[rocris] coisas tão mais lindas

universo de coisas que eu desconheço

oii.

algo muito similar a uma ressaca moral me atingiu depois de escrever esse capitulo. estou postando imediatamente após terminar de escrever para que não desistisse de publica-lo.

há grandes chances de eu apagar ele a qualquer momento entre a aula que tenho que dar agora e a aula que tenho que assistir mais tarde.

indico fortemente que menores de 16 anos pulem esse. contém cenas explicitas e apologia ao uso ocasional de ilícitos, ou seja, conteúdo maduro num geral.

a única pessoa que conhece minha identidade neste site: se você ler isso, não comenta comigo. por favor.

no mais, não usem drogas (sérinho). estudem (sério!!!). comentem (sérião!!!!!!).

E NÃO SE ACOSTUMEM COM TANTOS CAPÍTULOS EM TÃO CURTO ESPAÇO DE TEMPO (muito sério!!!!!!!!!!)

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Macris se sentia meio alta.

A cor escura e intensa do vinho argentino pareciam repetir a cor da decoração de Roberta, que estava sentada ao seu lado no sofá cinza, trocando de musicas no media player que ela controlava no celular estrupiado.

Macris se perguntou se Roberta tinha tanto desapego assim com as coisas num geral ou se só com tecnologia. Afinal, seu salário no maior campeão da Superliga deveria, sem duvidas, cobrir quaisquer caprichos que ela quisesse ter com aparelhos de última geração.

Ela levou a taça a boca mais uma vez, sem tirar os olhos da levantadora. O sabor doce e frutado do vinho refletiam seu humor. Macris, então, sorriu. Há algumas horas jamais pensara que estaria se sentindo tão leve quanto naquele momento.

Perder o voo para São Paulo após perder o jogo contra o Sesc minutos antes de sua folga parecia, sem duvidas, motivo o bastante para estragar o fim de semana de qualquer um.

Mas ligara para o primeiro nome que viera a sua cabeça ao receber a noticia de quê, pelo tempo tempestuoso que tomara a capital carioca, só conseguiria pegar o voo no outro dia, se o clima melhorasse.

Roberta, com quem compartilhara o manto da Seleção Brasileira pela primeira vez naquela temporada, dissera que ela poderia acolhê-la em sua casa por quanto tempo quisesse, apesar de Macris ter ligado apenas para perguntar se a outra levantadora poderia lhe indicar bons restaurantes vegetarianos na região do centro.

"Você gosta de MPB, não é?", perguntou Roberta. Macris reconheceu imediatamente os primeiros acordes de uma musica de Marisa Monte nos alto-falantes.

"Sim", Macris assegurou.

"Que bom", sorriu Roberta. "Eu gosto muito desse álbum. Acho que Marisa Monte é minha artista favorita daqui."

"A minha preferida é Rita Lee", disse Macris.

"Que ousada", brincou Roberta, jogando o celular no curto espaço entre elas e dobrando as pernas sob si no sofá.

"É 2015, Roberta", disse Macris. "Rita Lee era ousada há 30 anos, no mínimo."

Roberta sorriu, e Macris se perguntou se a forma como ela fechava os olhos e franzia o nariz sempre que sorria tão largo era realmente graciosa ou se era o vinho falando na sua cabeça.

"É um legado", comentou Roberta, bebendo o ultimo gole de sua taça.

O cabelo loiro dela, recém pintados, caíram sobre os olhos castanhos quando ela se abaixo para pegar a garrafa de vinho aos pés do sofá.