Para Isobel Rosier, a melhor comemoração do ano, depois do aniversário de seus filhos, havia chegado e se apresentado pela casa, em detalhes bordôs e dourados, mais rápido do que na casa de outras famílias. A mulher que sempre fora muito ansiosa, já garantia que tudo estivesse no lugar estimado desde o momento que acordou.
Receberiam algumas famílias dos sagrados 28, como fizeram na grande maioria dos últimos anos, parentes do lado Black, alguns da família Crounch, outros poucos dos Nott e quem sabe integrantes Malfoy e Greengrass.
Black.
Esse sobrenome tivera assombrado a mulher pelas últimas noites, o seu inteligentíssimo marido havia lhe apresentado a miserável ideia de prometer sua pequena Thessaly ao filho mais velho de Órion e Walburga Black. Foi uma noite longa de discussões para que ela, então, entendesse que Thessaly e Sirius não tinham nenhuma ligação sanguínea e que não teria nenhum ato nojento e repugnante de incesto dentro deste casamento, mas sua filha ainda teria um casamento arranjado, isso não agradou Isobel. Não queria um casamento sem amor para sua filha, não um como ela teve. A mulher veio a aceitar temporariamente até que tivesse tempo para discutir com o marido.
Ignorados, os problemas se tornaram menores assim que comparados com o desafio de fazer seus três pequenos filhos vestirem roupas combinando para o Natal. Os garotos, que haviam recém se entrosado com a fase dos 8 anos, decidiram fazer da vida da 'mamãe' uma bagunça assim que esconderam as roupas por partes da casa. Era uma pena que, para infelicidade de Evan, as garotinhas foram persuadidas facilmente por poder comer duas vezes a deliciosa sobremesa preparada apenas uma vez no ano.
Os Rosier já estavam prontos, com os cabelos extremamente loiros já bem penteados, com as pesadas e quentes roupas postas, eles esperavam sentados, depois de algumas fotos com uma espécie de câmera bruxa, enquanto um pintor muito conhecido no mundo bruxo, fazia uma bela pintura comparável com o tamanho de uma mesa de piquenique. Então os primeiros convidados para o Natal do ano de 1968 chegaram, lá estava Walburga e Órion Black, um menino magro com um cabelo muito preto, menor do que o outro, que Isobel, e Thessaly, deduziram ser o filho mais novo do casal. Atrás deles estava Sirius, mais alto e mais sorridente.
Anos mais tarde daquele Natal, onde aquele dia era só mais uma memória, Thessaly Rosier acordou esbaforida e, como consequência de uma noite mal dormida, também descabelada. Era o primeiro dia de mais um ano em Hogwarts, agosto tinha se despedido e se tornado apenas um momento em sua história a se superar. Assim que acordou, Thessaly iniciava o ritual que praticava em todos os primeiros dias de aula, a primeira coisa de sua lista mental, checar suas malas, já poderia ser excluída, então, desejando silenciosamente não estar atrasada para encontras seus irmãos, ela correu para o quarto de Pandora.
— Pan! Evan já acordou? — A garota tinha seu sorriso exposto, mesmo que fosse para disfarçar que fugira de seu pai quando o viu pelo corredor.
— Saly, bom dia, você 'tava correndo? Não, Evan não acordou, eu já fui chamar ele, mas ele...Você pegou meu casaco azul? Sabe, aquele super largo que papai odeia? — A garota olhou a irmã, a deixando rir de seja lá o que ela fosse zombar na irmã mais nova. — Ok Saly, me diga do que está rindo.
— De você! — Pan esticou as sobrancelhas e balançou a cabeça em concordância enquanto ainda procurava o casaco azul, mandando a irmã falar logo — Você mesma se interrompe, não percebe isso? Vou acordar Evan, se eu ver papai queimando seu casaco eu te aviso.— Dessa vez era ela quem se interrompia, mesmo tendo a voz calma, soltava as palavras umas em cima das outras para encobertar a mentira, ela havia sim visto o casaco da irmã, exatamente dentro de sua mala, debaixo de uma meia-calça vermelha.
