cidade

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linhas verticais,
a cidade é um concreto vazio
exibindo suas distâncias,

no vórtice de uma curva
o horizonte desenhado ,
luzes e traços em um estilo
assimétrico,

ruas margeando avenidas
o papel cinza das lembranças
de caminhos
guiados por geolocalização,
na calçada limítrofe
um rascunho de prédio
rasurado por mãos vazias,

ontem enquanto observava
o horizonte que passa
eu vi um pássaro de asas pesadas
planando sobre as casas
sem poder pousar,

havia no bico a urgência e o vazio
de apontar a rota e a linha,
o pássaro de asas prateadas
passou num átimo de nuvens
que desaparecem flutuando no ar,

a cidade é um concreto vazio
de pequenas verossimilhanças
flutuando no ar das angústias,
cidade não devia rimar
com saudade
ainda que esta também seja
um vazio,

no ocaso, um traço de sol
ilumina um cômodo vazio,
cidade
saudade
e um traço de sol,

uma  volta a mais de relógio,
o adágio das canções
que alguém escreveu
em forma de poesia.

Fragmentos do agora: poemas da vida cotidianaOnde histórias criam vida. Descubra agora