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📍são paulo
gabriela martins

Tomo a consciência lentamente, sinto um formigamento estranho no rosto. Aos poucos, o zumbido nos meus ouvidos foi sessando.

Uma dor surda e latejante invadia minha cabeça e especialmente no meu nariz, onde estava uma sensação quente, o que indicava que talvez eu havia sangrado.

Tento me mexer, mas paro assim que sinto uma espetada no meu braço. Tinha uma agulha no meu braço. Tento manter a calma para não surtar. Morro de medo de agulhas.

Comecei a ouvir as vozes que ecoavam ao meu redor, tive que me esforçar para conseguir entender.

— Olha quem está acordando — era uma mulher, provavelmente bem mais velha do que eu.

— Vou comunicar o mocinho — outra voz se faz presente no local.

— Você consegue me ouvir? — a voz da primeira mulher se faz presente novamente. Ainda de olhos fechados, aceno com a cabeça — Maravilha! Como você levou uma bolada forte, acabou que algum vasinho do seu nariz estourou, dando início a um sangramento, mas pode ficar tranquila que o sangue já foi contido — explica a mulher — Você pode sentir algumas dores de cabeças por alguns dias e em caso mais extremos, tonturas também, mas se persistir, recomendo que vá ao médico.

Sinto ela segurar meu braço e remover a agulha de lá, meu corpo relaxa em resposta. Odiava aquela sensação.

— Consegue abrir os olhos? — pergunta mais uma vez.

— Acho que sim — tento falar, mas minha voz sai como um sussurro.

Abro os olhos lentamente, piscando várias vezes em seguida, tento me ajustar com a luz que para mim estava forte de mais. Ainda de olhos semiabertos, foco em uma plaquinha onde estava escrito "enfermaria". Tento mantê-los abertos, mas a luz me atrapalhava.

Com muito esforço, abro os olhos por completo e ainda deitada viro minha cabeça, observando a sala ao meu redor. Uma mulher que aparenta ter em torno de 35 anos está parada em minha frente segurando uma compressa de gelo. Ela se aproxima e coloca em meu nariz. Sinto o gelo entrar em contato com minha pele e um arrepio percorre pelo meu corpo.

— Isso vai ajudar a desinchar o seu nariz. Você pode fazer isso durante as próximas 24 horas que vai ajudar.

Ouço a porta da enfermaria ser aberta e tento espiar quem entra, mas a compressa tampa totalmente minha visão.

— Oi. Como ela está? — era uma voz masculina carregada por um sotaque portunhol adentra no ambiente.

— Acordou quase agora — a médica responde.

Tiro a compressa do meu rosto e encaro o dono da voz. Ele usava um roupa inteira verde com o símbolo do Palmeiras. Seu cabelo tinha algumas mechas loiras e tinha diversas tatuagens pelo braço e perna. Seu semblante era tímido e sintia seu olhar percorrer por todo meu corpo.

— Ta doendo muito? — Ele se aproxima de mim e encara meu rosto, provavelmente examinando o estrago. Nego com a cabeça — Desculpa pela bolada, não foi proposital — diz enquanto coça a nuca. Então tinha sido ele o ator desse desastre — Eu posso te dar uma camiseta assinada como pedido de desculpas.

— Não, não precisa — me encara sem entender — Não me entenda mal, mas não sou palmeirense. Eu... Eu só preciso ir para minha casa.

Tento me levantar da maca, mas sou atingida por uma tontura que me fez parar quando minha visão escurece por um instante. Por um momento achei que daria de cara com o chão, mas sinto braços fortes rodearem minha cintura, impedindo que eu caia.

— Acho melhor eu te levar para casa — o garoto moreno diz enquanto passa meu braço pelo seu pescoço, fazendo-o como apoio — Acredito que não é ideal você ir dirigindo ou pegar um uber.

Penso em negar, mas não vim de carro e não tava afim de esperar um uber por agora. Só queria dormir para que essa dor de cabeça passa-se logo.

— Tudo bem — digo me firmando no chão, ainda me segurando nele — Só tenho que ver onde a minha bolsa...

— Eu já peguei — ele me corta — Você consegue andar sozinha?

— Sim — falo um pouco tímida por conta da situação.

Vamos andando devagar em direção de seu carro e assim que chegamos, ele abre a porta para mim e me ajuda a se acomodar no banco de passageiro. Coloca minha bolsa no meu colo e em seguida fecha a porta.

Vejo ele caminhar até a porta do motorista e adentrar no carro.

— Qual seu endereço? — ele me entrega o seu celular e com um pouco de dificuldade por conta da luz eu adiciono meu endereço.

— Aqui está. Obrigada por isso... — Não fazia ideia nenhuma de como era seu nome e até então não me lembrava de perguntar — Qual o seu nome mesmo? — ele me encara e da risada da minha pergunta.

— Quem vem a um jogo de futebol e não sabe os nomes dos jogadores? — questiona e dou de ombros — Richard Rios.

— Para sua informação eu não acompanho jogos de futebol, vim só pela experiência, mas também nunca mais venho — vejo um sorriso escapar de seus lábios enquanto dava partida no carro.

— Pode ter certeza que isso é bem difícil de acontecer, você só teve o azar de estar no lugar errado — Richard argumenta.

— Ou você tem pé torto e mirou a bola errado, porque o gol nem tava na minha frente — ele me encara indignado pela minha fala e dou risada pela sua reação.

— Pode ter certeza que de torto eu não tenho nada, senhora... — jogou no ar para que eu completasse com meu nome.

— Gabriela Martins. Esse é meu nome, Rios.

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Até o próximo, beijos!

NO ALVO - RICHARD RIOSOnde histórias criam vida. Descubra agora