Capítulo - 1

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 Virei literalmente um sem-teto. Estou na casa do meu amigo Gaara desde que o Menma nasceu. O idiota do Obito – meu antigo namorado – apostou nossa casa no jogo e perdeu. O desgraçado nem estava mais comigo quando fez essa trairagem. Ele conseguiu os documentos da casa e apostou. Bem que tentei não entregar o imóvel, mas com aqueles caras todos armados, o que eu podia fazer?

Algumas pessoas diriam "chama a polícia!". Até faria isso, se eles não fossem bandidos perigosos e eu não tivesse um bebê para cuidar. Um bebê que não é meu. Céus, naquela época eu já fazia planos com o Menma.

O Obito me abandonou na pindaíba. Sim, pindaíba mesmo. Fundo do poço que chama, né? Eu sustentava a casa, já que ele era um encostado, preguiçoso, viciado em jogatinas. Um traste! 

Antes de mamãe falecer, ela ainda me avisou " Sasuke, fica longe desse sujeito. Não gosto dele." Eu deveria ter ouvido minha mãezinha. Fica o recado: ouça sua mãe ou você acabará nas mãos de um traste.

Éramos apenas mamãe e eu. Assim que ela faleceu, Obito disse que já era a hora de assumirmos um compromisso mais sério, e então foi morar comigo. Ele foi meu primeiro Alpha. Já tinha beijado alguns, mas foi com ele que fiz sexo pela primeira vez. Já tinha vinte anos na época. No começo foi bom, não posso negar. Obito era muito atencioso e o sexo era ótimo, mas depois de seis meses juntos, o traste foi demitido. Foi aí que tudo desandou.

Meu emprego de garçom mal dava para pagar as contas. Ele fazia uns bicos por aí, de um tudo pouco. Era pedreiro, eletricista, encanador, marceneiro e o que mais se precisasse. Mas o safado gastava o que ganhava em mesas de pôquer. As contas da casa acabavam sobrando para a mula de carga aqui.

Eu me esforçava. Estava dobrando meus turnos para dar conta de pagar tudo, mas meu chefe veio com a péssima notícia de que iria diminuir o pessoal, pois a crise tinha chegado para ele. Aquele papo que todos dizem quando vão demitir os funcionários e não querem ficar com a consciência pesada.

Fiquei no seguro-desemprego por seis meses. Nesse tempo, corri como um louco para arrumar outro trabalho, mas não deu em nada! Eu tinha só o segundo ano do ensino médio e nenhuma especialização. Minha experiência como garçom não servia de nada. Foi uma lástima.

Outro conselho: se não quiser virar mula de carga, estude. Mas me deixa voltar à história do traste. Um dia, depois de bater perna na cidade toda atrás de emprego, cheguei exausto em casa e ouvi uns gemidos estranhos vindos do meu quarto. Minha cama fazia o mesmo barulho de quando eu é Obito estávamos transando. 

Cama de ferro, sabe como é, né?  

 Meu coração congelou e minha respiração ficou presa na garganta.

Andei até lá com minhas pernas tremendo e abri a porta lentamente. Quase caí mortinho no chão. Vi Obito – com estes olhos que a terra há de comer. Se eu não morrer afogado – enterrado até o talo na Ino, minha vizinha. Fiquei roxo de raiva e dei um berro.

— Obito!

Enquanto o marido trabalhava na madeireira o dia todo igual a um burro de carga, aquela vagabunda ficava fodendo com meu homem!

 Comecei a jogar tudo o que encontrei pela frente naqueles dois. A quenga até tentou se vestir, mas Sasuke aqui não iria deixar barato não.

 Arranquei todas as peças das mãos dela e joguei a bisca para fora de casa. Peladinha da Silva. E, para ela pagar mais um pouquinho, gritei bem alto na porta.

— Fogo! Ajuda! Está pegando fogo!

 Na mesma hora, foi uma confusão de gente correndo para fora de casa para ver onde era o incêndio. Porque a alegria de pobre é ter sete vizinhos e um bafafá por perto. Não tenho nada contra. Cada um com sua felicidade.

Pai Por Acaso - Adaptação / MPREGOnde histórias criam vida. Descubra agora