Capítulo 8

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Ricardo

Minha vida deu uma estabilizada no sentido da rotina, pois estava tudo bem tranquilo. Eu ia trabalhar e via a beldade de Andrea.

Minha vida estava entrando nos trilhos, até receber a ligação daquele meu amigo, o Carlos, dizendo que chegou e que estava passando por um dilema.

*Ligação On*

"Eai, mano?"- respondi.

"Ei, está meio livre?"

"Mais ou menos, mas não poderia dizer por telefone?"

"Não, parece que sirvo para sofrer..."- disse dramático.

"Podemos almoçar segunda, este final de semana não vai dar."

"Tudo bem, irmão."

"Prometi para dona Marta que visitaria ela!"

"Tudo bem, até."

"Até."

*Ligação Off*

Estranhei muito por Carlos estar tão desolado, mas infelizmente hoje não poderia pois minha adorável mãe me convidou para passar o final de semana com ela, como um bom filho que sou, fui até sua casa.

Ela mora em uma das mansões mais afastadas da cidade, onde para chegar tem que passar por uma  pequena estrada cercada por árvores das mais diversas: grandes, pequenas, robustas, franzidas, entre outros tipos. Sem contar na segurança do local que consiste em câmeras e seguranças em cada esquina ou pontos cegos da propriedade.

Ao chegar perto da mansão há um jardim central que faz uma curva oval que dá para a entrada principal. Essa é uma das poucas coisas que observo ao visitar a casa da mamãe pois o resto não sou um bom observador. A natureza e a beleza externa da casa são as coisas que me chamam a atenção. Estou estacionando o carro quando a vejo abrir a porta principal da casa.

"Meu filho que saudade!"

"Mãe, não é para tanto..."

"Não é para tanto nada!"- disse me dando um leve tapa no meu ombro- "Meu único filho mal vem ver sua pobre mãe..."

"Chega de drama..."- dei uma pausa- "Esse final de semana sou todo seu dona Marta!"

"É mesmo?! Sem trabalhos e saídas a noite?"

"Prometo, sem saídas desnecessárias..."- digo levantando minha minha mão.

"Se bem que... se fosse para encontrar a senhorita Andrea, eu não me oporia."- disse sonhadora.

"Não sonhe demais mãe..."

"Vem, tenho um dia bem cheio com você aqui!"- disse empolgada.

Ela me levou para dentro da casa, onde nos encaminhamos para a cozinha onde começou a preparar o nosso café da manhã. Minha mãe não gosta de cozinheiras, desde que meu pai morreu a alguns anos em um acidente de carro. Pelo que soube, um motorista tentou ultrapassar o caminhão e não deu certo e meu pai que estava na outra via não conseguiu desviar, causando a morte dos motoristas dos veículos. Mamãe ficou arrasada. Com o passar dos anos ela vem se reinventado, e cozinhar é uma das formas. Devo admitir que senti falta dela.

Como combinamos, passamos o dia nos divertindo: jogando cartas, conversando, jogando jogos de tabuleiro entre outras coisas. Na hora do almoço fomos em um restaurante, fomos quase o centro das atenções por apesar de já ter seu quase 60 anos, minha mãe ainda está bem conservada.  Seus cabelos ainda em seu tom natural com alguns fios grisalhos, dando um charme maior, seu rosto apesar da idade com poucas rugas nos olhos, ainda tem um ar meio delicado e charmoso ao mesmo tempo. Se bem que também não sou de se jogar fora. Confesso que fico preocupado de ela não querer mais se relacionar qual alguém, pois sei que meu pai não iria querer que ela ficasse sozinha. Deixo de pensar nisso e volto para meu atual presente, que depois de um almoço leve e cheio de conversas e risadas fomos dar uma volta no shopping. 

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