AGÁPI-F1

Sol

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-GRAY-

Enquanto Luke e o Chefe discutiam a última volta, onde Luke certamente saiu e quase chocou o carro contra o muro de contenção. Eu me levantei e fui para perto da janela principal quando vi a irmã do Luke.
Ela estava no meio da pista sorrindo de forma ampla para frente, ela tinha olhos castanhos claros que agora brilhavam com intensidade, me peguei sorrindo também. Ela era linda. Fiquei um tempo a admirando, ela parecia jovem dessa forma, até demais. Como se por algum milagre o mundo nunca tivesse tirado nada dela, como se ela pertencesse a felicidade, inalcançável. Eu senti algo vibrando no fundo do meu coração.

-Gray, por que está sorrindo para a janela– Perguntou já se aproximando, eu não tive tempo suficiente para tira-lo dali, para que ele não visse como ela parecia linda a distância.

Ele deu uma olhada, então um sorriso cruzou seu semblante, mas logo ele me encarou.
-Nem pense nisso, não pense em entrar na vida dela se for para tirar tudo isso que ela tem. – Eu sabia o que ele estava tentando dizer, ele não queria que eu tirasse sua felicidade.
Privei-me a não responder, por que eu não sabia mais se era capaz de me manter longe. Não sabia se era capaz o suficiente para apagar esse momento da minha memória.

Algo no meu coração parecia vibrar mais.
Eu fiquei nas arquibancadas, enquanto Luke e sua irmã apostavam uma pequena corrida em seus próprios carros. Eu não fazia ideia de como ele haviam conseguido autorização pra isso, tão perto de uma corrida. Mas eles haviam.
E tinha algo naquela mulher que me surpreendia, ela estava deixando Luke no chinelo e se eu pudesse dar um palpite de vantagem era de três segundos a quatro. No começo ela começou perdendo, parecia receosa nas curvas com medo, mas na decima volta ela já tinha entendido os pontos nos quais deviam manter e perder velocidade.
Ela tinha uma constância na pista, uma determinação e até mesmo coragem, era lindo de se ver.

Meu celular vibrou, tirei do bolso enquanto aguardava eles passarem novamente.
Alex
A gente devia conversar, eu sinto sua falta. Falta de tudo, eu ainda não entendo como chegamos a esse ponto.

Essa é a minha ex-namorada. Dividimos a vida durante dois anos e meio. Mas chegou um ponto em que eu não tinha mais certeza se era ela quem eu queria passar todos os dias da minha vida, eu a amei, mas algo em mim mudou conforme o tempo. Eu já tinha magoado muito outras pessoas que amei, já tinha feito muita coisa da qual me arrependia.

Alex era uma mulher incrível e excepcional, e por esse fato eu não aceitei que eu bagunçasse a vida dela, que tirasse dela tudo que ela tem de incrível. Então a exato três meses eu coloquei um ponto final, contei tudo que sentia, tinha decepcionado ela o suficiente vi isso em seu olhar quando sai de casa.
Mas eu acredito que a vida seja mais, que exista amores inconsequentes, que tem alguém que você vai amar tanto que vai desejar o para sempre.
Eu queria isso. Foram três meses de puro trabalho, tentei me conhecer mais nesse período, deixei as festas de lado e foquei na minha carreira.
Eu e Luke tínhamos trabalho como nunca nesse tempo. Tínhamos subido no pódio mais vezes do que no último ano. Estávamos felizes, até Luke me dizer que podia vir a ter que sair da equipe, pelo que eu sabia a família dele tinha uma influencia muito maior do que eu imaginava.
Ele era um cara que nunca se gabou do próprio dinheiro, ele é um dos caras mais simples do gride, determinado e focado. Todos os admiravam pela sua persistência em ser o melhor, é ele era.
Ouvi o barulho do motor de longe, eles estavam se aproximando. Guardei o celular e foquei mais uma vez, nessa volta eles estavam lado a lado os motores rangiam, na próxima eu queria estar com eles, parecia divertido o suficiente.
Voltei para a garagem, quando se fica sozinho depois de muito tempo com alguém voltar pra casa se torna um terror, ainda mais quando você tem determinação o suficiente para não querer sair de casa também.
Eu fechei meus olhos escorando a cabeça no sofá, precisava só de cinco minutos.
Não sabia exatamente quando tempo havia se passado quando senti um toque gentil em minha mão, então meu nome foi chamado logo em seguida.
Aquela voz era um pouco familiar, quando abri meus olhos ela estava a minha frente. Bochechas coradas, uma felicidade estampada e um sorriso escondido.