Difícil de lidar

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No começo foi difícil aceitar que não tinha chances. Seus pensamentos sempre iam para: mudar levemente a realidade pra fazer Satou gostar dele. Mas no final pensava que não ele merecia, que preferia passar o resto de sua vida lamentando ter perdido aquela chance do que viver feliz num relacionamento forçado.

Ele, no dia seguinte, após Aiura passar a noite na casa dele tentando o convencer a não fazer nenhuma outra idiotice, foi pra escola, totalmente a contra gosto. Estava acabado e não queria encontrar o seu amor naquela situação.

E então, seu maior medo aconteceu, Satou foi o primeiro rosto que viu. Estava perdido demais pra perceber o fundo enciumado no olhar dele ao ver Aiura do seu lado. Mas o mais óbvio era a preocupação evidente dele. Saiki sentiu seu coração apertar ao ver que havia deixado o menino preocupado. Ele tinha olheiras por não ter dormido a noite toda, olhos inchados de chorar, um rosto vermelho pelo choro breve antes de ir pra escola e o andar manco do qual ele jamais diria o motivo:

- Ó meu Deus, o que te aconteceu?- o moreno praticamente correu na direção do outro, tocando seus ombros com uma preocupação palpável.

- Só não tive uma boa noite de sono, não se preocupe tanto.- ele quis socar o próprio rosto quando notou que estava falando de verdade, que estava abrindo a boca e produzindo sons pra ele.

Ele devia se afastar e mandar Satou nunca mais falar com ele, pra evitar aquela tortura de estar sempre tão perto mais ainda sim longe do que realmente quer. Mas ele não podia. Não quando aquela presença fazia ele sentir um calor tão bom no peito e se sentir confortável como nunca se sentiu antes. Era impossível pedir pra que ele fosse embora, ele iria morrer se perdesse o pouco que tinha daquele anjo.

- Se você diz, tudo bem. Mas eu sei que não é só isso.- os olhares se encontraram, com o moreno suplicando com os olhos pra que o outro confiasse o suficiente nele pra falar o que realmente aconteceu.

Mas o silêncio se fez presente, aceitou de forma relutante que não saberia o que de fato ocorreu com ele. Não insistiria se fosse algo do qual o outro realmente não gostaria de compartilhar com ele. Começou a ficar desconfortável, a forma como um evitava o olhar do outro e nenhuma palavra era proferida naquele momento. Mas ambos estavam sem coragem pra falar nada. Então ficaram ali até que o sinal tocasse e cada um tivesse que ir pra sua sala. Antes de virar pro corredor oposto, Satou olhou pro outro antes de dizer:

- Seja lá o que esteja te assombrando, espero que passe e você fique melhor.- disse de forma sincera e preocupada, acenou timidamente e o deu um sorriso antes de seguir em frente no corredor.

Ambos seguiram seu próprio caminho. Mas nenhum dos dois conseguiu esquecer o outro. Os pensamentos voando durante as aulas, nada mais importava mais do que o que os tanto preocupava. Satou se sentia imponente por não poder fazer nada pra ajudar Saiko enquanto esse se sentia imponente por Satou gostar de meninas e ele nunca poder fazer nada pra mudar isso.

O intervalo foi constrangedor, pra dizer pouco. Ambos se sentaram juntos, um de frente pro outro. O silêncio foi a única coisa que escutaram um do outro. Nenhum dos dois queria incomodar o outro, então permaneceram em silêncio, com medo de falar algo errado. Mas, mesmo no silêncio, o moreno deu um pedaço de seu lanche pro outro, visto que ele não estava comendo nada. Foi fofo na visão de Saiki, que aceitou sem dizer nada. Então eles permaneceram um silêncio até voltarem cada um pra sua sala de aula.

