Chovia de forma violenta naquela noite em Brookhaven. Martha já havia fechado todas as portas e janelas, Bruno estava enfurnado no celeiro a espera de Rebeca. Ele estava indo a loucura, a prima não atendia o celular, havia saído no começo da tarde e prometido voltar ao final dela, porém sua promessa estava se perdendo conforme a noite ficava mais escura naquela tempestade.
Rebeca pulou do pequeno barco, a água parava na altura de sua cintura e ela não se assustou com isso, a chuva continuava a complicar aquela noite, mas ela não se importava, A jornalista empurrou o barco até a beira ao final do lago e caiu na grama. Simone pulou do abrigo e puxou a mão de Rebeca, a corrida no meio da chuva parou quando encontraram abrigo em uma casa da árvore de um parquinho infantil.
As duas gargalharam alto e, exaustas, deitaram-se naquele estreito abrigo.
— Eu não planejei essa chuva — admitiu Rebeca quando olhou para o teto colorido de desenhos feitos de giz de cera — esse é o nosso primeiro encontro e ele foi arruinado, provavelmente você vai ganhar um resfriado por isso.
— O lado bom é que eu nunca vou esquecer desse primeiro encontro — respondeu ao virar a sua cabeça para observar o perfil da outra — está sendo perfeito, Rebeca.
— Você realmente acha? — questionou ainda incerta, Simone provavelmente estava sendo gentil — eu fui perseguida por um pato assassino, quase caí do lago e morri afogada, uma chuva completamente inesperada surgiu e ainda pegaremos um resfriado. Você tem um conceito de «perfeito» muito diferente do meu.
Simone gargalhou, ela ainda se acostumava com aqueles novos sentimentos que cresciam a cada vez que estava com Rebeca.
— Um encontro perfeito não é sobre o quão incrível a situação possa ser, mas sim sobre com quem você está tendo esse momento, e, para mim, estar aqui com você é perfeito, eu não mudaria nada.
Bruno sabia.
Rebeca também sabia.
Provavelmente todas as pessoas que estavam com Rebeca ali, naquele verão, sabiam que a jovem tímida de Meadowbrook estava tendo sua primeira paixão pela garota de Riverside. Estava estampado em seu olhar, na forma como falava de Simone, em como as palavras não eram tão importantes quanto seu sorriso que entregava tudo.
Mas Simone não.
Simone não sabia.
Simone esperava.
Isso, esperança.
Simone esperava que seu sentimento encontrasse o de Rebeca no meio do caminho, e não tivesse que percorrer toda a estrada sozinha.
— O verão acaba em pouco mais de um mês... — sussurrou e foi quando o trovão abafou suas palavras — eu não sei se quero que ele acabe, Simone.
— Eu sei — Simone sentiu o frio arrepiar sua pele, não sabia ao certo se era por causa da chuva lá fora, ou Rebeca ali dentro — eu não quero que ele acabe.
Ali, lado a lado, as mãos das duas se encontraram, se entrelaçaram, e Simone sentiu seu corpo aquecer no meio daquele frio cruel.
— Podemos não pensar nisso agora? — pediu a herdeira dos Biles — eu só quero não ter que pensar no final, eu quero aproveitar o que temos agora.
Rebeca voltou a olhar para a garota ao seu lado, aqueles olhos tão misteriosos os quais ela ainda não sabia se eram verdes, mas estava apaixonada por tentar decifrá-los.
— O que temos agora? — queria saber onde estavam naquela tempestade de sentimentos.
— Eu gosto de você Rebeca, eu gosto da forma que você me olha quando acha que não presto atenção, eu gosto de como você segura minha mão e me faz esquecer qualquer preocupação, eu gosto de ser aquela garota clichê com sua primeira paixão de verão. Eu gosto de como me sinto — Rebeca prendeu a respiração, ela não esperava aquela declaração — eu gosto de estar apaixonada por você.
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Querido Amor Verdadeiro
RomanceADAPTAÇÃO REBILES Rebeca Andrade acreditava no maior conto de fadas já apresentado, ela acreditava em amor verdadeiro e com ele todos os caminhos que a levaria para seu perfeito "Felizes Para Sempre". Ela só não esperava que seu querido amor verdade...