Capítulo 22

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— Vocês estão de sacanagem?

Yasmin perguntou com uma falsa calmaria. Beatriz arqueou as sobrancelhas, olhando para ela indignada.

— A senhora está se referindo ao que exatamente?

Yasmin a encarou desgostosa, mas respirou fundo e se recostou na cadeira.

— Esse não é o comportamento do feitio de Fernanda.

— Como não se ela só falta latir quando a Alane passa? — Beatriz perguntou confusa.

— Bia! — Vanessa ralhou. — A senhora Brunet não se referia a isso, com certeza estava falando da frieza característica dela.

— Obrigada, senhorita Lopes. — Yasmin suspirou. — A senhorita Reis parece não compreender o básico.

— Que culpa eu tenho se a senhora quer tudo de mão beijada e faz análises comportamentais sem explicar sua amiga primeiro?

— Bia! — Alane foi quem falou dessa vez.

— Está bem! Não está mais aqui quem falou. — ela levantou as mãos em rendição.

— Queria que não estivesse mesmo. — Yasmin falou dura. Beatriz revirou os olhos e cruzou os braços. — Agora, Alane. Fernanda fez alguma outra coisa que desse indícios?

— Eu já falei tudo, senhora Brunet. Ela estava agindo da forma que agiu a semana inteira. — um olhar de preocupação surgiu no rosto de Alane. — Não conseguiu falar com ela?

Yasmin negou, suspirando. A menina murchou, um pouco cabisbaixa.

— Vamos dar um jeito, Lane. Fique calma, aquela megera não perde por- Quer dizer, a senhora Bande não perde por esperar. — Beatriz sorriu amarelo para Yasmin, que lhe fuzilava com os olhos.

— Escuta a Bia, amiga. Estamos com você nisso, mesmo eu odiando a idéia. — Vanessa suspirou, atraindo um olhar de Yasmin. Beatriz olhou para a diretora com as sobrancelhas arqueadas e a loira limpou a garganta, desviando o olhar.

— Muito obrigada, meninas. — falou agradecida. — Sei que nenhuma de vocês queria estar metida nisso, então agradeço imensamente. De coração.

As meninas se abraçaram, e por mais que Yasmin quisesse apreciar a cena, ela não conseguia. Sua mente começou a buscar na memória o primeiro dia de Beatriz na escola. Naquele dia, Fernanda fora até sua sala pedir informações sobre a menina nova que abraçava Alane no corredor. Se lembrou de como a amiga não gostara nada daquilo. Yasmin achou que fosse por elas serem amigas, mas surpreendentemente, o mesmo não havia acontecido com Vanessa. Aquilo fez Yasmin perceber que Fernanda se sentia ameaçada especialmente por Beatriz, mesmo sendo óbvio até mesmo para um cego que Beatriz e Alane eram nada mais, nada menos que boas amigas. Um sorriso malicioso surgiu em seus lábios e ela se inclinou na mesa.

— Senhorita Reis?

O tom que usou para chamar Beatriz causou estranhamente nas três amigas. A garota a encarou com desconfiança e medo, se escondendo atrás de Alane quando Yasmin se levantou ainda sorrindo e caminhou na direção dela.

— E-ela não está, saiu de viagem.

— Você quer ajudar sua amiga, não quer? — perguntou como quem não queria nada.

— Senhora Brunet? — Alane perguntou confusa, enquanto Vanessa apenas observava.

— Digamos que Fernanda se sinta mais ameaçada com você do que com Vanessa, já percebeu?

— Eu percebi que ela é maluca, mas se a senhora quer colocar dessa forma.

— Chame como quiser, mas podemos usar isso a nosso favor.

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