De longe, avistaram o lindo castelo da bruxa Tânia. Ele era de cor branca escura, e estava no topo da montanha, de forma que era rondado por nuvens. Era também envolvo por uma enorme bolha, como o espantalho havia dito. Tânia estava ali, na sacada de um dos quartos do palácio, como se já os esperasse.
Os macacos voadores pousaram delicadamente o garotinho e sua cachorra. Ernesto agradeceu e fez uma reverência, e eles foram embora, voando e rapidamente desaparecendo das vistas.
— Senhorita Tânia! – Ele sorriu, se virando para olhar para ela.
— Olá, meu bom menino. Como está sendo a sua jornada?
— Muito legal, senhorita Tânia. Mas eu vim para cá porque preciso muito, muito mesmo voltar para casa, e o espantalho disse que você pode fazer isso.
O sol se punha, e o céu tomava um lindo aspecto alaranjado.
— Meu querido, o que você aprendeu até aqui?
— Como assim?
— Durante toda a sua jornada aqui, na terra de Oz. Quais têm sido suas aventuras e aprendizados?
— Bom... – Ernesto pensou em como começar – Sabe, dona Tânia, têm sido muito divertido e especial. Quando eu acordei aqui, em Oz, senti um pouco de medo, mas imediatamente deixei de sentir quando percebi que essa terra e mágica e encantadora.
— É um lugar muito lindo e especial, não é?
— Sim! E quando eu saí para ir até a cidade das esmeraldas e durante o caminho conheci a árvore das folhas douradas...
— O que tem ela?
— Ela me ensinou uma coisa muito importante, que meus pais também já haviam me ensinado. Ela me ensinou a sempre respeitar os limites e o espaço pessoal das outras pessoas, e a nunca tomar a frente sem antes pedir autorização. Eu havia tentado arrancar sua folha e frutos e ela se sentiu magoada, e então eu percebi que jamais devemos fazer absolutamente nada que sabemos que pode machucar as outras pessoas.
Tânia sorria com ternura.
— Depois disso, eu pedi desculpas, e ela me deixou pegar dois frutos e uma folha, porque também me desculpou. Eu entendi que uma boa conversa sempre pode nos ajudar a resolver um problema, seja ele grande ou pequeno, na maioria dos casos.
— E o que mais, Ernesto?
— Depois, quando eu conheci a Lala, entendi o valor de uma boa amizade. Durante muito tempo, ela foi uma amiga e companheira fiel e querida para mim e para a Pipoca. Ela estava sempre conversando conosco e fazendo companhia, e sempre fez de tudo para que nós estivéssemos bem. Eu entendi que uma boa amizade pode mudar muito a nossa vida, porque nos dá esperança e sabedoria para conseguir seguir em frente e enfrentar muitas das adversidades que aparecem em nosso caminho!
— Isso é verdade!
— Durante todo o meu trajeto em Oz e também quando cheguei na cidade das esmeraldas, percebi o quão lindo tudo aqui é, e entendi que precisamos aprender a enxergar mais beleza na vida, porque a vida é muito linda, apesar dos problemas que podem aparecer de vez em quando.
Ernesto sorriu, chegando na conclusão de que toda aquela aventura havia rendido muitos bons ensinamentos, e que seus pais estariam muito orgulhosos dele.— Você mostrou que aprendeu tudo, meu querido. Agora me diga, quando você voltar para casa, vai querer fazer mais alguma coisa também? Algo além de reencontrar a sua família e dar um abraço bem apertado neles?
— Sim! Vou tentar de uma vez por todas me entender com o Charles Foster. Eu e ele não nos dávamos muito bem, mas eu acho que o mais certo é tentar ser amigo dele. Ele também é uma criança e também tem muitos sonhos e esperanças, e por que continuar gastando tempo brigando ao invés de aproveitar juntos toda a alegria?
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A grande jornada do pequeno Ernesto na terra de Oz
Short Story(Também publicado como livro físico pela editora Opera ^^ disponível no site da editora. Mais informações no Instagram deles @operaeditorial ou no meu @gilsonautor) "Depois de voltar ao Kansas, Dorothy Gale, a jovem mocinha gentil e corajosa, junto...