One Story

J. Kudiees

Julia Kudiees estava longe de sua melhor fase. A lesão no joelho tinha sido um golpe duro, tanto fisicamente quanto mentalmente. Era difícil ver o time continuar jogando enquanto ela estava presa à rotina de fisioterapia. No entanto, ela sabia que precisava voltar ainda mais forte, e isso significava se dedicar ao tratamento, por mais monótono que pudesse parecer. 

Foi em uma tarde comum, durante mais uma sessão na clínica, que tudo mudou. Julia estava terminando um exercício com pesos quando ouviu uma risada suave ao lado. Ela virou a cabeça e viu uma jovem tentando equilibrar-se em uma bola de estabilidade. 

— Não ria, ok? — disse a estranha, percebendo o olhar de Julia. — Eu juro que sou mais coordenada do que isso parece. 

Julia não conseguiu segurar um sorriso. 
— Eu diria que está indo bem... considerando. 

A jovem finalmente conseguiu se equilibrar e desceu da bola, alisando o short esportivo. 
— S/n. — Ela estendeu a mão para Julia. — Também me recuperando de uma batalha épica contra o destino, ou, no meu caso, uma calçada traiçoeira. 

Julia apertou a mão dela, surpresa com a energia contagiante de S/n. 
— Julia. Batalha épica contra o voleibol. 

— Ah, então é você! — S/n exclamou, os olhos brilhando de reconhecimento. — Kudiees, não é? Vi você jogando uma vez. Você é incrível. 

Julia sentiu um leve rubor subir ao rosto, algo raro para ela. 
— Obrigada. Mas, no momento, não me sinto muito incrível. 

S/n deu de ombros, um sorriso travesso nos lábios. 
— Então é bom que tenha me conhecido. Eu sou especialista em lembrar as pessoas de como elas são incríveis. 

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A partir daquele dia, Julia e S/n começaram a cruzar caminhos na clínica quase diariamente. S/n sempre tinha um comentário engraçado ou uma história absurda para contar, e Julia, para sua própria surpresa, começou a ansiar por aqueles momentos. 

Um dia, enquanto ambas estavam no intervalo entre os exercícios, S/n se aproximou, segurando duas garrafinhas de água. 
— Então, Kudiees, você é sempre tão séria ou isso é só a dor da lesão? 

Julia arqueou uma sobrancelha, aceitando a água. 
— Eu não sou séria. Só focada. 

— Certo, certo — disse S/n, fingindo acreditar. — E focada demais para sair comigo depois daqui? 

Julia quase engasgou com a água. 
— Isso foi direto. 

— Ué, eu gosto de jogar limpo. Mas, se preferir, posso transformar isso em um desafio. 

— Que tipo de desafio? — Julia perguntou, o tom divertido. 

S/n deu um sorriso provocador. 
— Quem completar primeiro a sequência de agachamentos hoje paga o café. 

Julia estreitou os olhos, sentindo a competitividade acender dentro dela. 
— Você vai se arrepender disso. 

E assim começou a dinâmica entre elas. Pequenos desafios, brincadeiras sutis e uma tensão crescente que ambas fingiam ignorar. 

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Depois de algumas semanas, Julia finalmente venceu um dos desafios. Com um sorriso triunfante, ela segurou a mão de S/n enquanto ambas caminhavam para fora da clínica. 
— Acho que você me deve um café agora. 

— Só porque eu deixei você ganhar — respondeu S/n, rindo. 

Enquanto tomavam o café, Julia começou a perceber algo diferente. S/n tinha uma habilidade única de fazer com que ela se sentisse leve, como se as preocupações com a recuperação, o time e a pressão desaparecessem por um tempo.