eu, tu, nós bota nela

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-- Taro, Haruto! -- Budo chamou os amigos que estavam conversando no fundo do corredor. Os três eram como um trio inseparável, cuja amizade vem perdurando desde o jardim de infância. Mesmo que suas personalidades fossem completamente opostas, era como se um completasse o outro.

-- O que houve? -- Haruto, o de cabelos e olhos vermelhos, perguntou.

-- Meu irmão está trabalhando no Brasil, vocês sabem né? -- Os outros dois balançaram a cabeça, afirmando. -- Ele acabou de me mandar uns vídeo-clipes de lá! Olha isso!

Budo lhes emprestou o fone de ouvido, então Taro e Haruto colocaram o fone cada um de um lado e deram play no vídeo mostrado.

-- ... Aquilo é uma arma? -- Haruto indagou surpreso.

Taro, por sua vez, ficava cada vez mais vermelho conforme o clipe ia passando. "Ela tá praticamente nua!" Nunca em sua vida imaginou que um shorts poderia ser tão curto.

-- A música é boa, ma--wOAH -- Taro interrompeu a própria fala. -- Isso é anatomicamente possível? -- Ele perguntou aos dois depois de ver uma das garotas dançando um rebolado que, caso ele tentasse fazer parecido, já teria quebrado uns cinco ossos do quadril.

-- Budo, mas que porra foi essa? -- Haruto devolveu o celular ao amigo. Estava perplexo, mas não era como se não tivesse gostado. O pau tava duro e a honra intacta.

-- Eu tenho um desafio para vocês. -- Pelo tom que Masuta usou, os dois já sabiam que o que estava por vir não era nada bom. -- Se nós não conseguirmos tirar notas boas na próxima prova, iremos gravar um vídeo dançando essas músicas!

Taro e Haruto caíram para trás.

-- Budo, olha pra minha cara! Eu lá tenho cara de quem sabe dançar? -- Taro estava putasso.

-- Você também não tem cara de quem faz rap, e mesmo assim você quase massacrou o Budo daquela vez.

-- CABOCA eu só fiz aquilo porque ele me tirou do sério.

-- Se esse é o caso, então vamos te tirar do sério de novo! -- Budo argumentou, gargalhando enquanto apoiava a mão no ombro do Yamada.

-- Bom, parando pra pensar, não é uma ideia tão ruim assim... -- Haruto abriu um sorriso malicioso ao imaginar a quantidade de garotas que ele teria aos seus pés caso o vissem sensualizando em um vídeo na internet.

Taro suspirou sentindo-se vencido.

-- Não se preocupe, cara. -- Budo deu tapinhas nas costas do amigo. -- Vai ser um grande incentivo para melhorarmos nossas notas! Duvido muito que isso vá acontecer.

-x-

-- Filho da puta, eu te odeio. -- Taro olhava Budo preparando a câmera do celular com o mais puro ódio. As aulas acabaram de terminar e receberam os seus boletins, suas notas foram péssimas.

-- Relaxa, Taro! Essa vai ser a sua oportunidade de mostrar ao mundo que você não é um cabaço. -- Haruto piscou para ele, lhe dando um "joinha". Taro estava com tanta raiva que fez questão de ficar dançando ao centro.

Quando terminaram, o Yamada caiu desfalecido no chão. Já sentindo o peso de 17 anos de sedentarismo.

-- Aliás, Budo... Você por algum acaso sabe qual é a tradução dessas músicas? -- Haruto perguntou.

Budo deu de ombros.

-- Na verdade não, mas quem liga? Isso ficou ótimo! Vamos fazer muito sucesso!

Taro e Haruto se entreolharam,

estavam com um péssimo pressentimento.

Mau PressentimentoOnde histórias criam vida. Descubra agora