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Chan e Hyunjin se conheciam desde a adolescência; inicialmente, suas diferenças pareciam intransponíveis. Chan era notoriamente introvertido, com uma aversão marcante por ser o centro das atenções, detestava multidões e raramente se sentia à vontade em interações sociais. Ele preferia livros e música a festas, e seus finais de semana eram geralmente passados em cafeterias tranquilas ou em longas caminhadas pelo parque da cidade.

Em contraste, Hyunjin era a personificação do carisma. Com uma energia inesgotável e uma presença magnética, ele nunca estava só. Sua aparência também não passava despercebida; seus longos cabelos negros, a pele pálida como a lua e os lábios sempre tingidos de um vermelho vibrante pareciam tirados de um quadro renascentista. Ele adorava a atenção que sua aparência atraía e usava sua beleza e charme para manter uma ampla rede de amizades.

Ele jamais admitiria, mas desde o momento em que seus olhares se cruzaram, algo dentro dele despertou.

Hyunjin conheceu Chan através de seu irmão, Jeongin. O mais velho logo fez amizade com o vizinho que acabara de se mudar. Eles eram jovens, com Hyunjin tendo apenas 16 anos e os outros dois 17.

— Maninho, esse é Chan, nosso novo vizinho — anunciou Jeongin, com entusiasmo na voz.

Hyunjin levantou os olhos do livro que estava lendo e viu um rapaz tímido ao lado de seu irmão. Chan tinha uma aparência despretensiosa, com cabelo castanho claro e olhos que evitavam contato direto. Mesmo assim, havia algo cativante em sua postura reservada.

— Oi, Chan, me chamo Hyunjin — disse o moreno, com um sorriso caloroso nos lábios, estendendo a mão para cumprimentar o novato. Sua voz era amistosa e convidativa.

Chan hesitou por um momento, olhando rapidamente para Jeongin em busca de algum tipo de encorajamento. Ele finalmente estendeu a mão, mas seus dedos tremiam ligeiramente.

— Oi, prazer — Chan falou com a voz baixa, quase um sussurro. Ele se encolheu ao estender a mão, seu corpo refletindo a timidez que sentia. Evitou qualquer contato visual direto com Hyunjin, seus olhos fixos no chão.

Hyunjin, percebendo o nervosismo do novo vizinho, apertou sua mão com gentileza, tentando transmitir confiança.

— Não precisa ficar tímido, Chan. Tenho certeza de que vamos nos dar muito bem — ele disse, mantendo o sorriso acolhedor.

Jeongin, sempre atento, entrou na conversa para ajudar seu novo amigo a se sentir mais à vontade.

— Chan, você tem algum hobby? Hyunjin e eu adoramos jogar basquete no parque. Talvez você possa se juntar a nós algum dia desses.

Chan levantou os olhos brevemente, mostrando um pequeno lampejo de interesse.

— Eu gosto de música... e tocar guitarra — ele respondeu, sua voz ainda baixa, mas com um pouco mais de confiança.

— Que legal! Hyunjin também toca um pouco de guitarra. Talvez vocês possam tocar juntos algum dia — sugeriu Jeongin, com um sorriso animado.

A ideia fez Chan levantar os olhos pela primeira vez, encontrando o olhar acolhedor de Hyunjin.

— Isso seria ótimo — ele murmurou, um pequeno sorriso começando a surgir em seus lábios.

***

Hyunjin sempre observava Chan, ficou cativado pela sua presença serena e pelos detalhes que o tornavam único. Os olhos profundos de Chan, que pareciam conter um universo inteiro de emoções, capturaram a atenção de Hyunjin, enquanto seu sorriso discreto e suas covinhas delicadas o deixavam sem fôlego.

À medida que passavam mais tempo juntos, devido à amizade dos mais velhos, Hyunjin começou a perceber os gestos sutis de Chan, os quais o deixavam ainda mais fascinado. 

A maneira como ele concentrava toda sua atenção em suas palavras, como seus olhos brilhavam com admiração quando discutiam seus interesses mútuos e como seu riso caloroso preenchia o ar ao seu redor.

Esses momentos íntimos alimentavam os sonhos de Hyunjin, que se via constantemente imaginando um futuro ao lado de Chan. Ele se pegava fantasiando sobre os toques suaves de suas mãos, sobre os sussurros trocados em noites silenciosas e sobre os beijos roubados que nunca ousaria pedir. Cada detalhe de Chan parecia uma promessa de um amor profundo e sincero, e Hyunjin se via desejando mais do que nunca explorar esses sentimentos.

No entanto, a realidade cruel era que Chan parecia estar alheio aos sentimentos de Hyunjin. Apesar de sua proximidade física e das horas compartilhadas, Chan permanecia distante emocionalmente, mantendo uma barreira invisível entre eles. Hyunjin sentia-se cada vez mais perdido em seus próprios pensamentos, debatendo-se com a incerteza de suas emoções e com o medo de arriscar a amizade.

Com o tempo, a paixão ardente do mais novo começou a esfriar, substituída por uma resignação melancólica. Ele percebeu que talvez nunca seria capaz de conquistar o coração de Chan, e assim, decidiu enterrar seus sentimentos mais profundos. Mesmo que o desejo ainda queimasse em seu peito, ele escolheu o silêncio, resignando-se ao papel de irmão de seu melhor amigo. 

It is what it is - hyunchan Onde histórias criam vida. Descubra agora