captura.

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Nayla.

A neve gelada caia em meu rosto derretendo com a temperatura da minha pele voltando ao seu estado líquido,meu corpo caído no chão machucado não se movia , assim como ele eu também aceitei desistir, meus músculos fracos mal respondiam meus comandos, a atmosfera gelada causava dor em meus pulmões quando respirava ,tornando aquela situação mais dolorosa do que já estava.

Fracasso.

Era isso que eu era.

Desonra.

É exatamente o que eu levaria para minha casa , se voltasse viva.

Naquele momento preferia a morte, ao invés de encarar meu pai dizendo que fracassei em meu propósito. A raiva dançava pelo meu corpo e mente ,lágrimas de frustração escorriam pelo meu rosto queimando onde passava, eu não sou uma heroína, e nunca serei , mesmo que treine até meus ossos doerem, mesmo que eu leia diversos livros por anos. Perdi minha vida apenas pra tentar cumprir uma maldita profecia.

Me mate...- Peço abrindo meus olhos encarando o cano do revólver do meu oponente. - Acaba logo com isso.

A mulher nada disse , nem se moveu, ela parecia hesitar, pensar , talvez nós duas tivéssemos algo em comum , mesmo sendo de espécies diferente, provavelmente pensamos iguais.

Não...- guardou o revólver no coldre em sua cintura e abaixou a máscara revelando seu rosto. Meus olhos se arregalaram, pois aquele não era o perfil de alguém perigoso, o rosto oval com as maçãs proeminentes coradas pelo o frio ,olhos amendoados com pálpebras dupla a cor dos seus olhos tão escuro que parecia uma bola de gude , sua pele clara e suave fazia um contraste com seus cabelos lisos castanhos escuros com uma franja que caia em cima de sua sobrancelha. - Verei o que fazer em relação a você princesa Nayla Cárter. - retirou do bolso da sua calça um controle que tinha somente um botão.

A mulher olhou por alguns segundos o botão até decidir apertá-lo, uma esfera voadora surgiu no céu planando em cima de nós duas, a mulher se afastou, permitindo que a luz estranha que saia daquela aeronave me puxasse para dentro e me levasse certamente para o meu fim.

Wendy

O corpo da felina era prendido por correntes acima do teto, incapacitando seus pés de tocar o chão, para maior segurança um círculo mágico criava uma barreira para garantir que não escapasse de nenhuma forma.

Vê-la assim doía meu peito, estava tão machucada e parecia não ter forças nenhuma para lutar atrás da sua liberdade.

Engolir a seco minhas decisões até agora.

— Isso é certo? - pergunto a mim mesma sentindo a dor dela em meu peito. - Se for , não parece certo pra mim. - encosto meus dedos no vidro da cela.

—  Wendy. - Uma voz muito familiar chama meu nome.

— Sim, pai. - me viro encarando o homem alto.

— Fez um bom trabalho capturando a princesa. - seu olhar gélido se direcionou para a prisioneira.

— O que vai fazer com ela ? - mordo a unha do meu polegar temendo pela a resposta.

— Como já se sabe , esse planeta qualquer doença é curável, até o câncer.

— Você...

— Vou extrair toda a magia dela e gerar novos medicamentos. - suas mãos foram para trás do seu corpo se aproximando mais da cela.

— Vai distribuir para a população ? - observei suas costas rígidas.

— O que eu ganharia distribuindo ? Obviamente vou vender. - sua resposta fez meu corpo gelar. Conhecia a hierarquia, os preços não eram acessíveis, apenas algumas pessoas poderiam comprar, e outras sem sorte na vida morreriam com esperança de conseguir.

— Mas a extração vai matar-la? - senti um gosto amargo na minha boca com sua resposta:

— Sim.

Fiquei estatística meu corpo tremia como a possibilidade de uma vida ser morta para salvar uma raça da qual nem fazia parte. Meu pai era alguém tão arrogante quanto aqueles os quais ele julgava, nunca consegui pensar da mesma maneira e muito menos concordar com tudo aquilo, e eu não ia deixar ele fazer aquilo com a princesa, afinal ela é mais parecida comigo do que eu quero admitir.

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