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Saio do carro e vou em direção ao galpão a minha frente.
O sol está escaldante em plena 11:00 horas da manhã; com minha bota eu chuto algumas pedrinhas de cascalho antes de chegar até a porta de um dos nossos galpões onde Julian Carrón está esperando sua sentença.
A localização fica dentro da minha propriedade, basicamente a metros seguro de distância da minha casa principal. Quando nos mudamos para cá precisávamos de um local seguro para as nossas tarefas mais complicadas, precisávamos de um ambiente bem localizado e seguro, e foi depois de estudarmos um pouco que começamos com a estratégia de fazer o nosso complexo.
Todos os nossos vizinhos eram conhecidos do meu pai,porém não moravam aqui na cidade e alguns deles até mesmo queriam vender seus terenos próximos então, Kevin Durant, como o bom negociador que é, ofereceu muita grana e sustentabilidade aos proprietários que não pensaram duas vezes em vender tudo e cair fora.
Sendo assim eu sou dona de quase todas as terras desse lado da cidade.....

Ao todo eu comprei um total de 9 herdares ,com apólices e regência. Cinco, das nove leivas possuem belas casas, as outras apesar de serem somente a vastidão de campo são terras bem frutíferas; em algumas eu coloquei os meus soldados e alguns familiares dos mesmos para morar, em outros contratei pessoas comuns para manter as aparências; todos vivem como se fossem simples fazendeiros, em outros eu investi em criações diversificadas nas quais o meu sogrinho Willian, e meu querido Anthony trabalha sem saber.
No restante delas que ficam mais separadas das outras eu mandei construir galpões e cerquei-ás com muros altíssimos.
Por ser uma cidade com rotas movimentadas eu mantenho esses lugares bem protegidos. Nesta propriedade em que estou, tem uma casa bem organizada e atrás dela 3 galpões espalhados pelo terreno, cada um destes tem sua função; e o segundo deles é para onde eu venho me distrair, é aqui que a mágica acontece, é aqui que eu posso tirar a pele dos meus inimigos e usar como tapete, aqui eu posso reduzi-los a nada e ninguém nunca saberá.
É aqui que eu aniquilo traidores como: Julian Carrón.

Ao entrar no ambiente illuminado por luzes brancas eu sigo até o centro onde o corpo do meu soldado está preso pelos pulsos e pelos tornozelos. Julian está sem blusa, coberto apenas pela calça preta e com os pés descalço. Não há um único machucado em seu corpo, a pele alva parece para mim como uma tela em branco que em breve eu irei pintar com uma cor especial, "Vermelho" o vermelho do sangue do traidor.
Observo a câmera e os aparelhos que transmitem ao vivo as cenas do que chamamos de: redenzione attraverso la morte. É o ritual de morte daqueles que nos traem.
Tudo é transmitido para o Don Felippo e os demais com patentes elevadas no nosso ciclo, assim como para todos os soldados da organização, sendo opcional apenas para os familiares do envolvido.
Paro em frente ao corpo dele, Julian mantém a cabeça baixa em sinal de respeito enquanto os outros fazem uma continência sútil.
Assim que todos terminam de me cumprimentar, só então o bastardo pode falar, porém de cabeça baixa.

—Senhora Collalto. — ele me saúda

— Olá Julian. Você sabe o porquê de estarmos aqui e o que irá acontecer com você não é? — eu pergunto a ele que com a cabeça baixa, em forma de respeito a mim, responde um breve sim

Recite para mim o seu juramento e os dez mandamentos da nossa organização.

Eu me dirijo até um dos armários acoplados e pego a imagem da Santa Catarina de Sena, a padroeira da minha cidade natal. Pego a imagem da santa de madeira revestido com cera por dentro. Caminho até o pequeno altar que mandei preparar hoje pela manhã e após colocar a Santa no pequeno pedestal eu acendo as velas ao redor.

Assim que termino a última vela e finalmente coloco em chamas a pequena libra que está na ponta da mesa, ouço a voz dele ecoar ditando as palavras do nosso sacramento

Minha Dona MafiosaOnde histórias criam vida. Descubra agora