Blood // Water

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Faziam três horas que estávamos trancados naquele refeitório. Gelado estava vomitando e não havia parado de chorar por um segundo sequer. Camel o abraçava, tentando aliviar um pouco da ansiedade, mas não parecia funcionar. A cada minuto, Gelado chorava alto, e ninguém tinha coragem de reclamar.

Estávamos todos em choque, todos preocupados com Sun e com os ataques que ela estava fazendo aos campistas. Mavie, Henrique, Alec e Isack não estavam com a gente; estávamos divididos e sem saber o que fazer, era tudo uma verdadeira bagunça sem fim.

- Mano, essa mina tá doida? Eu vou sair com um taco de madeira lá fora e dar só uma na cabeça dela, acabou. Não sei nem porque estou aqui ainda. - Pietro disse, a voz carregada de raiva.

- Pietro, não, a gente não pode sair batendo nela. - Zoe tentou acalmá-lo, percebendo que ele estava mais irritado do que o normal.

- Não podemos bater? Essa desgraçada MATOU O DENZEL! - Gelado gritou, tentando engolir o seco, antes de voltar a chorar desesperadamente.

- Ele não está morto, vagalume... - Camel tentou intervir, a voz suave, mas cheia de incerteza.

- NÃO TENTE ME ACALMAR! ELE ESTÁ! DEIXAMOS ELE LÁ! - Gelado gritou, sua voz ecoando pelo recinto. Ele se agarrou a Camel, que tentava em vão acalmá-lo. - Ele está morto e a culpa é minha, toda minha.

- Isso é estranho para caralho... - Zoe perguntou, a voz trêmula. - Estamos trancados aqui e ela está lá fora, completamente fora de si, atacando todo mundo, por um arranhão no pé? O que porra ela foi fazer naquele rio?

- Não faz sentindo mesmo, por isso eu vou marretar aquela menina.

- Cala a boca Pietro, nos precisar ser estratégicos. - Disse, olhando para todos. - Primeiro, precisamos nos proteger, e você indo com a droga de um taco de baseball lá fora, não vai ajudar em nada.

O garoto coçou o queixo e revirou os olhos nervoso, como se a ideia dele fosse perfeita e ele um gênio incompreendido.

Camel, ainda segurando Gelado, olhou para os amigos com determinação. - Então vamos planejar. Não podemos ficar aqui para sempre. Precisamos agir antes que seja tarde demais, sem contar, que não fazemos ideia a onde então os outros, inclusive... Onde está o Henrique?

- Eu e o Pipo vimos ele com o Victor. - disse Zoe, limpando a garganta nervosamente. - Quando fomos... pegar bebidas.

Camel riu pela primeira vez em três horas, ao ver Zoe engasgar nas próprias palavras. No entanto, seu sorriso sumiu rapidamente ao perceber que Victor estava ali, sozinho, sentado em uma das mesas.

- Puta merda... VICTOR! - Camel se levantou abruptamente. - Cadê o Henrique?

Victor revirou os olhos e tomou um gole do café recém-passado, aparentando total calma. - Por que eu deveria saber? Não sou pai dele.

- Vai se foder, PUTA QUE PARIU VAI SE FODER! COMO ASSIM? VOCÊS ESTAVAM JUNTOS! - Camel gritou, a voz carregada de frustração e raiva.

- A gente se pegou, deixei ele dormindo e quando a merda aconteceu, eu vim para cá. - Victor respondeu com indiferença.

Camel riu novamente, mas dessa vez de puro nervosismo. Como Victor podia estar tão calmo? Gelado, logo atrás dele, tentou acalmá-lo, mas Camel não deu ouvidos. Seus punhos cerraram, a raiva tomando conta dele.

- Você está me dizendo que simplesmente o deixou lá? - Camel avançou alguns passos, os olhos fixos em Victor.

- Sim, deixei. - Respondeu Victor, sem qualquer remorso. - Ele estava dormindo e eu não ia ficar lá esperando por ele. Tenho meus próprios problemas pra resolver.

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⏰ Última atualização: Jun 02 ⏰

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