𝐇𝐨𝐨𝐤𝐬 𝐢𝐧 : 𝐍𝐨 𝐇𝐨𝐥𝐝𝐬 𝐁𝐚𝐫𝐫𝐞𝐝 |• ɢᴀᴅʀɪ

Chapter 3

Pablo Gavira.

As manhãs de segunda-feira são uma droga em um dia bom. Mas depois de um fim de semana
de merda, é praticamente a pior coisa de todas. Pensei em ligar dizendo que estava doente
algumas vezes esta manhã, enquanto me arrastava para me preparar para o trabalho, mas não posso fazer isso.
Não só porque eu me sentiria culpado por mentir, já que não estou realmente doente, mas ficar em casa seria como se estivesse dando outra vitória a Pedri.

E como diabos ele vai me deixar deprimido.

Mesmo que seja exatamente isso que estou fazendo, enquanto fico aqui no chuveiro e deixo
a água quente escorrer pelo meu rosto. Chafurdando em minha própria autopiedade.

Eventualmente, saio do chuveiro e tento me livrar de tudo. Exceto que recebo outro pequeno
lembrete da minha situação quando me aproximo do espelho, enxugando o vapor para ver meu olho roxo olhando para mim.
Me inclino para inspecioná-lo, já que o inchaço já desapareceu.
Mas há alguns hematomas graves, que serão divertidos para o trabalho.

Quando estou lá embaixo fazendo café, me sinto um pouco melhor. Eu amo meu trabalho,
então espero que um bom dia de trabalho me ajude a esquecer o que perdi neste fim de semana.

— Ei, Gavira.

Olho para cima enquanto espero meu café ficar pronto, para ver Alexis entrar na cozinha.

— Manhã. — Sorrio para ela, e ela enfia a mão no armário para pegar uma tigela.

— Estou fazendo panquecas. Quer um pouco? — pergunta.

Balanço a cabeça, pego minha caneca de viagem e coloco café nela.

— Gostaria de poder, mas preciso sair agora.

E eu realmente gostaria de poder. Alexis faz panquecas doentias . Da última vez ela colocou bananas, gotas de chocolate e manteiga de amendoim. Eu os comi por uma semana seguida. Ainda bem que ela praticamente mora aqui agora, já que ela e meu colega de quarto, Harrison, ficaram bastante sérios. E devo dizer que ele se saiu bem. Não só por causa da panqueca, ela também é gostosa. Dou uma pequena olhada furtiva enquanto ela estende a mão para o armário, e a camiseta de Harrison sobe apenas o suficiente para mostrar a barra de sua calcinha.

— Mais para mim — diz Harrison, entrando na cozinha e embrulhando seu braços em volta da cintura de Alexis.

Falando em gostosa... Eu sutilmente verifico a bunda de Harrison também no caminho até a geladeira para pegar creme de café.
O cara tem uma bunda linda e ele sabe disso.
Mas, infelizmente, ele não gosta de pau.
Descobri isso da maneira mais difícil quando tentei buscá-lo em um bar. Ele disse que era hétero, rimos disso, bebemos, descobrimos que ambos precisávamos de companheiros de quarto e o resto é história.
Ele é um cara legal e um colega de quarto doente, então acho que tudo deu certo.
Além disso, aquela coisa de não foda onde você dorme. Espere, não, isso não está certo. Você foderia onde dorme... Tanto faz, deu tudo certo.

— Bem, tenham um bom dia. — digo enquanto pego minhas chaves e vou em direção à porta.

— Até mais! — Harrison grita da cozinha e ouço Alexis rindo enquanto ela faz panquecas e ele beija seu pescoço. Ah, amor jovem.

Entro no meu jipe e ligo o aquecimento, pois o ar de novembro está ficando frio. Enquanto espero meu carro esquentar, procuro em meu telefone algumas músicas que vão melhorar meu humor e definir o tom para, com sorte, um bom dia. Meus lábios se curvam em um sorriso quando pouso no rock dos anos noventa. Se isso não ajudar nem um pouco, então eu realmente deveria ter ligado dizendo que estava doente.