Thessaly andava com calma até o quarto do irmão, amaldiçoando o nome de Evan por ter escolhido logo o último quarto do corredor, a bota de couro tingido por algum tipo de tinta marsala batia o mais leve que fosse possível contra o chão para que não fosse surpreendida pela presença do pai. Mas parece que Evan já estava acostumado com o barulho da bota, assim que ela abriu a porta para acordar o irmão, ele fingia continuar a arrumar as coisas de forma apressada.
— Evan...Vamos, já são nove horas, eu e Pan estamos esperando você, sabe, para tomar café e dar uma caminhada. — Thessaly colocou certa ênfase na última parte, de forma disfarçada, para tentar amolecer o coração do irmão. Evan andava de cara fechada nos últimos meses, parecia esconder algo de Saly e Pandora.
— Saly, eu já vou. — A garota puxou o ar e o soltou, aliviada pelo apelido, mas chateada pelo quanto aquela pequena frase já abriu tantos "e se?'' em sua cabeça. — Você se importa se eu não caminhar com vocês hoje? — Saly já estava saindo do quarto, mas parou quando o irmão perguntou se ela se importava, é claro que ela se importava, e ele sabia. — Tudo bem, eu vou.
Ela saiu do quarto, só parou de novo quando viu a porta do quarto em que sua mãe ficava, ela estava acamada desde o final de janeiro de 1969, já fazia 6 anos. Então pandora a abraçou por trás, como forma de consolo, Pan arrastou a irmã mais nova até o andar de baixo, quase obrigando Saly a comer.
— Evan...?
— Vamos comer, depois caminhamos e se ele parar de brincar de esconde-esconde de segredos, ele se junta a nós. — Pandora espalhou o brilho labial apertando os lábios. Fora sua única reação, apenas aceitar a indiferença que o irmão decidiu usar como forma de tratamento.
Apenas as garotas comeram juntas àquela manhã, apenas a irmã mais velha e a irmã mais nova de Evan caminharam aquele dia. As dez horas e trinta minutos, no primeiro dia de setembro, elas já estavam na estação Kings Cross, atravessando a passagem secreta para pegar o expresso que as levaria até Hogwarts. Não demorou muito para começarem a embarcar no trem, não tinham de quem se despedir. Tinha quem as olhasse com dó, tinha quem as olhasse com dúvida.
Elas não viram Evan na hora de embarcar, mas Saly viu Sirius, Sirius Black.
Não tivera tempo de o observar e tirar conclusões sobre como ele estava esse ano, a irmã mais nova foi mais rápida em arrastá-la para guardar as grandes malas e procurar por chocolates. Mas os pensamentos sobre o que havia acontecido naquele mesmo ano não evaporavam tão rápido quanto o vapor do chá que tomara antes de sair de casa.
— Eu fiz esse capítulo extremamente curtinho como uma introdução, masss, vou fazer capítulos que tenham em média quatro mil palavras! Inclusive não gostei muito desse capítulo, talvez por ser o primeiro?
— Se quiserem saber mais sobre dear reader, posto threads lá no twitter (@/tlgadera)𝐃𝐄𝐀𝐑 𝐑𝐄𝐀𝐃𝐄𝐑 , Sirius Black.
allie tlgadera , 2024.ᐟ🧾
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𝐃𝐄𝐀𝐑 𝐑𝐄𝐀𝐃𝐄𝐑, Sirius Black
FanfictionThessaly Rosier pouco teve paz durante seus, não muito duradouros, anos de vida. Mas os ventos angustiantes do outono lhe empurraram até o inverno mais doce e ao verão mais fresco que já conheceu. A mais velha dos trigêmeos Rosier se apaixonara pelo...