brincar de ser pirata sem ser pirataOnde histórias criam vida. Descubra agora