— Eu nunca saio daqui, querido. Eu sou uma árvore, aqui é o meu lugar.
— Puxa, nunca?
— Nunca.
— E não acha isso ruim?
— Mas é claro que não! Todos os dias sinto a brisa fresca em minhas folhas, ouço o cantar dos pássaros e vejo viajantes inteligentes e gentis como você. Eu gosto de estar aqui.
— Muito obrigado por seu elogio, dona árvore. Mas acho que eu e Pipoca devemos seguir viagem!
— Mas é claro, querido. Aliás, se você for com cuidado, eu deixo você pegar duas maçãs e uma folha, para mostrar para a sua mãe.
— Poxa, muito obrigado, dona árvore!
(...)
Os viajantes seguiram com sua aventura, e algum tempo depois, adentraram em uma floresta. Ali, era possível ouvir o barulho de muitos animaizinhos, e era um lugar muito bonito. Ouviu-se um rugido leve, e de trás de uma árvore, apareceu uma linda leoa filhote.
— Oi, quem são vocês? – Ela parecia um pouco tímida.
— Uau, você fala?
— Mas é claro que sim, por que?
— De onde eu venho, os animais não sabem falar.
— É sério? Isso é muito estranho, aqui em Oz, todos os animais sabem falar.
A leoa se aproximou devagar e com um pouco de receio.
— Eu sou Lala, você quer ser meu amigo?
— É um prazer, Lala. Você é mesmo uma leoa?
— Meus pais dizem que eu ainda sou um bebê, mas que um dia vou ser uma leoa sim. Uma leoa muito linda e esperta.
— Meu nome é Ernesto, Lala. É um prazer. E essa é a minha cachorrinha, Pipoca. Bom, quer dizer, ela não é exatamente minha, ela é dos Foster, mas quando eu voltar para casa, vou pedir para ficar com ela.
— Você fala coisas tão confusas! — Lala sorriu – Mas de onde você vem? Aliás, é um prazer, Pipoca. Você é muito linda.
Pipoca latiu em resposta. Ela não estava assustada com a presença da leoa ali, e nem mesmo Ernesto estava. Ela não era má, e isso era claro.
— Bom, eu sou do Kansas. Teve um tornado e eu procurei abrigo com a Pipoca em uma casinha abandonada, aí acabei dormindo e acordando no país dos anões, onde a bruxa Tânia me disse para ir até a cidade das esmeraldas encontrar o espantalho.
— Kansas? Uau! — Ela deu um pequeno salto de animação.
— Sim! Por que, você conhece?
— Não, mas é de lá que vem a Dorothy! Você é filho dela?
— De novo isso? Já é a terceira vez que me fazem essa pergunta aqui. Eu sou filho da minha mamãe. Quem é essa senhorita Dorothy?
— Oh, como assim você não conhece a história dela? – A pequena leoa se aproximou mais – Bom, há muitos e muitos anos atrás, uma garotinha chamada Dorothy também veio parar aqui, do Kansas. Ela nos salvou da bruxa má do leste e da bruxa má do Oeste. Eu nem era nascida na época, mas todos em Oz conhecem a grande história da heroína Dorothy.
— Espera, então o nome da garota das histórias que a mamãe conta é Dorothy?
— Como assim?
— Todas as noites, a mamãe me conta as histórias de Oz, e ela sempre falou sobre a garota que derrotou as bruxas más e viveu uma grande aventura aqui em Oz. Mas eu não sabia que o nome dela é Dorothy.
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A grande jornada do pequeno Ernesto na terra de Oz
Storie brevi(Também publicado como livro físico pela editora Opera ^^ disponível no site da editora. Mais informações no Instagram deles @operaeditorial ou no meu @gilsonautor) "Depois de voltar ao Kansas, Dorothy Gale, a jovem mocinha gentil e corajosa, junto...