Do seu livramento. 💌

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Eu estou colocando esses limites, Diego. Eu tô separando as coisas e aprendendo a ver quando o que falam de mim, diz mais sobre a pessoa do que sobre mim mesmo. O problema é quando o que falam me pega desprevenido, por eu me sentir burro e cego de só não ter visto antes.

Eu estava triste ali. Eu estou triste, e as pessoas não param de falar disso.

Eu tô birrento de saudades. E quanto mais eu tento esconder isso, mais eu falho, porque não sei, e nem quero de verdade saber não ser tão óbvio com o que eu sinto. E você tem razão quando diz que eu machuco as pessoas e a mim mesmo assim.

Desativar as redes tem me ajudado a botar os pés no chão de novo, e enxergar que eu acabei me iludindo com coisas que eu jurei que tinha plena consciência de que eram passageiras. 

Eu não sei se você tem essa sensação às vezes, mas parece que tudo o que aconteceu no último ano foi tão surreal que eu fui meio idiota de acreditar demais.

É que todo aquele carinho parecia tão além do que o que aquele mineirinho de Congonhas, professor de teatro, poderia imaginar, que por um tempo eu me permiti sentir tudo como se fosse pra sempre, 

...e agora até meu trabalho parece inseguro, teve o cancelamento de tantas apresentações da peça, tive o papel trocado na novela que eu ia ser o protagonista, e eu me pego pensando que fui burro mesmo de me acomodar.

Me chamam de mentiroso no twitter por ter sido sincero demais quando não deveria, e agora querem me cobrar pelo que eu tenho o direito de não querer falar. 

Eles podem não me conhecer, Diego, mas às vezes sabem em cheio por onde me atingir.

Porque já não basta o quanto te perder está sendo doloroso. Eu ainda tenho que ouvir deles que pra você, isso é um livramento, e de você, essa sequência de motivos pelos quais você acha melhor ficar sem mim e por que esse cara do seu lado te faz bem como eu não poderia.

Os nossos melhores momentos foram só nossos, é verdade. Mas os nossos momentos mais lindos sempre foram públicos. Eu me pergunto se eu me iludi com o quão óbvio eu me acho sobre tudo o que eu sinto, com os rios de "eu te amo" que pulam da minha boca por você, 

...porque eu sempre achei que o nosso amor é transparente até demais pra qualquer um não ver que valia a pena entrar de cabeça, mesmo antes de nós dois aceitarmos isso. 

O que me azeda por dentro até agora é considerar que talvez, se eu tivesse te escutado desde as suas primeiras palavras, teria entendido que você também concluiu que o mal que eu te faço é tão grande que supera tudo o que a gente viveu. 

Quem eu não conheço, eu não sei se posso perdoar, mas talvez possa esquecer. Mas eu preciso ouvir da tua boca que você também acha que nada valeu a pena, pelo menos pra eu desistir de vez e tentar ficar em paz.

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O Zé Cachos tá dificultando meu trabalho com esse gelo que tá dando na gente, né queridas. Que que cês tão achando que tá ⟶ supostamente ⟵ passando pela cabeça desse querido, hein?

Desatando Nós | DimauryOnde histórias criam vida. Descubra agora