Eu não consigo acreditar...

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Estou bem acordado…

Sim, eu estava no escuro…

Eu estava me apaixonando completamente, com o coração aberto…

Como eu li as estrelas de forma tão errada?...

E agora está claro para mim…

Que tudo o que você vê nem sempre é o que parece…

Eu queria saber na época o que eu sei agora…

Não teria mergulhado, não teria me curvado…

A gravidade dói, mas você a fez ser tão doce…

Até que eu acordei, acordei no concreto…

Caindo da nuvem mais alta…

(Wilde Awake - Katy Perry)


Ao escutar a palavra "gêmeos", os olhos de Stolas se arregalaram de surpresa. Ele provavelmente nunca esperou que ouviria aquilo um dia, na verdade ele nunca pensou que teria mais filhos além de Octávia. A expressão em seu rosto mudou rapidamente sendo tomado por um brilho de alegria e emoção.

– Gêmeos? – Stolas exclamou, um sorriso se formando em seu rosto. 

– Eu… eu me sinto tão feliz – Ele se voltou para Blitzø, segurando suas mãos com entusiasmo. – Blitzy, você ouviu isso? Vamos ter dois bebês!

Blitzø, por outro lado, estava paralisado pelo choque. 

– Droga, só pode estar de brincadeira com a porra da minha cara… – Ele murmurou, a palavra saindo de sua boca como se fosse uma piada cruel. 

Imaginar um já o deixava assustado o suficiente, mas dois o deixava apavorado. Murmúrios e sussurros saíam de sua boca enquanto seu cérebro parecia funcionar a mil. Ele teria dois bebês, o que significava trabalho em dobro, responsabilidade em dobro, tudo em dobro.

– O senhor tem algum gêmeo na família? – perguntou a médica, lançando um olhar curioso para Blitzø.

– Puta merda, eu tenho uma irmã gêmea — Blitzø respondeu, ainda boquiaberto. Ele ainda não estava acreditando que sua genética o fez gerar gêmeos.

– Isso explica muita coisa – disse a médica, com um leve sorriso. 

– Dois... São dois –  Seus olhos de repente arderam de lágrimas e sua respiração falhou enquanto ele lutava para conter o soluço. 

– Senhor, não pode se estressar, – alertou Elena, preocupada ao ver a reação dele.

Blitzø sacudiu a cabeça, visivelmente inquieto. –  Eu não consigo tá bom? Eu não consigo parar com isso, não consigo deixar de me preocupar –  disse ele, a voz carregada de sarcasmo e desespero. 

– Eu sinto muito por você se sentir assim, querido – disse Stolas suavemente, segurando sua mão. 

– Stolas, pare de se desculpar por tudo, porra. Isso é irritante pra caralho –  Blitzø rosnou, puxando a mão de volta e cruzando os braços, visivelmente perturbado. O brilho no rosto de Stolas sumiu instantaneamente como se uma montanha estivesse esmagando seu peito. Ele era irritante? Ele só estava tentando fazê-lo se sentir melhor, então por que? O ele fez para receber tanto desprezo? 

–  Eu quero ir para casa. Onde estão minhas roupas? – Blitzø perguntou, levantando-se da maca, claramente ansioso para sair dali. 

– Senhor Blitzø, todos têm medos e dúvidas, mas… – A voz suave de Elena tentou intervir com a intenção de acalmá-lo, mas foi cortada no meio da sua fala. 

Me ensine a amar - StolitzOnde histórias criam vida. Descubra agora