— Obrigado pelo jantar, senhora Choi. Nos perdoe pelo contratempo do horário — Soobin hyung agradece assim que saímos do interior da casa agitada, onde todos o irmãos correm de um lado para o outro brincando enquanto limpam a cozinha ao mesmo tempo.
— Não tem problema algum, querido. — Ela sorri grande para todos nós. É como o sorriso de Beomgyu. — Ano que vem tentamos manter o almoço, gosto que passem a tarde comigo sempre após a refeição.
Então, me sinto no dever de pronunciar:
— Eu vou parecer meio rude, agora... — A frase familiar arranca um sorriso pequeno e disfarçado de Yeonjun. — Espero que me entenda, senhora Choi. Mas eu adoraria vir jantar com vocês no Natal, ou no Ano Novo. Em qualquer feriado, que seja. — Preciso umedecer meus próprios lábios. — Mas eu não pretendo vir nessa estação do próximo ano.
O sorriso grande perde intensidade, se torna frágil apesar de aparentemente orgulhoso. Ela abre passos pequenos em minha direção, segura firme minhas mãos entre as suas e as acaricia em seu aperto gentil.
— É claro que eu entendo, meu menino. Tenho certeza de que Beomgyu está orgulhoso e feliz com sua decisão.
Eu tento sorrir, mas falho. Eu aceito seu abraço, e choro como uma criança, soluçando todos os gritos contidos que eu posso antes de me despedir de vez, tentando manter no rosto minha melhor carranca de certeza.
— Vamos fazer dessa última vez a melhor — Kai diz, me abraçando pelos ombros e me ajudando a secar as lágrimas de meu rosto assim que me viro para segui-los até sua casa.
Mas Soobin, caminhando à nossa frente, paralisa. Ele olha por sobre nossos ombros, e então fazemos o mesmo.
Yeonjun está ali, parado enquanto olha fixamente para a porta fechada da casa dos Choi. Soluçando baixinho enquanto uma das mãos tampa a própria boca.
Ele está quebrado como aquela velha caixa de correios, e isso faz arder o fundo de minha garganta. Porque eu quero protegê-lo, e hoje eu sinto que posso... só não tenho sua permissão.
Kai me encara apenas por poucos segundos, antes de seguir caminho de volta até ele. O guardando em seus braços como eu gostaria de poder fazer, mas não consigo me mover até que Soobin hyung entrelace seus dedos nos meus e sorri pra mim, me puxando na mesma direção em que está tudo o que restou de nossa amizade.
Eu não percebo que estou chorando até que esteja perto o suficiente para vê-lo por trás do embaçar de minhas lágrimas. Até que Yeonjun olhe para mim tão cansado e exausto como eu mesmo estou, pedindo pela permissão que ele sabe já ter - ele sempre a teve.
Então, uma de suas mãos espalma minha bochecha enquanto ele se deita em dos ombros largos de Kai. O sorriso trêmulo surgindo em seus lábios quando o polegar começa devagar a carícia cuidadosa no mesmo local, me fazendo deitar contra sua palma.
— Eu senti tanto sua falta... — ele se entrega de vez à nudez do momento, a todas as nossas barreiras ruídas.
— Eu também sinto a sua — admito.
Seu abraço vem em seguida, apertado como o calor do qual eu nunca deveria ter me despedido, confortável como a quase completude.
Nós matamos metade da saudade impregnada em cada passo nosso, bem ali. A outra, deixamos nos rodear na névoa disforme do "luto" que nos encara perto demais, com os braços cruzados e o sorriso enorme no rosto.
☀️
Era 28 de Novembro, 2019
— Alguém saberia me dizer, qual foi o capítulo inegavelmente mais marcante em todo o livro?
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Cry from The Moon • YeonTaeGyu
FanfictionApós a morte de um dos membros de seu grupo de amigos, Kang Taehyun se dedicou a repetir os caminhos os quais frequentavam quando mais novos na antiga cidade onde morou durante o ensino médio, o nomeando como "Percurso da Lua". Com o passar do temp...