Badboy

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– Eu odeio essas roupas! – Gritei me jogando no colchão.

Chorei encolhido na cama enquanto olhava o figurino entregue por algum starff, a empresa insistia em me vestir de bad boy, mas eu não sou assim. Debutamos recentemente, eu sei que sou jovem e ainda estou formando a minha personalidade, mas eu sei exatamente meus gostos e preferências. E, definitivamente, eu não sou o que eles querem que eu seja.

Ouvi batidas na porta e logo o rosto de pãozinho do Yoongi aparece me observando.

– Posso entrar?

– Sim, hyung. – Tento me ajeitar e recuperar a compostura.

Yoongi é um cara reservado, quieto, observador, atencioso, bom, pouco expressivo e impaciente, mas tem o coração doce. O garoto pálido caminhou até onde eu estava e sentou na ponta da cama examinando as roupas.

– Não é nada parecida com você. – Ele sorriu sem humor. – Você é doce, encantador, sensível, manhoso... – Ele deu de ombros me deixando confuso com tantos adjetivos.

– E birrento. – Sorrio arrancando um sorriso de verdade dele.

– Isso também. – Yoongi segurou a minha mão e apertou gentilmente. O calor da sua pele na minha me deu algum conforto. – Eu sei que é difícil, mas aguenta firme. Nós vamos superar essa fase juntos, o BTS será indomesticável. Poderemos ser nós mesmo em breve. O sucesso nos dar liberdade para e autonomia para sermos quem somos. – Tenha paciência e trabalhe duro.

Suas palavras preencheram o vazio e a solidão que eu estava sentindo, foi como um abraço apertado e quentinho.

– Obrigado, Yoongi-ah! – Me joguei abraçando seu corpo e o senti enrijecer. Ele não me afastou, mas não parecia confortável. – Desculpa.

– Tudo bem. – Ele levantou para sair, mas parou no meio do quarto. – Ah, você fica bonito com qualquer roupa ou estilo, você é o Jimin, nasceu para ser idol.

O sorriso gengival dele curou meu coração e mais uma vez eu me senti grato por ter os membros comigo, por não estar mais sozinho nessa cidade.

Vesti as roupas pretas, regata, bermuda e boné e me dirigi ao local indicado pelos starff com os outros membros. Eu me sentia muito perdido. De alguma forma nosso maknae reinava absoluto nos meus pensamentos, eu não conseguia tirá-lo da cabeça. JungKook era tímido, bem mais que eu, dois anos mais novo, totalmente inexperiente e se comportava como a criança que era.

Eu deveria cometer algum pecado por desejá-lo, mas não era possível para mim evitá-lo. O rosto fofo, os olhinhos brilhantes, o sorriso de coelhinho... Ah, JungKook! Eu me perdia totalmente nele. Queria poder amá-lo...

Desanuviei meus pensamentos e foquei no vídeo que precisávamos fazer. Quando chegou a minha vez eu já sabia de quem falaria.

– Eu tenho sido bom para o BTS.

– Sim. – Os membros responderam.

Era como se tivéssemos a oportunidade de fazer reclamações sobre o grupo.

– Eu compro bebidas e sorvetes desde quando éramos trainees. Eu também sou um bom ouvinte.

– Sim! – O BTS gritou em resposta.

– JEON JUNGKOOK! – Gritei a plenos pulmões. – Todos riram e eu também. – Eu vendo sendo bom para você. Você acaricia minha cabeça e me chama de baixinho. – Todos continuavam sorrindo. Eu deveria deixar isso cômico, apenas de ter alguma verdade em tudo. Eu queria chamar atenção dele. – Eu sou 2 anos mais velho que você. Eu comi 2130 tigelas de arroz a mais que você.

– Quando eu fiz isso? – JungKook perguntou descaradamente me fazendo gritar.

– ESSE GAROTO!!!

– Eu gosto muito que o hyung é tão amigável. Eu sou assim porque gosto muito do hyung.

– JEON JUNGKOOK!!!

Gritei novamente encerrada a minha fala, agora seria a vez do Hobi. Desci do "palco" das reclamações e troquei de lugar com ele. JungKook estava sorrindo para mim e eu partia meu coração ao mesmo tempo que colava. Gostar dele era esse redemoinho de sentimentos que não podiam ser liberados ainda, e eu confesso que as vezes não sabia lidar tudo que sentia mesclado a inocência dele.

– Jimin-hyung, eu tiro sua paciência?

Como eu poderia resistir a tamanha fofura? Encarei JungKook e sorri. Ele pôs um braço em meus ombros e beijou no meu pescoço.

– JungKook-ah... – Suspirei surpreso. Era a primeira vez que ele agia de forma mais afoita comigo.

– Você bagunça minha mente. Desculpa se eu te irritei em algum momento, não quero ser inconveniente com o hyung.

– Você não é, bebê, fique tranquilo. Eu adoro nossos momentos, adoro sua fofura e inocência. Não se preocupe comigo.

Eu não poderia e nem deveria cobrar nada dele, ele não sabia o que sentia ou desejava, ele era muito puro e estava descobrindo o mundo e a si mesmo. Eu esperaria.

– Você cuida muito bem de mim, eu sou muito grato por tudo, hyung.

Sorri sem conseguir me conter, ele sabia como tocar meu coração. Eu não tinha forças para evitá-lo ou ignorá-lo.

– Eu sei que sim.

Voltamos a atenção para o vídeo e continuamos a gravação com Hobi. Ao final, voltamos para o dormitório. Dormíamos todos juntos em beliches, não havia privacidade alguma. O outro quarto era um amontoado de figurinos, closet e bagunça de um modo geral.

Abracei os lençóis no meu colchão e tentei dormir, o corpo cobrava após as horas de treino e ensaios. Acalmei a respiração e relaxei me sentindo um pouco triste e ansioso. Não sei quanto tempo depois, dormi. A noite estava calma e V, que era que o mais barulhento e brincalhão estava quieto permitindo que todos dormissem em paz.

Em algum momento senti um braço forte me segurar, de repente eu estava numa conchinha e a respiração dele batia na minha nuca. Seus lábios roçavam na minha pele e seu corpo estava totalmente grudado ao meu, me causando um calafrio de prazer. JungKook.

Somente ele invadiria minha cama e me abraçaria assim. Meu corpo só reagiria a ele dessa forma. Relaxei e percebi que com ele por perto não havia solidão, medo, insônia, tristeza ou ansiedade. Com ele eu me sentia livre para ser eu mesmo, aceito e amado. JungKook era o meu catalisador.

JiKookOnde histórias criam vida. Descubra agora