Capítulo 1| Diego Martins

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A adrenalina é um hormônio produzido pelas glândulas suprarrenais que, quando lançado na corrente sanguínea, prepara o organismo para responder a situações de estresse

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A adrenalina é um hormônio produzido pelas glândulas suprarrenais que, quando lançado na corrente sanguínea, prepara o organismo para responder a situações de estresse.

A adrenalina faz seu coração disparar, seus pensamentos se embaralham em uma fração de segundos e a felicidade momentânea te invade. 

Eu preciso disso para viver, é isso que me faz sentir vivo!

Correr e me esconder da polícia é a parte mais fácil do processo.

Mas estar com a cabeça grudada no cano de uma Taurus é consequência. Que muitas vezes acontece por descuido meu.

Meu coração parece que vai sair pela boca, sinto o suor escorrer pelas minhas costas por dentro da camisa.

— Tá suave, mano? — meu amigo, Felps, me pergunta ao me ver encostar na parede e respirar fundo. 

— Sim, eles já foram? 

Estávamos correndo da polícia, mais uma vez. Nos escondemos em um beco escuro e vazio.

— Já, graças a Deus — ele senta no chão pegando um baseado do bolso. 

A vida de traficante não é fácil, mas a grana que vem depois faz compensar tudo.

Meu telefone começa tocar no bolso, eu pego e vejo no visor que era a Clara. Recuso a ligação e decido ir embora.

Já passa das duas da manhã, eu estou cansado para caralho. Mas vendi tudo o que eu tinha para vender e o dinheiro tá pesando o bolso. 

— Vou nessa, Deus nos proteja! — me despeço de Felps que responde com um simples "amém" 

Olho para os lados antes de sair do beco verificando se tinha alguém e em seguida saio. 

As ruas estão vazias, o vento frio bate conta meu rosto me causando uma sensação de alívio. Uma sensação completamente falsa.

A vida criminosa na maioria das vezes é escolhida por falta de oportunidade dos envolvidos, mas no meu caso foi uma escolha.

Eu escolhi essa vida, quis isso. Sabendo que a qualquer momento eu poderia partir dessa para uma melhor. Fiz essa escolha com 12 anos, quando fumei meu primeiro baseado. 

Imaturo demais, ingênuo demais. Quando vi meu primeiro salário nas minhas mãos, eu me sentia orgulhoso de mim mesmo, me achava pra caralho pelo simples fato dos meus amigos serem maiores de idade, usuários de drogas e descolados. 

Mas era tudo ilusão!

Quando minha mãe descobriu que eu vendia drogas, ela me deu uma surra tão grande que no mesmo dia eu fugi de casa. Voltei dois dias depois quando ouvi dizer que ela estava desesperada me procurando. 

Fui crescendo, entendendo melhor as coisas e percebi que escolhi o caminho errado, e que para sair disso só sendo preso… ou morrendo. 

Quando completei meus 18 anos minha mãe faleceu me deixando sozinho com minha irmã clara. Na época ela tinha 14 anos, ela não saiu do meu lado em nenhum momento enquanto eu estava destruído. Foi ali que vi que a minha garotinha não era mais uma garotinha. 

Ela era mais forte do que eu pensava. Eu mato e morro por ela.

E eu sei que ela faz o mesmo por mim, mesmo quando eu chego em casa só no amanhecer depois de vender tudo.

— Caralho, DG, eu estava preocupada! — Clara pula do sofá assim que eu entro em casa.

Não moramos em uma favela, eu e minha mãe lutamos para que clara tivesse do bom e do melhor. Garantimos que ela tivesse onde estudar, mas a moradia faltou. 

O pai dela descobriu sobre a morte da nossa mãe e nos colocou em uma casa boa e segura. Ele tem grana, mas não foi nada luxuoso.

Já o meu pai, não se importava nem com a esposa, quem dirá com um filho. Não faço ideia da onde ele esteja hoje em dia. 

— Diego, meu nome pra você é Diego. — DG eu uso na rua, como um vulgo. Mas em casa, com ela é Diego.

— Não, o Diego nunca chegaria nesse horário e muito menos me deixaria preocupada! — a decepção é perceptível na voz dela.

— Eu estava trabalhando clara, você sabe. Já conversamos sobre isso, não vamos começar uma discussão agora entendeu?! Eu estou cansado pra caralho e você deveria estar dormindo! — a encaro nos olhos e desvio indo para meu quarto sem jantar.

Clara faz faculdade de direito, paga pelo pai dela. Ela diz que quer ser advogada criminalista pra me defender e me tirar da cadeia quando eu for preso.

Quando ela descobriu que eu vendia agiu com indiferença, mas ao longo dos dias eu via a decepção e o medo no olhar dela todos os dias quando saia e voltava tarde.

Essa vida não é fácil, mas eu corro atrás do meu sem passar por cima de ninguém. Não tenho inimigos, além da polícia. E eu sei que eles não fariam mal a clara sabendo que ela não tem envolvimento nenhum nisso.

Tranco a porta do meu quarto, tomo um banho rápido e deito na cama só de cueca. O cansaço me vence e eu logo durmo.

Durmo sabendo que amanhã é mais um dia de luta nessa vida.

Péssima decisão você tomou, Diego, péssima!

•••

Minha cabeça dói pra caralho, uma dor que nunca senti antes e meus olhos ardem assim que tento abri-los.

Onde infernos eu estou?!

Esfrego meus olhos lutando para me acostumar com a claridade. Finalmente abro os olhos e vejo que estou em um quarto branco, tem tanta fumaça pra todo lado.

Não é possível que morri enquanto dormia e agora estou no céu...ou em alguma sala privativa no inferno!

— Diego...

Uma voz doce e calma me chama, mas não parece ser de minha irmã.

— Não se lembra de mim, Diego?

— Eu devo estar ficando louco! — esfrego meu rosto com as mãos tentando me acordar, isso só pode ser um sonho! 

Me levando do chão frio que estava deitado e começo a dar sem direção pelo quarto, ele parece inferno. Quanto mais eu ando, mais ouço a voz me chamando.

Ando tanto que meus pés doem, porra quando corro da polícia dói bem menos!

— Até que enfim me achou Diego, éramos amigos se lembra?

Uma morena, baixa, com um corpo escultural e cabelos lisos, aparece em minha frente, mas ela está de costas. Não vejo seu rosto.

— Quem é você?! — minha voz sai mais grossa que o normal.

— Jade, eu sou a Jade.

Porra!

Que sonho foi esse?! Eu estou suado e sentindo meu coração pulando para fora do peito.

Quem é Jade?!

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⏰ Última atualização: Jun 02 ⏰

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