Traga me de volta para seus braços

CHAPTER III

Está um caos aqui em casa. Heizou decidiu chamar todo mundo pra irem uma tal boate que parece ser bem avaliada, e todo mundo está se produzindo e se arrumando. Por que eu não estou fazendo o mesmo? A resposta é simples, eu já estou pronto.

Uma das minhas vantagens: bom gosto e rapidez( duas, foi mal), calça jeans rasgada, bota preta, camisa colorida com o símbolo da paz, corrente presa no jeans, uma gargantilha e brincos. Na minha mais honesta opinião, está bom, agora é só passar pela avaliação do "modelo" da casa.

Enquanto espero o pessoal se arrumar, leio um dos livros que tem na estante da sala.

— Kazuha, já está pronto? — pergunta uma voz gentil e animada, tiro os olhos do livro e vejo que é Thoma, o garoto de cabelos loiros e olhos verdes segura uma mochila nas costas.

— Thoma! — respondo animado — A quanto tempo nós não conversamos? Onde você estava?

— Trabalhando, achei um emprego durante a semana e aos finais de semana eu fico numa banda. — diz ele sorridente.

— Banda? — exclamo surpreso, esse ser humano tem cara de tudo, menos músico — Que instrumento você toca? Qual o nome dela? Quantos membros tem? — pergunto entusiasmado. — Desde...

— Calma Kazuha... — ele solta um riso leve — Eu toco bateria, tem cinco membros, ela existe a uns... 5 anos. O nome dela é FACTS.

— Legal demais! A gora eu entendi por que você anda assim tão sumido, isso deve te consumir bastante.

— Não, magina. É bom ter algo para fazer, os chefes são super gente boa e eu aguento o tranco.— fala de maneira positiva.

— Aguenta, né? — diz uma voz brincalhona atrás da gente, é Kuki — esse assunto está ficando um pouco torto pra mim...

— Kuki... Poderia parar de enxergar malícia em coisas tão bobas? É apenas o meu trabalho, e por falar nisso, como vai o seu? — indaga o loiro.

— Mudando de assunto? — ele olhou para o loiro desconfiada. — Você está escondendo algo.

— Talvez? — diz Thoma dando de ombros e indo embora.

Ele está escondendo algo...

— Ele arranjou alguém, tenho certeza. — a esverdeada abre um sorriso cruel, essa mulher está tramando algo — Nossa... Lembrou de se arrumar, agora sim você não está parecendo um mendigo!

— Muito engraçado. — rio da situação — Mas parece que cê não perde a cara de delinquente. Não tem medo de ser presa? — provoco, mas sem nenhum sucesso.

— Quem? — pergunta ela. Colocando um pirulito na boca.

— Você... — respondo inocente.

— Te perguntou? — responde secamente, depois começa a rir. — O mesmo truque não funciona duas vezes, não é mesmo? Que piada...

Que humilhação… é tão ruim ser bonzinho, não sei que vez que é essa que eu caí nisso aí.

— Meu deus do céu… — diz Heizou assim que entra na sala — Meu migo se lembrou que ele é lindo! Que alegria! — ele pula no meu pescoço para me abraçar, que confesso que ele apertou demais, tanto que quase não consigo respirar…

SONHO ON

— Kaedehara… você é muito cego. — diz uma voz masculina friamente. — Você não consegue abrir os olhos para a realidade?

— Como… assim? — pergunto atordoado.

O lugar em que estamos, é mal iluminado, o chão é quase como se fosse água, a cada passo faz um som molhado.