dois rios inteiros

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voltei! recebi comentários ótimos. obrigada!

não deixem de comentar!! adoro ver a reação de vcskkkkk por mim tinha um por paragrafo

desculpem quaisquer erros, escrevi meio dormindo

vou dar o meu melhor para voltar. bjs.

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Macris olhou incrédula para a tela de seu celular pela quarta vez naquela hora.

O nome de sua ex, agora sem o coração que tinha anteriormente, piscava na tela acompanhados de uma série de indagações. Indagações fúteis, que não tinham mais nada a ver com qualquer coisa que a vida da mulher que as enviará.

Perguntas como aquelas eram comuns durante seu relacionamento. Onde você está? O que está fazendo? Por que apareceu neste vídeo desta maneira?

Macris só esperava que estivessem ficado na passado.

Estava certa de que estavam.

Afinal, nos últimos quatro meses, só falara com a mulher com quem costumava dividir a vida por meio do advogado que, por comodidade, seguiam dividindo para tratar de todos os trâmites da separação.

A levantadora revirou os olhos, indignada.

Cobranças como aquelas foram parte do motivo para que o fim delas chegassem. Mas ali estava ela, novamente, sentada próxima à piscina do centro de treinamentos de Saquarema se questionando o que fizera de errado para não exalar nenhuma confiança.

Não que ela ainda devesse qualquer coisa para ela. Ou para qualquer pessoa que fosse.

Suspirou. Talvez devesse levar isso para a terapia.

Já havia decidido não responder às mensagens. Contudo, um sentimento de culpa se assolava dentro dela sempre que pensava que talvez devesse lhe dar alguma satisfação.

Foram anos juntas. Anos com períodos muito bons, com cumplicidades mil e todas as outras coisas que se pode tirar de um casamento.

Mas também foram anos sentindo aquela mesma culpa coçar na parte de trás de seu pescoço. Anos se questionando, anos se colocando em segundo lugar.

Estava cansada de fazer aquela ponderação. Estava cansada de ser uma balança de prós e contras.

"Ei", chamou uma voz ao seu lado. Roberta, que vinha de algum lugar dos dormitórios lá trás, passava uma perna sobre o banco quando cutucou seu braço.

Macris deu um pulo, apagando a tela do celular como uma criança tentando esconder algo da mãe.

Roberta riu, sentando-se ao seu lado. Ela vestia apenas parte do uniforme de treino: a legging e um top preto. Segurava a camisa na mão esquerda, junto com o celular e um par de tênis.

"Você tem que parar de chegar do nada", riu Macris, tentando melhorar sua cara que, provavelmente, demonstrava um descontentamento febril.

"Você tem que parar de voar por aí sem rumo", rebateu Roberta. "Eu estou indo para o pilates, vamos?"

Macris balançou a cabeça. Teria fisioterapia mais tarde e, apesar de saber que a atividade poderia até melhorar seu humor, preferia descansar antes. Até onde sabia, contudo, Roberta também teria fisio naquela noite. "Seu pé ainda está doendo?"

A mulher mais nova balançou a cabeça. Mais de uma vez, na última semana, Macris acompanhara Roberta em sessões de fisioterapia onde o pé dela era uma questão.

"Não. Rosa quem pediu a aula, vou para acompanhar. As crianças vão fazer hidroginástica."

Macris riu. Era uma piada entre elas, as mais velhas: chamavam todas as atletas com menos de 30 anos de crianças. Mesmo Gabi e, até pouco tempo, Rosamaria.

[rocris] coisas tão mais lindasOnde histórias criam vida. Descubra agora