Dificuldades preparam pessoas comuns para destinos extraordinários.
- As Crônicas de Nárnia
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Será que o instinto de desconfiar é um eco de experiências passadas, ou um pressentimento do que está por vir? Como distinguir entre o sussurro da prudência e o grito da insegurança?
Quem realmente merece nossa confiança? São as palavras doces ou as ações constantes que revelam a verdade de um coração? É possível confiar plenamente em alguém, ou sempre haverá sombras onde a dúvida se esconde?
Como identificar aqueles que, mesmo em silêncio, demonstram lealdade? É na constância dos gestos simples que se encontra a verdadeira fidelidade? Podemos confiar naqueles que respeitam nossos limites e compreendem nossas dores, ou estamos fadados a encontrar decepções onde esperamos apoio?
Devo confiar na presença constante, mesmo quando a tempestade ruge, ou naqueles que surgem apenas nos momentos de luz? Será que a verdadeira amizade se revela na ausência de promessas vazias e na construção de pontes sólidas com ações?
A prudência deve sempre acompanhar a confiança? Como equilibrar a abertura do coração com a proteção da alma? Seremos capazes de ouvir não só as palavras, mas também o silêncio que fala mais alto?
No final, a confiança é um ato de coragem ou de sabedoria? Podemos realmente reconhecer quem merece entrar em nosso santuário de confiança, guiados pela intuição e pela clareza?...
[...]
No mesmo corredor do meu quarto, ao fundo, noto uma grande porta de dois lados, destacando-se entre as outras.
Olho para trás e confirmo que estou sozinha. O corredor é longo e silencioso, apenas a porta do meu quarto e a misteriosa porta no final, solitárias em um corredor vazio.
A tentação me domina, uma curiosidade avassaladora que me consome mais do que deveria. Sem perceber, já estou caminhando em direção ao final do corredor, meus passos lentos e quase hipnotizados. Minha mão toca a maçaneta gelada, e um calafrio percorre meu corpo. Giro a maçaneta, ouvindo o som metálico da tranca se destravando, e a porta começa a se abrir com um ranger suave.
— O que pensa que está fazendo? — Alguém me interrompe abruptamente, sua voz firme e autoritária. Sinto uma mão grande e fria cobrir a minha, o toque surpreendentemente gélido enviando um arrepio pela minha espinha. A mão, muito maior que a minha, envolve meu punho completamente e, com um movimento rápido, fecha a porta atrás de mim.
Viro-me rapidamente e encontro Nathaniel seu olhar severo e penetrante fixo em mim. Seus olhos, escuros e intensos, revelam uma mistura de desagrado e alerta.
— Eu... eu só estava curiosa — balbucio, tentando justificar minha ação.
— Este lugar não é para ser explorado. — ele diz, sua voz baixa, mas carregada de autoridade. — Há coisas aqui que você não entende.
Meu coração dispara, e por um momento me sinto como uma criança pega em flagrante. O corredor, antes silencioso, agora parece carregado de tensão. Cada detalhe se intensifica — o cheiro da madeira polida, a luz suave que banha as paredes, tudo parece mais vívido enquanto tento processar a situação.
— Desculpe, eu não sabia — digo finalmente, dando um passo para trás, minha curiosidade substituída por um crescente sentimento de cautela.
Ele mantém sua mão sobre a minha por mais um segundo, depois a retira lentamente, como se assegurando que não vou tentar abrir a porta novamente. Seus olhos suavizam ligeiramente, mas ainda carregam um aviso.
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As Crônicas De Everdon - A Ascenção Da Profecia
FantasyNo mundo místico de Everdon, uma profecia previu quatro governantes para liderar cortes representando as estações do ano. Antony comanda a Primavera e o Verão, Aleksander o Outono, e os gêmeos Raelynn e Nathaniel o Inverno e o Noturno. Exilados na T...