Capítulo 3 - E é assim que eu....

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Ouvindo as inúmeras vozes animadas e os sons ao redor, acordei do meu breve cochilo. O céu solene havia se tornado escuro e nublado, e as luzes já estavam piscando por aí.

Enquanto escutava a voz familiar da senhora, que ocupada fazia negócios com seus clientes, coloquei a orelha para fora de entre os sacos de lixo.

Pelo que pude entender das conversas humanas, hoje não era feriado. Então por que está tão movimentado?

Cautelosamente, espreito meu rosto para a rua. Havia multidões de pessoas em todas as lojas, e o número de pessoas e carros era maior do que o normal também. Normalmente a senhora me traria o jantar por volta dessa hora, mas... ao pensar nisso, olho para a loja dela e a vejo correndo freneticamente.

Parece que não vou conseguir minha refeição tão cedo.

Fui para a parte de trás dos sacos de lixo. Se eu continuasse esperando na rua, com certeza me meteria em algo incômodo.

Quando já estava completamente escuro e a quantidade de pessoas havia diminuído, a senhora finalmente apareceu. No prato de papel que ela colocou na minha frente, havia uma pilha de carne de peixe, muito mais do que o usual.

Meu estômago começava a sentir fome, e eu comi agradecido.

"Não vi o Itou-san hoje. Você viu?"

A senhora murmura para si mesma e pergunta para mim.

Falando nisso, eu também não vi, pensei enquanto continuava a comer. Além disso, você está realmente perguntando para a pessoa errada.

Afinal, não me importo nem um pouco se aquele homem vem ou vai.

"Oii~! Está na hora de fechar a loja." 

"Sim, sim, estou indo."

A senhora responde, voltando para a loja.

Continuei comendo, ficando cauteloso com a rua que tinha muito menos pessoas do que antes.

"Olá, vocês ainda estão abertos?"

Ao ouvir uma voz masculina clara do outro lado da rua, de repente levanto o olhar.

Em frente à loja que a senhora estava prestes a fechar, estava um jovem que eu não conhecia, vestindo um terno preto.

"Sim, ainda estamos abertos." 

"Graças a Deus. Então, eu vou querer um desses..."

Ao ouvir essa troca, voltei meu olhar para a comida.

Subconscientemente, me senti irritado por ter olhado para cima, e franzi a testa.

'Eu não estou esperando por aquele homem nem nada. Isso mesmo. Não me importa se ele vem ou não.'

Eu havia comido metade da comida no prato de papel.

Como havia bastante, já estou cheio. Não há necessidade da lata daquele homem.

As pequenas lojas na rua começaram a fechar e a quantidade de luz diminuiu. O nível de umidade aumentou por um segundo, e eu, tendo terminado minha comida, senti um cheiro peculiar que aparece quando vai chover.

Depois de fechar sua loja, a senhora voltou, e pegou o prato vazio enquanto olhava para os lados da rua.

"Hmm, Itou-san não apareceu hoje, hein."

'Hmph, e daí?'

Limpando meu rosto com minhas patas, dei uma olhada rápida para cima, para a senhora.

The Fourteen Years I Spent as a CatWhere stories live. Discover now