Quando O Sol Encontrou A Lua

Coven

“Deve haver algum tipo de explicação para o porquê de eu me sentir tão deprimida por causa do meu próprio aniversário.” Fernanda deu uma tragada em seu cigarro, batendo cuidadosamente os restos de cinzas em seu grande cinzeiro, reconhecidamente hilário.

Elas estavam deitadas em uma grande toalha de piquenique xadrez no quintal de Fernanda, fumando a noite toda, Fernanda inicialmente não ofereceu maconha a Pitel, mas a menina mais nova insistiu em experimentá-la. Para a diversão de Fernanda, Pitel ficou alta embaraçosamente rápido no começo, fazendo Fernanda rir de seu comportamento incomum e vertiginoso. Pitel rapidamente se acostumou com a leve névoa em seu cérebro, sendo capaz de se ajustar ao efeito e agir normalmente.

Pitel, acostumada a brincar de psicóloga, simplesmente respondeu:

“É porque você se odeia discretamente, odiando assim a atenção que recebe”.

Fernanda apontou o cigarro para ela, como se fosse um dedo intencional,

“Touché”.

“Você também é nervosa e chata sobre quase tudo. Mas muitas outras pessoas odeiam seus próprios aniversários. É meio habitual neste momento."

Fernanda realmente estava reclamando sobre seu aniversário que aconteceria amanhã, Pitel passou o dia inteiro ouvindo Fernanda pirando sobre como os seus aniversários anteriores tinham sido horríveis e como ela desejava que ninguém quebrasse nada durante a festa de amanhã, parecia que a presença dos pais de Fernanda realmente havia afetado a garota. Ela estava mais paranóica do que Pitel jamais a vira antes.
A velha Fernanda não daria a mínima para a bagunça de uma festa selvagem.

“Pelo menos eu tenho você aqui comigo, isso já compensa tudo"

Fernanda sussurrou, dando um beijo na bochecha vermelha de Pitel enquanto ela apagava seu baseado mais uma vez.

Pitel estava nas nuvens, todo o cenário do céu noturno acima delas, enquanto estavam aconchegadas na grama, parecia extremamente íntimo e romântico para a garotinha. Sem mencionar a forma como Fernanda vinha agindo com ela.

A garota mais alta era extremamente afetuosa; fisicamente e em suas palavras. A ideia de observar as estrelas no quintal foi ideia dela e ela preparou tudo para Pitel, enquanto a jovem Giovanna Letícia  estava descansando no sofá depois do jantar juntas. Pitel não sabia qual droga tinha maior impacto sobre ela, a erva ou a Fernanda.

“Quem diria que Fernanda Bande poderia ser tão romântica." Pitel deu uma risadinha.

"Nunca", Fernanda fez uma careta, "Isso tudo é um assunto muito sério."

"Oh? A menina bande é incapaz de admitir seus verdadeiros sentimentos? Ou ela está com muito medo do amor?"

Fernanda zombou. “Não tenho medo de nada, especialmente de uma virtude estúpida como o amor.”

Pitel tinha um brilho travesso nos olhos. “Prove.”

Fernanda olhou com curiosidade ao comando de Pitel, ela examinou os suaves olhos castanhos da menina menor, dando-lhe um momento para perceber o que dizer.

Então,

"Eu te amo."

Na verdade, Pitel não conseguiu acreditar no início, certamente ela imaginou isso, no entanto, quando Fernanda a puxou para seu colo e repetiu a confissão em um sussurro suave, Pitel sorriu abertamente.

"Eu também te amo."

"Viu? Essa foi fácil. Eu não precisei fazer nenhum gesto grandioso ou piegas.”

Pitel soltou uma risada e passou os braços em volta do pescoço de Fernanda.

"Você é tão boba. Você ainda nem me pediu em namoro e agora estamos confessando nossa eterna lealdade uma a outra."