Pilantra, au pejão

Pôquer

Jão chegou no Supernova com o coração acelerado. O lugar estava cheio de luzes muito brilhantes e o som das máquinas de aposta no fundo. Ele era novato em cassinos, mas algo naquela noite o fazia sentir um pressentimento. João observou os jogadores concentrados, e algo, ou melhor, alguém, chamou sua atenção

Pedro, um homem com um olhar intimidante, estava encostado na mesa de pôquer, com uma expressão que misturava frustração e arrogância. Jão, decidiu se aproximar. Ao chegar mais perto e ouvir a conversa, percebeu que aquele homem era a pessoa que havia perdido 500mil dólares apostando

Ele não pôde deixar de notar o quanto Pedro era lindo. Sua carinha de pilantra era irresistível. Jão respirou fundo e decidiu entrar no jogo, tanto o jogo de cartas, como um possível jogo de palavras

— Parece que pôquer não favorece todo mundo, hein?

Pedro levantou o olhar, seus olhos encaram os olhos de Jão, e claramente dava para perceber um brilho de interesse surgindo neles

— Digamos que a sorte é algo passageiro. Mas e você? Veio apostar ou só me admirar?

O coração de Jão começou a acelerar

— Estou aqui para ver o que a noite me oferece. E quem sabe, encontrar um pouco de diversão

Pedro riu suavemente, um som que fez o coração de Jão acelerar mais ainda

— Diversão? Talvez você tenha vindo ao lugar certo. Só não garanto que você vai sair com dinheiro se apostar comigo

Jão percebeu a insinuação na voz dele e decidiu entrar no jogo

— Olha, parece que você já perdeu bastante. Que tal mais uma aposta, talvez?

Pedro deu a entender que ficou interessado

— E o que você me propõe?

Jão pensou rapidamente, suas mãos levemente suadas pela tensão do momento e também pelo desejo de impressionar Pedro

— Que tal uma partida de pôquer? Se eu ganhar, você me deve um encontro. Se você ganhar, eu saio daqui agora mesmo - propôs Jão

Pedro considerou a proposta, seus olhos brilhando de interesse e algo mais que Jão não conseguia entender muito bem

— Certo. Mas não pense que vou pegar leve com você

A rodada começou, e Jão se concentrou nas cartas, por mais que fosse difícil manter os olhos longe de Pedro. Cada movimento, cada expressão de Pedro era uma distração nova. E enquanto jogavam, as provocações continuavam.

— Parece que alguém está nervoso. Será o medo do jogo, ou a tensão de estar perto de mim?

Jão sorriu, tentando disfarçar o quanto estava aflito naquele jogo

— Acho que seu rostinho lindo está me distraindo. Difícil manter a concentração com alguém como você por perto

Pedro não se segurou e rapidamente abriu um sorriso

— Você está mesmo flertando com o adversário? Você joga sujo

— Talvez eu esteja apenas mostrando que posso ganhar em todos os aspectos — disse Jão, jogando sua última carta

Para a surpresa de Pedro, Jão ganhou a partida. Pedro olhou para as cartas e para Jão, se sentindo surpreso e admirado

— Parece que devo um encontro pra você. Mas antes, qual seu nome?

— João...João Vitor Romania - Jão disse estendendo a mão

— Pedro Tófani - ele disse dando-o um aperto de mão - Parece que ainda vamos nos ver muito por aqui

Enquanto os dois saíam da mesa, João não parava de pensar no quão sortudo ele era. Não apenas por ter vencido, mas pela oportunidade de conhecer alguém tão fascinante quanto aquele homem. A noite estava interessante, e ele estava ansioso para descobrir mais sobre aquele homem que conseguia ser ao mesmo tempo um adversário e um homem irresistível