• 07. Minha doce Alaska.

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Seus cabelos longos e espetados são tão brilhantes ao sol matinal quanto o próprio astro, até mesmo a maneira como sua voz soa dócil e açucarada transforma qualquer ambiente em um lindo e florescente campo de lírios brancos.

Você conhece muitas pessoas ao longo de sua vida, mas nenhuma delas é como minha doce Alaska. O espírito livre como uma brisa matinal de outono, suas roupas que transmitem tanta inocência e paixão mesmo que sua pele lupina de um lobo do ártico carregue tantas cicatrizes quanto um guerreiro medieval.

Sua pele é macia, tão macia quanto a seda de um lindo e longo vestido rodado. Se parece como uma pintura renascentista, tão jovem e bela, doce e florescente Alaska, dona da alma dolorida mais pura que já andarilhou por terra.
Sua vida é um mistério, como uma névoa que cobre a cidade misteriosa nos últimos dias de Outubro, até mesmo todos aqueles que a conhecem não a conhecem de fato. Nem mesmo Alaska deve ser capaz de se conhecer por completo, já que ela se enxerga apenas como uma incógnita, um ponto de exclamação gigantesco.

Ela é invisível, misteriosa. Você pensa que a conhece porquê está lendo uma coletânea de contos desesperados que narram suas recaídas e episódios trágicos. Então você se identifica com alguns trechos escritos conforme as melodias e letras das canções invadem seus ouvidos. Mas você não a conhece. Você apenas vê parte do seu reflexo em uma figura fictícia pra que você não precise enxergar o seu reflexo no espelho. Alaska não existe, acorde e comece a lidar consigo.

Alaska pode ser você, Alaska pode ser a autora deste livro que tanto te intriga. Ela pode ser a sombra que anda com você nas tardes ensolaras, ou pode ser alguém real, basta juntar o quebra-cabeças.

Minha doce Alaska não tem uma história linear como suas curvas, ela quer ser salva, mas não quer ser descoberta. Ela precisa de uma luz tão brilhante quanto os astros, ela quer ser um anjo; Alaska quer muitas coisas, mas é muito nova para tantas coisas.

Será que você é capaz de conhecê-la? De atravessar as linhas poéticas desta tela e realmente querer conhecê-la? Cuidado, nem tudo são flores. Você pode não ver o que você espera ver.

- Quem é você, Alaska?

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