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Antonella -

Não pude deixar de me questionar sobre o tal conselho de Vincenzo, não havia parado para pensar nisso, meu filho também será mafioso, independentemente de quem seja o pai ela nascerá inocente. Preciso de um jeito rápido para fugir, ou pelo menos salvar a vida dele.

O local era sujo e fedia a sangue, parecia um cela de prisão, eu conseguia ouvir o barulho das lâminas funcionando, dos grunhidos de han-seok e do sangue escorrendo. Era cruel, o homem que eu amava a semanas atrás estava sendo torturado em minha frente. Bom, mas apenas eu amei nessa história, ele me bateu, me manipulou, me tratou como uma indigente qualquer.

– Antonella? – Han-seok me chama, já com dificuldade.

– Eu não disse que isso iria acontecer, assistir sua morte! – O respondo, mantando a postura. Sair por cima era tudo o que eu mais queria agora.

– Depois eu que sou o mostro psicopata! – Agindo como se eu fosse a errada da história.

– Isso será meu prazer, lembra daquela noite aonde você usou toda sua violência em mim? Lembra quando me fez sangrar até querer morrer? – Eu seguro choro, apesar de querer desabar ali mesmo.

– Você não estava apaixonada? Você não me amava? Por que agora quer me ver assim? Morrendo? – Ele tenta buscar outras alternativas para me culpar, seu jeito tóxico agora me dava enjoo.

– As vezes até me questiono se você sabe o que é uma paixão, se sabe o que é amor. Eu amei você, não vou mentir, mas para tudo na vida há um certo limite, você atingiu o meu! Em todos esses anos convivendo com mafiosos nunca fui agredida como fui com você. Na máfia há um lema, não machuque crianças, e nem mulheres! – Droga, eu não queria ter amado-o.

– Você não passou de um brinquedo pra mim, seu sexo era bom, eu gostei apenas disso em você. Se acha demais, não é o que diz por aí! Eu vou morrer agora, mas vou te assombrar pelo resto da sua vida! Isso ainda não acabou! – Eu não acredito nisso, aquelas palavras me matavam ainda mais.

– Ok, tudo bem! – Eu não queria falar, eu iria chorar, como eu fui tão burra a ponto de acreditar nas palavras dele.

– É isso que você tem pra dizer? Que porra há de errado com você Antonella? – Ele grita, como tem forças ainda com o corpo todo cortada internamente.

– Eu não sei Han-seok, meu único e verdadeiro problema foi esperar que você poderia mudar, que poderia ser um homem de verdade! Eu odeio você! Morra sozinho seu filho da puta! – Saio não queria ser a última pessoa que ele veria em vida.

– Antonella, espera! – Ouço uma voz feminina a me chamar.

– Cha-young?

– Sim, eu quero que você saiba uma coisa! – Diz ela já fora da cela.

– Hum?

– Eu acho você incrível, não escute o que aquele monstro disse de você! Você é linda e muito forte. Eu reconheço isso! – A coreana tenta me reconfortar, nada saia dos meus olhos, mas meu coração estava totalmente em pedaços.

– Eu... agradeço por tudo isso, por me aceitar depois de tudo que eu disse e tudo que eu fiz. Você é a pessoa mais pura que já conheci em toda minha vida. – Eu agradeço com palavras que nem sabia o total sentido, não consegui metia descrever o que estava sentindo, apenas estava.

– Me dá um abraço? – pede ela com lágrimas no rosto. E aperto-a com carinho, minha antiga inimiga havia me acolhido.

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Eu estava exausta, não conseguia sentir nada, estava morta.

Eu preciso fugir para um lugar longe da minha família, longe de tudo. Não vou voltar para o hotel, vou pegar um voo direto para Tailândia, provavelmente ninguém desconfiaria. Apenas sentiria minha falta.

Eu não quero que meu filho passe pelo mesmo que estou passando, eu preciso fugir de tudo isso, urgente.

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Narrador -

Antonella estava desamparada, não sabia o que fazer, se voltasse para o hotel seu pai ia fazer com que continuasse nessa vida mafiosa. Ela não pensa direito, apenas segue para o aeroporto, sem malas apenas com a roupa do corpo.

Seria louca ou esperta, não sei ao certo dizer. Agora ela era mãe solteira em um país estrangeiro, tinha tudo para dar errado. Mas ela queria ao menos tentar, ter esperanças em uma vida como a dela era difícil, mas não impossível. Ela queria tentar melhorar de vida, não queria morrer tão cedo.

Ela pega seu celular na intensão de ligar para seu pai, querendo ou não ela mandava eu sua própria vida.

– Pai? Eu vou tirar férias temporárias, pode voltar à Itália! Consegui o que queria! – Fala rapidamente e com medo da reação do pai.

– Como assim? Você não pode, Antonella! – A reação de Dom não foi nenhum pouco boa, pelo seu tom de voz bem alterado, estava furioso.

– Não preciso dar explicações, eu consegui esse ouro justamente pra você me deixar em paz. Eu preciso de um tempo fora! Logo eu volto! – Fala e ligo em seguida desliga a chamada. Deixando seu pai sem explicações.

Pagaria o preço que for para sair dali, o preço da passagem tão pouco importava, queria a liberdade. Sem contatos em outro país, sem saber o idioma local, apenas inglês, o simples coreano e seu italiano nativo. Era loucura demais.

Já no aeroporto ela esperava ansiosamente pela chegada do voo, comprará uma passagem de última hora, pagou o dobro do preço.

– Antonella, você não ir a lugar nenhum. – A voz autoritária de Aurélio a arrepia por inteira. Seria seu plano saindo pelo ralo.

– Pai?

– O que você está escondendo de mim? Vai voltar para casa comigo agora! Não esqueça que eu sou seu pai. – Fala alto, todas as pessoas presente no aeroporto olhavam, Dom falava alto.

– Eu não vou a lugar nenhum com você, eu já comprei as passagens! – Fala com um tom de voz mais alto que seu pai.

– Para a Tailândia? Antonella não seja tola, eu sei o que eu tô fazendo! Se não vai por bem, vai por mal. – Ele puxa Antonella pelo braço, estava irritado, ela por sua vez tentava a todo custo se soltar de seu pai, mas ele era um homem forte, musculoso. Não tinha como escapar.

Os cidadãos coreanos olhavam assustados, mas ninguém interviu, ainda mais quando se trata de dois estrangeiros brigando, isso não era problema deles.

– ME SOLTA! – Antonella grita, já perto do carro que o motorista de Dom dirigia. Nada adianta ela é jogada para o parte de trás do carro.

- Quando chegamos em Itália teremos certas conversas, não esconda nada de mim! – Dom exclama autoritário também há dentro do carro no banco carona. – Dirija até o local de partida o mais rápido possível! – Ordenai motorista que apenas segue seu comando, dirigindo fora da velocidade permitida.

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two sides of love - jung han-seok × Antonella Ferrari Onde histórias criam vida. Descubra agora