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(Vote e comente, não seja um leitor fantasma ein)

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DANDARA BOCCHI

MEU TIME ESTAVA PERDENDO. Esse era o pensamento que não só rodeava a minha cabeça, como também me fazia quase perder a voz. Gritei tanto naquela arquibancada que outro torcedor, tão fanático quanto, se virou para mim e fez um sinal com as mãos para que eu ficasse calada. Eu também fiz um para ele, mas não tão educado.

Sempre que venho ao estádio, me lembro de minha mãe. Ela me ensinou mais do que apenas jogar beisebol; ela me ensinou a amar o jogo. Sentadas na arquibancada, ela sussurrava histórias sobre grandes jogadores e momentos épicos do time que torcíamos, fazendo com que cada jogo se tornasse ainda mais especial. Mas ela se mudou para o Brasil e eu passei a torcer para o time rival.

Eu torcia para o time de Los Angeles, que quase nunca jogava em Atlanta. Já até cheguei a pedir pro meu pai me levar em um que não fosse aqui, mas ele insiste que é perigoso e que é difícil arrumar tempo para viagens. Na verdade, eu acho que ele só não gosta de beisebol, porque ele sempre tem tempo pra mim. Só não tem tempo pro jogo.

E eu queria não ter também. Porque agora, quando percebo que meu time vai perder o segundo jogo consecutivo, eu me arrependo um pouquinho de ter me levantado cedo para assistir. Como torcedora, independente da má fase, eu sempre espero um pouquinho mais dos jogadores. E eles são raros, sabe? Raros do tipo que é difícil de encontrar, mas que infelizmente nosso time encontrou.

Estou brincando. Eu amo o time que torço.

Eu me esgoelo mais uma vez, tentando transmitir a energia que os jogadores parecem ter perdido. Ao meu redor, outros torcedores compartilham da mesma frustração, mas também da mesma paixão inabalável. Só ela pra explicar o porquê de estarmos aqui, assistindo um jogo feio desses.

Uma buzina soa, indicando que há apenas mais alguns minutos de jogo. Eu mordo o lábio, apreensiva, esperando um milagre que possa virar o placar. Foi então que, do nada, um dos nossos jogadores fez uma jogada espetacular, conseguindo uma rebatida perfeita. A bola voou alto e longe, enquanto eu prendia a respiração.

— Vai, vai, vai! — eu gritei, me levantando da arquibancada e puxando todos ao redor para se levantarem também. O estádio vibrou com uma onda de esperança. Mas, para minha decepção, a bola foi interceptada no último segundo. O out definitivo. — Porra! Outra vez!

Senti meu corpo afundar no banco, a derrota pesando nos meus ombros. Eu nunca fui de falar tantos palavrões, mas hoje eu fiz questão de gritar todos eles. O senhor que antes me pedia silêncio, agora gritava junto comigo.

Tão derrotada quanto o meu time, me levantei e caminhei em direção a uma das lanchonetes. O estresse não me impediria de beber refrigerante, mesmo que ele fosse muito.

𝐃𝐀𝐘𝐋𝐈𝐆𝐇𝐓 ୨ৎ Jaden WaltonOnde histórias criam vida. Descubra agora