Eu tinha voltado para o dormitório logo depois da conversa. Tomei meu banho e agora estou deitada usando uma regata preta e uma calça. Meus tênis estão ao lado da cama, prontos para que eu os coloque quando for a hora do jantar.
Olho para o teto, o ventilar girando.
Olho para os pontos em qie havia tirado, em cima do criado mudo e, como que por coincidência, meu marido sai do banheiro com uma calça de moletom e uma regata nas mãos, seu cabelo molhado penteado para trás.
-vai mesmo dormir aqui hoje ?-pergunto enquanto o homem vem a minha direção, subo na cama em cima de mim e deita em cima do meu corpo, encaixando a cabeça no meu pescoço. Abraço suas costas.
-voltarei de manhã cedo para o meu, aliás, faz quanto tempo que não ficamos juntos?
-alguns meses-suspiro e mudo de assunto- você... você não acha coincidência? Quero dizer, LeAnse e a Filha nos convidar no mesmo dia?
Bakugou fica em silencio, dando selinhos no meu pescoço.
-Bakugou!
-talvez -responde.
-talvez? Você ao menos está preocupado ?
-estou, mas não posso fazer nada. Realmente é uma oportunidade e se não aproveitarmos ela, sendo coincidência ou não, vamos nos arrepender mais tarde.
-verdade- sussurro, meus olhos no teto novamente.
-mas- continua Bakugou- podemos não falar disso agora ? Vamos conversar sobre eu, você, Tatsuo e nossa família.
Sorrio.
-E sobre o que você quer falar?
-quando vamos ter outro?
-que?
-quando vamos ter outro filho?- me olha.
Mordo os lábios contendo uma risada.
-acredito que vai demorar um pouco. Quantos você gostaria de ter ?
-Vinte.
Arregalo os olhos.
-10- fala quando percebe minha reação.
-5?- sua fala sai mais duvidosa e esperançosa
-Pensamos mais tarde, e talvez vinte seja um numero muito grande de filhos.- rio-me.
Meu marido ri abafado no meu pescoço. Enrolo minhas pernas na sua cintura.
-falando sério, quando tudo isso acabar, poderíamos sair dessa vida.
Bakugou me olha.
-poderíamos deixar a máfia e já deveríamos ter feito isso dês de quando descobrir que estava grávida de Tatsuo. Se você quer criar cinco filhos saudáveis mentalmente, o melhor a fazer é isso.
-Concordo. Primeiro vamos acabar com os filhos a puta da Morfalha e depois procuramos um lugar novo para morar, bem isolado. Só nós dois e as crianças.
-Me parece um bom plano-falo.
Ficamos em silencio, Bakugou ainda em cima de mim e eu parada, o abraçando. Diante tanta confusão, eu me deixei aproveitar o momento de silêncio.
Um momento relaxante na base do inimigo.
Sorrio quando penso nisso e fecho os olhos.
×
A hora da refeição sempre foi agitada, eu pediria para Bakugou trazer minha janta mas seria estranho que ela saísse andando com duas bandeiras de comida para fora do refeitório.
Estou concentrada colocando minha comida quando sinto um pequeno esbarro em mim, olho para o lado, Elen esta colocando sua refeição no prato, assim como os soldados a minha frente e atrás dela que conseguem falar bem alto.
Ela me olha e sorri com os lábios.
-preciso falar com você.
A mulher assente diante minha fala.
Colocamos o resto da comida e fomos em direção uma mesa mais vazia. No caminho dou uma olhada rápida na mesa em que ficam só os instrutores e Bakugou estava lá.
-Você deve estar confusa, não ?-pergunta.
-Estou curiosa para saber porque aceitou isso.
-LeAnse- fala, me olhando sem nenhuma emoção nos olhos- quando eu era pequena, meu pai fazia uns serviços para esse velho, era um trabalho sujo e LeAnse não tinha tanta autoridade como hoje. Um dia descobriram o trabalho todo e o desgraçado fugiu , planejamento uma emboscada para que os oficiais prendesse meu pai. Mas, mais que isso meu pai já estava morto antes deles chegarem.
Faço um não com a cabeça quando um suspiro forte sai da minha boca. Pego o garfo de plástico e macho na comida.
-Quando as bombas foram plantadas ?
-Depois de uns cinco dias em que entrei, foi uma por hora, claro demorou umas semanas.
-Sabe que tudo isso acaba amanhã, né?
-Sei.- ela finaliza.
Começamos a comer, cada uma em silencio. Elen quer vingar a morte do pai, poderia dizer que Fernando é esperto o suficiente para propor isso a ela. Mas ela é esperta o suficiente? Se vingar de algo que aconteceu anos atrás e infernizar a própria vida com isso?
Bato os dedos na mesa, olho o relógio na parede marcando oito da noite. Olho para Bakugou. LêAnse e sua filha não estavam aqui.
Trato de comer mais rápido, logo, de olho na porta esperando que um dos dois chegassem.
Não que eu apreciasse a presença deles, mas eu estava desconfiando.
Tinha alguma coisa errada.
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As Duas Mafias-SEGUNDA TEMPORADA
FanfictionCasamento,filhos,amigos,família. Tudo de bom em uma vida tranquila,mas,um livro não é emocionante sem inimigos.(lema da autora) Nessa edição "Mais perto do que imaginam" vão fazer os leitores roerem as unhas e fuderem suas mentes para descobrir os a...