A dampening of heart | Snarry

Capítulo 2

Severus passa a tarde seguinte em seu laboratório, um espaço improvisado de feiticeiro nos fundos da casa, com vista para o jardim.

Depois da guerra, ele voltou para Hogwarts porque Minerva lhe ofereceu seu antigo cargo em Poções e ele não tinha vontade de pisar na casa de seu pai em Spinners End novamente. Ele nunca gostou muito de lecionar, mas o castelo era seu lar e lhe dava algo para fazer para preencher o tempo e evitar que sua mente se lembrasse de coisas que preferiria esquecer.

Foi Minerva quem sugeriu que ele vendesse suas poções. "Você tem economias suficientes para a vida toda, Severus. Você poderia ficar aqui, é claro. Eu nunca pediria para você sair. Ou você pode encontrar um bom apartamento, abrir uma pequena loja e nunca mais ter que interagir com outro aluno".

Severus seguiu o conselho dela, sem a parte da frente da loja. Ele poderia fazer negócios perfeitamente bem com a Ordem da Coruja, muito obrigado, e nunca teve que lidar com um cliente cara a cara. Foi Draco quem lhe pediu para se mudar, e ele o fez com a condição de que poderia continuar a vender suas poções de casa.

Às vezes ele ainda sente falta das salas das masmorras. Ele sente falta das conversas noturnas com Minerva e Filius. E ele sente falta das detenções. Mas Minerva tinha razão: ele não sente falta dos alunos e está satisfeito com sua nova vida. Ele não podia pedir mais nada.

Ele está terminando a base para um pedido de Veritaserum quando o Flu vibra. Ele coloca a concha sobre o balcão e cobre o caldeirão com uma tampa, observando as gotas de vapor se formarem na parte inferior do copo. Ele lança um feitiço de estase antes de ir para a toca. Potter está esperando por ele, a cabeça saindo das chamas verdes.

Severus o deixa passar, e o homem cai para fora da lareira com um alto "Ouff". Ele se levanta.

— Um dia vou descobrir como fazer isso direito — diz ele, alisando a frente de seu suéter desgastado. Tem o nome dele bordado na frente em letras maiúsculas e o que parece ser um dragão em miniatura enrolado em um ovo de ouro.

—Talvez depois de mais uma década de prática — Severus diz e Potter abre um largo sorriso.

— Eu não uso Flu desde que nasci, você sabe.

— Claro que não. Desde a idade avançada de onze anos.

— Exatamente. Agora, só um minuto. — Potter se volta para a lareira, tirando a varinha do bolso. Ele murmura um encantamento rápido e as chamas ficam verdes novamente. Em seguida, uma pequena caixa se afasta e cai em suas mãos. Severus presume que sejam suas credenciais temporárias no Ministério, mas quando Potter abre a tampa, ele vê uma dúzia de frascos de vidro bem etiquetados. — São as amostras de sangue das vítimas — diz Potter como explicação. — Achei que você preferiria trabalhar aqui.

— Eu... sim. — Severus reconhecidamente não estava ansioso para passar um tempo nos laboratórios do Ministério com algum bruxo júnior de Poções à espreita, observando-o pelas costas, esperando que ele fizesse algo não regulamentado ou não autorizado. Certamente, porém, este não é um procedimento padrão. — Você tem permissão para remover evidências do Ministério?

Potter dá de ombros.

— É o meu caso. Desde que eu garanta que a cadeia de custódia não esteja quebrada, estamos prontos para prosseguir. Então, se você ficar bem aqui... — Potter coloca a mão no braço de Severus e o guia em sua direção. — Agora pegue isso. — Ele lhe entrega a caixa. Ela faz faíscas dolorosas contra sua palma.

Severus faz uma careta.

— Sim, desculpe por isso. Deixe-me apenas... — Ele agita a varinha em um loop intrincado. Severus sente a pulsação da magia de Potter contra a ponta de seus dedos. Ela pressiona a palma de sua mão e desliza ao longo de sua pele. A magia é tingida de escuridão, mas, em vez de perturbar, Severus a acha reconfortante.— Pronto — diz Potter depois de um momento, dando um passo para trás. — Os frascos estão ligados a você agora e a este lugar. Ninguém mais pode mexer neles ou, bem, nem mesmo tocá-los. E você não pode sair com eles, por isso aconselho fortemente que não tente.