Capitulo 2

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Ricardo

Estou realmente enlouquecendo com minha mãe. Se já não me bastasse ter que ser diretor da Academia e ter que aturar aqueles pirralhos, ela fica me enchendo pra encontrar uma mulher decente. Sabe quando vou encontrar uma esposa, isso mesmo Nunca.

Minha mãe acha que depois do que aconteceu eu vou me relacionar com alguém. Ela está muito enganada porque não sou homem de uma mulher só. Eu gosto de mulheres, mas uma a cada noite. O que aconteceu comigo há um tempo atrás me fez perder todo o conceito de 'mulher perfeita' que havia feito. O que não vem ao caso agora.

Como estava falando às vezes, quase sempre minha mãe me enlouquece. E se já não me bastasse dar aula ela sugeriu um evento, uma palestra que falava sobre criança e tecnologia ou algo parecido. Acontece que ela conseguiu, e este evento vai estragar mais a ordem da Academia.

Este evento é realmente chato. Fiz um pequeno discurso e vim pra minha sala, para resolver os mais importantes assuntos burocráticos da Academia. Quando ouço alguém bater na porta. Fui até lá e a abri. Ao abrir a porta me deparei com uma aluna, e nossa que aluna. Ricardo toma jeito.

"O que deseja senhorita? Não sabe que todos nós temos direitos de descansar?!"- falei para mostrar quem manda. Ouvi uns alunos rirem e ela disse.

"Está confundido as coisas! Não sou aluna!"

Acho que a olhei como se me denunciasse pois podia ver sua irritação. Então um dos rapazes perguntou.

"Como assim não é aluna!? Quantos anos tem?"

"Isso não é da sua conta, mas pra sua informação já me formei. E pra você- ela se virou pra mim e a olhei surpreso-" vim lhe entregar isso."- entregou o envelope.

"O que é isso?"- perguntei impaciente.

"Eu não sei, mas uma senhora me pediu pra lhe entregar isso que era importante porque ela tinha um compromisso."- disse de uma vez só.

Eu estava abrindo o envelope e ela me disse.

"Eu estou atrasada se me derem licença eu agradeceria."

Fiquei vendo ela sair da Academia e acabei indo falar com ela.

"Ei, espere!"- gritei fazendo a virar pra mim.

"O que foi?"- perguntou irritada.

"Eu queria saber se você não estaria interessada em trabalhar na escola, como monitora?"

Antes que pudesse responder, seu celular toca muito, foi obrigada a atender porque parecia importante. Atendeu.

*Ligação On*

"Alô?"

(...)

"Já estou indo."

(...)

"Não ouse fazer isso! E pra sua informação já estou chegando."

*Ligação Off*

Ela desliga com raiva. A única coisa que ouvi foi alguém gritando do outro lado da linha.

"Você está bem?"-pergunto preocupado.

"Estou. Realmente preciso ir."

Eu a olho e pego algo no meu paletó. Ela me olha e entrego um cartão.

"Quando tiver uma resposta me ligue."

Pegou o cartão e saiu apressadamente. Enquanto eu, a vi sumir pela rua. Voltei pra minha sala e li a carta.

Meu filho,

Acho que deve estar se perguntando o porquê disso tudo, não é? Bom, eu fui ver a palestra e o que encontrei foi uma moça muito educada que prestava atenção em tudo, mas que na verdade não parava de ver seu telefone.

Agora lá vai a pergunta: O que achou dela? Pelo que vi, é muito bonita, e deve ser nova. Mas está sempre disposta a ajudar.

Você sabe mais do que ninguém que procuro uma mulher pra você, por isso, decidi que ela é perfeita para o cargo. Sei que depois do ocorrido você não quer nada com ninguém, mas pense bem. Para um dia quando acordar não se arrepender do que não fez.

Atenciosamente
Sua Mãe

P.S: Queria poder ver ela trabalhando na Academia.


Eu queria matar minha mãe, porque poxa ela não tinha esse direito. Principalmente de querer empurrar alguém que nem sei se quero. Mas confesso ela é muito bonita. Depois de ler a carta, voltei a me concentrar nos assuntos burocráticos. Pelo menos tentei porque uma certa morena de olhos verdes não saia da minha mente.

Depois de tanto tentar me concentrar desisto, pego minha pasta e chaves e saio. Aviso para alguém da supervisão que não poderei continuar e vou até meu lindo BMW preto novo. Vou ao meu apartamento.

Meu celular toca, acho que é a morena que não sai da minha cabeça.

*Ligação On*

"Alô?"

"Oi, querido!"

"Fala o que você quer, Raquel!"- disse irritado.

"Ah, bebê! Sabe o que eu quero."- fala tentando ser sensual.

"Já te disse que não. Me erra!"-falei grosso.

"Não precisa ser grosso, e quando você quiser alguém pra te satisfazer pode me esquecer!"- diz fingindo chorar.

"Com muito gosto, e saiba que já não faz parte da minha agenda, Raquel!".

"Mas..."- a interrompo.

"Até nunca mais!"

*Ligação Off*

Era só o que me faltava, ter que aturar a puta da Raquel. Ela acha que eu me preocupo com ela me satisfazendo, claro que não. Posso ter qualquer uma em qualquer lugar, mas aqueles olhos verdes não saiam da minha mente.

Depois de tomar um banho para relaxar, como qualquer coisa e vou dormir. E sem perceber sonho com aquela garota me satisfazendo, e nossa como é bom. Acordo todo cheio da minha própria ereção. Só de lembrar dela, meu querido amigo cria vida. O que está acontecendo comigo. Isso era 05:00am, tomei um banho e tentei voltar a dormir. Pois o dia seria longo.

Horas depois...

Vou tomar outro banho. Visto minhas roupas que atualmente são mais do que normais pra mim, meu terno, uma camisa branca e uma gravata preta. Pego minha maleta e chaves, e vou para a escola.

Entro em minha sala e tento trabalhar, mas não consigo por conta de uma gritaria no corredor. Vou ver o que é e vejo duas alunas se tapeando. Grito.

"O que está acontecendo aqui?"

"Foi ela que começou!"- as duas falam juntas e apontam uma para outra.

"Pra minha sala as duas! E os demais se não quiserem seguir elas sugiro que voltem pras suas salas!"

Entro e as duas estão discutindo. Como isso é chato.

"Não quero nem saber o motivo de estarem se tapeando.."

"Mas.."

"Não me interrompa, já que são boas em se tapear no corredor. Vão amar o castigo."

"E qual será?"- a outra perguntou.

"Três dias organizando a biblioteca, lembrem que irei ver se estão ao menos se respeitando."

"Eu não vou."- diz a que considero filha de gente esnobe.

"Se não for, vou fazer questão de ligar para seus pais e informa-los sobre sua suspensão e pra assinarem aqui na escola sua advertência que pelo que vejo não são poucas. Agora voltem para suas aulas. O castigo começa hoje e termina na quinta."

As duas saem da minha sala com tristeza, mas isso é realmente cansativo. Fico pensando se verei aquela mulher novamente.

O restante do dia passou tranquilamente. Fiz tudo que tinha que ser feito e voltei pra minha casa. Ela não me ligou. Essa frase ecoa na minha cabeça o tempo todo e tenho a sensação de que ela vai me procurar, mas ao mesmo tempo tenho medo que ela não o faça. Mas não posso ficar preso a isso, pois a vida continua..

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