capítulo 2

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YOUR LIPS MY
APOCALYPSE
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Como sempre acordei mais cedo que meu irmão, que dorme na cama de cima da beliche, estou seriamente pensando em desmontala para fazer as duas no chão, acho que seria mais confortável, e também essa cama é velha, pode ate ser resistente mas não quero arriscar.

Peguei a escova de dentes que fica no banheiro e escovei os dentes, afinal a saúde bucal e essencial, e como na história que desenhei para meu irmão na época em que ele não gostava de escovar os dentes. "Se não escovar, eles irão cair e não terá mais como comer sopa de macarrão" Foi um argumento muito convincente pra ele.

Peguei um casaco de couro marrom dentro da cômoda do quarto em que meu irmão dormia silenciosamente, preparei um café da manhã com um suco natural de um pé de laranja que tinha no quintal do vizinho que por sorte crescia longos galhos para o nosso quintal também, mas as folhas tem caído muito, isso é mais um sinal que o inverno está chegando, estamos em vinte de dezembro, cinco dias para o Natal.

Datas comemorativas não são mais lembradas o comemoradas no apocalipse, ao menos pelos outro, talvez alguns comemorem, eu e Troy comemoramos, os dias são comuns, por que não ter ao menos alguns dias no ano em que podem relaxar e não pensar se vão ter comida suficiente ou se vão sobreviver até verem os primeiros cabelos brancos? Não custava muito, apenas um dia sem trabalho em que podem só aproveitar a presença um do outro lendo, rindo e assistindo a DVD's de filmes antigos.

– O inverno está mesmo chegando, olha só a quantidade de folhas na rua. – Temos sorte de Georgia não cair uma nevasca pesada como os outros estados, uma pena que irá demorar para nascer mais laranjas do vizinho por um bom tempo, a última colheita faz alguns dias.

Estou olhando da escada que fica encostada no muro, ele continua sendo muito alto para mim olhar, mesmo tendo quinze anos, eu creio que não cresci muito no quesito altura, deve ser a genética, nem o pai muito menos a nossa mãe eram mais altos que um metro e setenta e cinco.

Algo está diferente, a orda se foi, o que é ótimo, mas tem alguns caídos na estrada que não estavam lá antes, eu sei, sempre observei, anotei e desenhei cada detalhe dessas ruas que passamos para abrir as opções de rotas para procurar suprimentos, e isso só confirmava a suspeita de Finn, eles foram atraídos por uma pessoa, ah... isso é ruim, muito ruim, não sei nada sobre essa pessoa, e se ela for perigosa, se tiver más intenções.

Ou pior se já souber da existência deles e querer a proteção da casa também, isso seria tenebroso de ruim.

– Se acalma Finn! Não fica criando hipóteses, nada aconteceu ainda, a pessoa pode só ter passado direto e nem ter notado a peculiaridade da nossa casa, tá tudo certo. – Eu continuava forçando os pensamentos positivos, apesar de só conseguir imaginar formas de fugir e botar fogo na casa se necessário.

Até que notei uma coisa, a casa da frente que desde sempre estava com as janelas e a porta de entrada aberta, agora estão fechadas.

– Ferrou, estamos muito ferrados. – A uma enorme chance da pessoa ter passado direto, é os outros cinquenta por cento, ela está dentro daquela casa só esperando a hora certa de nos atacar, aí não, isso é péssimo, terrível!

Não posso deixar uma coisa dessas atrapalhar todos os anos de segurança que meu irmão teve e continuará tendo, nunca iria arrisca-lo assim, então tive a lindamente perigosa ideia de ir investigar, deixei um bilhete na escada para o porão, avisando ao meu irmão que sai de casa para verificar uma coisa no quintal do vizinho e que era para ele ficar no porão até a minha volta.

Garoto sorriso - Carl GrimesOnde histórias criam vida. Descubra agora