O pequeno Berlock amava jogos digitais. Jogos físicos nunca chamavam tanta sua atenção porque ele sabia como funcionava, diferente de como seu personagem se movia na tela toda vez que pressionava as teclas do celular, pensar sobre isso o fascinava.
Sua curiosidade o levou a perguntar a seu pai como poderia estudar a criação de jogos. O pai, que não entendia nada do assunto, procurou por quem soubesse e explicou ao garoto que ele precisava aprender inglês e programar.
E, para todos os casos, naquele momento, Berlock precisava de um computador; esse requisito era crucial devido às ferramentas necessárias, mas seus pais não tinham condições de dar um devido a tantas contas para lidar.
O financeiro da família não era dos melhores naquele momento.
Pensando nisso, o garoto buscou aprender como economizar e levar isso ao seu pai.
Estudando, Berlock entendeu que onde gastava muito era com seus amigos, por isso ele diminuiu a quantidade de amigos que custavam balinhas, sucos e bolachas a outros.
Ele diminuiu suas amizades.
Também leu que tempo é dinheiro, então começou a sair menos, ficando mais tempo em casa estudando. Nesse tempo mais caseiro, observou a rotina da casa e, após pequenos cálculos, encontrou uma rota.
Na porta da geladeira, colou uma nota indicando o gasto diário e mensal de todos os eletrodomésticos, gastos com água, alimentação e mais alguns que encontrou pelo caminho. O pequeno estava animado com o que estava fazendo.
Depois que tivesse estabilizado financeiramente e desenvolvendo os jogos no computador que queria comprar, ele poderia sair o quanto quisesse e até ter mais amigos quanto antes.
Ele vivia para seus estudos, sua casa e seus pais que agora lidavam um pouco melhor com as dívidas, mesmo que ainda ganhassem o mesmo salário de antes. Berlock falava que não era sobre ganhar mais, era sobre como administrar.
Por conta desse comportamento, no ensino médio, se tornou praticamente invisível. Ninguém dava falta dele ou notava sua presença, só nas apresentações. Ele estava sempre ocupado e o motivo eram as tarefas de outros alunos.
O jovem tinha uma rotina muito bem definida e sem distrações, conseguia fazer bem mais que outras pessoas mesmo tendo as mesmas 24 horas no dia. Com mais tempo aproveitável, usava para responder às atividades de outros alunos, que era um dos seus ganhos.
Matemática, física e inglês. Berlock era referência, mas somente em casa. Na sala de aula, para ele, era quase impossível se concentrar devido a tantas distrações. Sua casa era o lugar perfeito para o que sempre faz.
Ele não cobrava um valor alto e nem baixo. Se fosse baixo, todos pagariam e aconteceria de terem respostas iguais, e isso levaria a descobrirem que Berlock estava respondendo, e se fosse muito alto, ninguém pagaria.
Precisava analisar o perfil dos clientes e dar preços diferentes para cada um.
Para isso, bolou uma tabela com pesos, nela continham coisas como a série em que seu cliente estava, o quão próximas eram as salas, o quanto precisavam de nota, quantas vezes já havia comprado e outros.
Cada informação tinha um peso, quanto maior o peso, mais centavos custava, podendo chegar a reais. Berlock começava a aprender a ler as pessoas, sua linguagem corporal também ajudava na hora de dar os preços, ele estava bom em negociar.
Essa tabela proporcionava a Berlock algo quase como uma identificação única para cada cliente e isso refletia em seus trabalhos.
Alguns pensavam que conseguia fazer isso por ser mais velho que a média, já que entrou com dois anos de atraso na escola, mas era devido aos estudos mesmo.

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Berlock Safe
FantasyBerlock Safe é adulto que passou cinco anos em reclusão até ser expulso de casa por seus pais, jogado no mundo e ele se vê sob o desafio de conseguir um lar, uma esposa e um negócio próprio, antes o que parecia impossível agora está cada vez mais pe...