Severus coloca a chaleira no fogo e vasculha o armário em busca da caixa de Earl Grey. Draco nunca entendeu sua preferência por saquinhos de chá, mas, novamente, o homem considera qualquer coisa menos que uma xícara de chá feita de folhas soltas positivamente rude. Enquanto crescia, a mãe de Severus sempre teve saquinhos de chá - em deferência a Tobias, sem dúvida - mas velhos hábitos são difíceis de quebrar e Earl Grey sempre lembrará Severus de sua mãe.
A chaleira apita e ele despeja a água na xícara de chá. É linda - porcelana delicada coberta com manchas rosa e douradas. Draco adquiriu o conjunto da Mansão. Pertenceu à falecida esposa de Abraxas, e Narcissa estava feliz em se separar de qualquer coisa ligada aos Malfoys. A prisão de Lucius a atingiu duramente, embora reconhecidamente não mais do que os meses em que ela foi forçada a bancar a anfitriã do Lorde das Trevas em sua própria casa.
Severus se senta com seu chá e torradas e pega o jornal, examinando as manchetes do dia. Ele sente uma mão em seu ombro e se vira enquanto Draco dá um beijo rápido em sua bochecha.
— Bom dia. — As vestes brancas de Medibruxo do homem estão abertas sobre uma camiseta desbotada das Weird Sisters, com as letras rachadas e descascadas.
— Você viu isso? — Severus pergunta, apontando para a história principal. Seis mortos no St. Mungos. Suspeita-se de crime.
Os olhos de Draco se estreitam.
— Sim, claro. Os Aurores estão por lá há dias.
— Por que você não mencionou isso?
— Não pensei nisso, eu acho. Não é meu andar, nem meus pupilos, felizmente. — Ele pega um pedaço de torrada do prato de Severus. — Mas é horrível. Seis pacientes com doenças não críticas, todos mortos com poucos minutos de diferença.
— Causa da morte? — Severus pergunta, examinando o artigo. Os relatos do Profeta sempre foram, na melhor das hipóteses, sombrios; não há menção de detalhes.
— Parada cardíaca — Draco diz com a boca cheia de torrada. — Embora a causa subjacente ainda não esteja clara.
— E você concorda com as alegações de crime?
— Absolutamente.
.
O Flu vibra meia hora depois. Severus ainda está à mesa do café da manhã, a xícara de chá agora vazia em seu cotovelo enquanto folheia a seção "Cartas ao Editor" do jornal. Ele se levanta e vai até a sala de estar enquanto o Flu soa mais uma vez.
Severus geme, ajoelhando-se no tapete Aubusson gasto que cobre o chão de madeira recuperada. A casa em Kensington é de Draco. Era de Draco e Astoria, comprada por Narcissa por ocasião do casamento deles. Após o divórcio, Astoria insistiu que Draco a mantivesse - 'para criar consistência para Scorpius quando ele o visitasse'. Além disso, Astoria estava voltando para a França para ficar perto de sua família. Draco não se opôs.
Ele tem Scorpius um fim de semana por mês e todos os outros feriados.
Severus agita sua varinha e Harry Potter, entre todas as pessoas, aparece nas chamas.
— Sr. Potter, que... surpresa agradável.
— Sim, sim — diz Potter, — que bom ver você também, professor. Agora, você pode me deixar passar?
Severus acena com a cabeça e murmura o encantamento. Potter praticamente cai da lareira.
Ele se levanta, tirando as cinzas do ombro. Deixando de lado a entrada desfavorável, ele está vestido imaculadamente. Suas vestes cinza de Auror estão abertas sobre uma camisa branca bem passada e uma gravata azul com nó Windsor.
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A dampening of heart | Snarry
FanfictionPessoas estão morrendo misteriosamente no St. Mungos. Quando Harry Potter solicita a ajuda de Snape para resolver o caso, os dois percebem que as coisas nem sempre são o que parecem. [Esta é uma tradução autorizada. "A dampening of heart" do autor(a...