O ciclo se repetiu nas próximas aulas. Exceto que Saiki tinha um Kaidou apaixonado do lado dele do qual não calava a boca. Se perguntou se era tão apegado em Satou como Kaidou era pra sua paixão. Então, diferente do moreno que fingia simpatia com alguns colegas de classe, ele começou a dialogar com o outro menino:

- Kaidou, você está realmente tão apaixonado assim por ele?- finalmente se virou pro outro atrás de si.

- Você não me parece homofóbico, Saiki. Está incomodado por eu gostar de outro homem?- assumiu uma postura defensiva, não era todos que sabiam sobre sua bissexualidade. Mas, mesmo que Saiki não lhe desse atenção, ele acabou contando que gostava de um menino pra ele.

- Eu não sou homofóbico, Kaidou. Só que você não para de falar do Aren desde que voltamos do recreio.- ele achou divertido como o rosto dele assumiu um tom rosa.

- Não fale alto assim! Ele pode acabar escutando.- o outro estava nervoso, olhando ao redor com medo de alguém ter escutado.

- Todo mundo já sabe que vocês dois têm interesse um no outro. Vocês vivem abraçados, elogiando um ao outro e se olhando de uma maneira bem sugestiva.- ele assistiu o menino ficando cada vez mais rosa.

- Acha que ele sente o mesmo por mim?- perguntou de maneira esperançosa, Saiki jurou ter visto seus olhos brilharem.

- Eu não acho, tenho certeza. Já peguei ele olhando pra sua bunda.- talvez aquilo não fosse necessariamente verdade. Mas ele realmente já leu os pensamentos do outro e encontrou alguns comentários vergonhosos sobre aquilo. Era mais fácil dizer isso do que explicar que leu os pensamentos dele.
(Saiki teve pesadelos com isso naquela noite, não é uma memória agradável pra ele.)

Depois disso, Kaidou finalmente ficou em silêncio. A vergonha o fez calar a boca. Saiki fez uma nota mental de falar com Aren sobre isso depois, estava se sentindo estranhamente solidário.

Na hora de ir embora Saiki, inconscientemente, permaneceu ali até que seus olhos captaram a figura de Satou. Naquele momento se preparou pra finalmente ir embora, mas sentiu uma mão suave no seu ombro:

- Eu fiz algo, Saiki?- a voz soou insegura, como se sentisse culpa.

- O que? Não, é claro que não.- sentiu seu coração acelerar de forma brusca, como se fosse sair pela sua boca.

- Eu sei que tem algo a ver comigo. Por favor, você é a única pessoa que eu tenho. Eu te chateei?- viu como segurava o choro, imaginando o que se passava pela cabeça do outro. - Eu não quero te perder. Você é importante pra mim e eu não quero ficar sozinho.

- Não tem nada a ver com você, só não estou bem.- Saiki acha que nunca fez tanto esforço na vida pra ser meigo em uma fala. Mas definitivamente pareceu convencer pelo menos um pouco o outro.

- Vou acreditar no que você fala. Mas qualquer coisa, por favor, fale comigo.- ele o deu um sorriso suave. - Agora eu realmente preciso ir, minha mãe vai ficar preocupada se eu demorar muito.- Saiki mal teve tempo pra processar quando Satou beijou sua bochecha antes de sair correndo pra fora da escola, nem olhando pra trás.

Meu deus, ele deu um sorriso tão bobo naquela hora. Tocando sua bochecha e ficando parado, tentando processar aquele acontecimento que fez sua barriga se encher de borboletas.





VOLTEI!!!!

Não morri, só preguiça de atualizar
"Dez meses de preguiça?" Sim🎀

Não revisei porque estava ansiosa pra postar

A próxima que eu vou atualizar vai ser a do Muzan e tem história nova vindo (atualizo tem as que já tem)

Sim, o Saiki não está usando os poderes. Estou fazendo o que eu quero e não a história seguindo o anime/mangá

Aceito críticas construtivas, mas se for falar merda melhor não falar nada

Obrigada por ler e até a próxima!

1880 palavras

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⏰ Última atualização: Nov 01 ⏰

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