Escolha

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A vida e a morte sempre foram mistérios para qualquer ser humano já existente.

A ansiedade causada pelo que é o pós-morte já deve ter te corroído em algum momento da sua vida, trazendo para você receio, angústia, o medo de nunca mais olhar para alguém que ama, ouvir uma risada ou sentir um abraço.

Mas em algum momento dos seus anos de vida, você já deve ter pensado: "e se eu fizesse uma escolha?"

Uma escolha capaz de te livrar de tudo aquilo que até aqui te aflige.

Se você tem uma escolha e pode fazê-la, o que acha que faria?

Eu sou Pete Pongsakorn e hoje quero que você entenda a minha escolha.

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A vida não chega para você como uma brincadeira.

Ela chega como a Lua com suas fases.

Como o Sol trazendo a luz.

E como o Eclipse levando-te direto para a escuridão.

A vida e a morte sempre caminharam juntas, tal qual um belo casal de mãos dadas que a qualquer momento pode ocorrer o divórcio.

E é nessa separação que ocorre as dores, aquelas que só existem para dois tipos.

Um, é você quem fica e sente a partida.

Dois, é você quem vai e teme o que acontece por lá.

Porém, em algum momento você já desejou por esse divórcio ao menos uma vez na sua vida.

E tudo bem.

Era como eu costumava pensar até que entendi que tal separação tornou-se minha esperança.

Com tantas coisas acontecendo em minha vida eu mal tive tempo para senti-las.

Achei que estava tudo bem não sentir.

Que isso era algo bom, afinal sentimentos são uma droga.

Uma total bagunça desnecessária.

Você se irrita por besteira, chora por menos, briga por burrice, fica triste por nada ou sente-se vazio, insuficiente, incompleto e totalmente perdido na vida.

A famosa ansiedade.

Para quê tanta merda? Afinal, eu já tinha problemas demais para lidar.

Com o passar dos anos a dor tornou-se minha companheira, estando presente dentro ou fora de mim.

Dentro quando meu pai transformou-se em vilão quando era meu exemplo de herói.

Quando meu irmão que me protegia virou-se contra mim apenas por me ver beijando um garoto.

Quando não fui suficiente para manter minha mãe viva.

Quando vovô descobriu o câncer e mais uma vez, me vi morrendo.

E fora quando eu entendi que já estava morto a muito tempo.

Não importa quantas pedras me joguem ou há quantos julgamentos serei condenado, pois nada mais importa para uma alma cuja existência perdeu-se dentro de si tornando-a em breu.

Mentiras - Alternative endingOnde histórias criam vida. Descubra agora