CAPÍTULO 2

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Rapidamente despertei com a voz de Doah ao meu ouvido. Aquela jovem possuía a chave de minha residência e adentrava a hora que desejasse. Eu não entendia a razão de ter vindo tão cedo me perturbar, considerando que também tinha suas obrigações. Mantive os olhos fechados, ouvindo as reclamações de minha amiga, que perambulava por todos os cantos. Ouvi o som de uma porta se abrindo, então levantei-me e encarei a garota, que sorria enquanto se aproximava de mim.

— Acorda! Por que ainda está dormindo? — ela sentou ao meu lado no sofá.

Seo Doah sempre chegava no mesmo horário todos os dias, mas, naquela ocasião específica, a garota apareceu tão cedo que me causou irritação por ter que acordar e vê-la tão agitada a caminho do trabalho. Ela era minha melhor amiga desde a época da faculdade, mas nos conhecemos ainda no ensino médio, contando as notas das provas, já que era extremamente inteligente.

Esfreguei os olhos e balancei a cabeça, tentando responder à sua pergunta sem dizer uma palavra.

— Já está tarde. Você ao menos foi ao trabalho? Já são 14 horas — Doah diz

Arregalei os olhos e dei um tapa em minha coxa. Afinal, nunca havia faltado ao trabalho antes, então poderia dizer ao chefe que estava passando mal ou algo semelhante, pois sou uma funcionária exemplar.

— Eu não fui... — levantei e dirigi-me à cozinha.

— Entendo, agora está se dando ao luxo de ser folgada, não é? — ela riu — Bem... Eu vim aqui para te dizer que minha despedida de solteira será neste sábado. Vai apenas você, algumas amigas minhas e de Jaehyung. Será um evento pequeno.

— Acho que isso me animará. Claro que irei, sou sua madrinha, afinal!

Ela sorriu e se aproximou de mim, analisando-me da cabeça aos pés.

— Está de ressaca, Sooji?

— Não, por quê?

— Ontem completaram-se dois anos desde o falecimento de Jaeun. Você sempre fica mal nessa data, então pensei que tivesse bebido.

— Não bebi, mas encontrei Kaeun. Hoje tentarei pegar as coisas de Jaeun.

— Entendo. Apenas não se estresse com isso. Você sabe que a família de Jaeun é terrível. Pegue o testamento e venha direto para casa. Vamos!

Franzi a testa e aceitei a carona oferecida por Doah, já que ela tinha dinheiro para possuir um carro próprio. Entrei no veículo e liguei para o chefe, informando que estava passando mal — uma mentira. Em poucos minutos, cheguei ao bairro e saí do carro, acenando para Doah, que sempre fora tão gentil desde o ocorrido acidente. A única coisa em que consegui pensar foi em chamar Myung Kaeun, que com certeza estava com tudo.

Com o celular ao ouvido, tentei, ao menos, que ela atendesse. Olhei ao redor e a vi em minha frente. A casa da família era próxima, então me aproximei dela.

— Sooji! — Ela me olha e sorri. — O que faz aqui?

Dou uma encarada e cruzo os braços.

— Eu não sabia dos bens até ontem... Portanto, vim pegar o que me pertence — sorrio.

— Ah... Estão lá em casa, um monte de caixas, sabe? Não vai conseguir pegar tudo.

— Eu pego uma de cada vez, não tem problema — Puxo Kaeun pelo pulso.

Enquanto a puxo, caminho em direção à casa da família. Kaeun pega a chave e abre a porta. Entro como se fosse a minha primeira vez ali. Não era a minha primeira, a casa continuava bonita e com uma estrutura solitária como sempre. Mais à frente, vejo várias caixas.

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