Beijo com sabor de cereja

Capítulo único.

Espero que gostem ❤️

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— Ei, Kacchan, você não está se esquecendo de nada?

Izuku sorriu radiante para o seu namorado, suas bochechas gordinhas ficavam ainda mais rechonchudas quando ele sorria daquele jeito. Lábios gordos e brilhantes, dentes certinhos e brancos, como deveriam ser, e sardas espalhadas por toda a sua pele clara eram as características que mais se destacavam em sua aparência fofa e angelical — ao menos aos olhos de Katsuki.

— Eu deveria me lembrar de algo em específico?

O semblante animado e descontraído rapidamente se transformou em uma careta estranha e irritadiça, demonstrando que a paciência dele estava se esvaziando aos poucos.

— Vamos, Kacchan, faça um esforço para lembrar.

— Você sabe que não curto esses joguinhos.

Katsuki enlaçou a cintura do namorado, puxando o corpo levemente definido contra o seu. Amava estar próximo de Midoriya, a sensação era tão gostosa que ele suspeitava estar se tornando um viciado nela. No gosto que sempre estava presente em seus lábios levemente avermelhados, do cheiro doce que emanava da sua pele, do toque amável e dos olhos calorosos; Bakugou estava apaixonado em todas as pequenas coisas que definiam o homem da sua vida.

— Vamos lá, Zuku, diga-me o que eu esqueci. — Um beijo estalado foi deixado nas bochechas gordas de Izuku, sendo seguidos de uma mordida moderada em seus lábios. — O que é tão importante assim que eu deveria ter lembrado no instante em que acordei, meu bem?

— Sete meses, Katsuki Bakugou.

Midoriya cruzou os braços sobre o peito, talvez ele já estivesse irritado com seu namorado bobão desde o começo daquela conversa, ou quem sabe apenas estivesse se chateado com toda a falta de atenção que Katsuki estava demonstrando naquele momento.

— Sete meses?

— Nosso aniversário de namoro, Kacchan.

Izuku estava quase chorando. Olhos cheios d’água, lábios tremendo levemente, rosto vermelho e a voz embargada já evidenciava a crise de choro iminente.

— Ah, isso! Sabia que estava me esquecendo de alguma coisa. — Katsuki olhou pelo canto do olho a bela obra de arte que ele tinha em seus braços, seu coração já estava dilacerado só por vê-lo tão sensível assim. — Prometo que no próximo mês não esquecerei, docinho. Então, você poderia me perdoar?

Inacreditável, Katsuki era inacreditável.

Como poderia ter esquecido a data mais importante para eles? Midoriya esperava por um buquê de flores e quem sabe um jantar romântico à luz de velas, e não uma promessa de que ele lembraria no aniversário seguinte.

— Você é mesmo um idiota, não sei porque ainda me importo.

Enquanto ainda segurava as lágrimas teimosas que se acumulavam em seus olhos, Izuku saiu em direção ao quarto do casal. Ele estava magoado, provavelmente por um motivo bobo e sem noção que só tinha importância na sua cabeça, mas, poxa, ele detestava quando seus sentimentos eram deixados de lado dessa forma.

— Zuku? Vamos, não fique com raiva, bebê.

Pronto, agora Katsuki estava sendo prontamente ignorado pelo seu namorado, e tudo isso porque teve a brilhante ideia de lhe fazer uma surpresa. Afinal, por que ele ainda tentava fazer surpresas para o seu namorado quando sabia que seu lado palhaço sempre estragava tudo o que ele planejava?

— Tenho uma coisinha para você, tem certeza de que vai continuar zangado?

Ele deixou um beijo no pescoço claro do Midoriya, antes de andar em direção ao grande guarda-roupa que dividiam, tirando de lá uma caixa vermelha com um laço dourado em cima.

— Feliz aniversário de namoro, meu bem.

— Oh, Kacchan, você lembrou? Lembrou mesmo?!

Se antes Izuku não estava chorando, agora com toda certeza ele estava. O garoto fofo de olhos verdes não passava de um amontoado de lágrimas e soluços entrecortados.

— Jamais esqueceria, Zuku. — Katsuki deu um beijo apaixonado no homem que prometeu cuidar por toda a vida, garantindo que ele se sentisse o mais amado possível. — Chocolate de cereja, o seu favorito.

— Obrigado, Kacchan, você é o melhor! Eu te amo muito mesmo.

— Não mais do que eu.

Provavelmente Katsuki tinha magoado um pouco o seu lindo namorado, mas isso não era nada que um bom chocolate não pudesse resolver.