Capítulo Único.

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Lucerys tem um dedo podre para arranjar namorados.

Seu primeiro foi Aemond, seu tio. Eles estavam juntos desde os 16 anos de Lucerys e 18 anos de Aemond. Lucerys não pode dizer que Aemond era rude ou violento com ele, na verdade Aemond o tratava com amor e devoção. O único problema é que Aemond era extremamente ciumento, Lucerys perdeu a conta das vezes em que Aemond ameaçou de morte qualquer cara que apenas olhasse para Lucerys.

Isso durou por dois anos, mas com o tempo Lucerys foi se sentindo cada vez mais sufocado, então decidiu terminar com Aemond. Para sua surpresa, Aemond até aceitou bem, tudo o que ele fez foi dizer que Lucerys ainda voltaria para ele, já que eles pertenciam um ao outro.

Lucerys duvidou disso, principalmente quando três meses depois ele entrou em um relacionamento com um cara da faculdade. Ele era bonito, mas ao contrário de Aemond podia ser bastante rude. No dia em que tiveram uma briga boba que o cara gritou com Lucerys, Lucerys ficou tão chocado que nem conseguiu dizer que queria terminar com ele, apenas pegou suas coisas e saiu.

Lucerys cresceu em um ambiente amoroso, seu ex-namorado Aemond nunca ergueu a voz para ele nem para o chamar quando estavam em cômodos diferentes, Lucerys não podia aceitar alguém gritando com ele. E não precisou, já que na mesma noite em que saiu da casa dele, esse namorado foi atropelado.

Lucerys não sabia como aconteceu, se ele havia saído para comprar alguma coisa ou até atrás de Lucerys. E não sabia quem fez, já que não houve câmeras, testemunhas e nem denúncia de algum carro com qualquer arranhão ou batida suspeita.

Lucerys até tinha uma suspeita de quem poderia ser, mas a ignorou no mesmo momento que surgiu em sua mente.

O próximo namorado de Lucerys é um cara que ele conhece na academia. Ele é tão bonito quanto o anterior, e tão rude quanto. Ele não grita com Lucerys, mas Lucerys acredita que a forma como ele segura seu braço com força demais é pior. Em vários lugares que vão esse cara arrasta Lucerys pelo braço, várias vezes Lucerys teve de usar blusas de manga comprida para esconder os roxos que apareciam após a forma que seu namorado o tratava.

Lucerys também não precisa se preocupar em terminar com esse namorado, já que ele morre afogado. É uma surpresa já que ele sempre frequentava a piscina e era ótimo nadador, mas sem câmeras, testemunhas ou suspeitos, a polícia acredita que foi um acidente.

Lucerys dúvida que tenha sido, a pessoa que ele suspeitou após a morte do seu último namorado vem a sua mente novamente, Lucerys sabe que deveria dizer algo a polícia ou até sentir medo, mas ele não faz nenhum dos dois.

Seu próximo namorado é um cara que Lucerys acredita ser legal, e ele é, ao menos no começo. Com o tempo ele se revela uma junção dos dois anteriores, gritando com Lucerys e o tocando de forma violenta. Lucerys mais uma vez se vê fazendo planos de terminar com um namorado, e mais uma vez ele se vê não precisando.

Seu namorado é morto em um assalto que deu errado, errado demais já que o ladrão nem sequer levou nada. Novamente sem câmeras ou testemunhas, a polícia não tem ninguém para culpar.

Após terminar de dar seu depoimento e sair da delegacia, Lucerys dirige até a casa de quem sabe que é o culpado. As duas primeiras mortes podiam ser vistas como coincidência, mas a terceira formava um padrão. Lucerys não podia mais ficar calado.

Ele chega na casa de Aemond e toca a campainha, não demora muito e seu tio vem atender.

— Lucerys, a que devo o prazer de sua visita?

— Pare de fingimento, Aemond. — Lucerys passa por Aemond e entra em sua casa, Aemond fecha a porta e se vira para olhar Lucerys. — Eu vim aqui para que você confesse que matou meus namorados.

Se eu não posso ter você, querido... (Lucemond)Onde histórias criam vida. Descubra agora