Prólogo

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O casal estudavam juntos para as provas finais, esperando o horário daquela maldita consulta finalmente chegar. Já não era fácil ser adolescente, no último ano da escola, imagina quando se estava esperando um filho de seu namorado, que frequentava a mesma sala de aula que você. No momento, essa era a realidade de Beatrice, uma menina que se viu adulta em meio aos seus 17 anos.

Conheceu Benjamin, o pai de seu filho, quando ainda era nova demais para entender o que era o amor. Cresceram na mesma vizinhança, frequentavam a mesma escola, coisa normal de cidade pequena. E mesmo com todas essas coisas boas que os fizeram se aproximar, também havia aquelas que tentavam os separar, como a gravidez indesejada.

No momento, a garota passava a mão pelo relevo em seu ventre enquanto lia algo no livro de matemática, com medo e ansiosa para finalmente ver como seu bebê estava. Toda aquela fase de negação, não saber o que fazer e até mesmo pensar em medidas rigorosas já havia passado. Ambos estavam fechados em seus pensamentos, se importando somente em ter uma casa, um trabalho, dar uma boa vida para seu filho. Coisas que, novamente, não era para adolescentes com 17 anos pensarem tão cedo.

Em sua frente, Benjamin girava uma bola de basquete, acertando inúmeras vezes o cesto suspenso na parede do quarto. Sua altura o ajudava a ser um dos melhores jogadores da escola, e esperava que seu filho, ou filha também fosse. Seria o legado da família. Ele se orgulhava do quão bom era, o fazendo se tornar até mesmo capitão do time, porém o ensino médio já estava acabando, não poderia ficar nessa vida para sempre, principalmente na situação em que se encontravam. Ele devia e queria ajudar Beatrice em toda essa situação, era o mínimo que deveria fazer.

A garota olhou de relance para o relógio digital na cabeceira, sentindo seu estômago doer ao perceber que estava chegando perto do horário. Abriu um sorriso mínimo, porém não sabia se era de ansiedade ou nervosismo. Benjamin então percebeu sua inquietação, ele percebia tudo que a garota fazia.

— O que foi? Precisa de ajuda? Sabe que eu sou ótimo em matemática. — Brincou com ela, a vendo negar com a cabeça. Ambos sabiam que Benjamin era horrível com cálculos.

— Hmhm, tô pensando nesse aqui. — Passou a mão por sua barriga, fazendo um certo carinho. — A gente precisa decidir logo o nome. Daqui a pouco ele já nasce e–

— Mas a gente nem sabe se é menino ou menina! De que adianta escolher agora??

— É menino.

Benjamin finalmente largou a bola de basquete e se aproximou da namorada, ficando sentado em sua frente com a feição confusa. Como ela poderia ter tanta certeza?

Percebendo a situação, Beatrice completou:

— Pelo menos eu acho que é. E outra, casais geralmente fazem isso, sabia? É normal escolher os nomes antes de saber o sexo. Eu tenho certeza que "Benjamin" não veio logo que você nasceu! Você acha que seus pais olharam pra você e pensaram "Nossa que fofinho, vai se chamar BENJAMIN", claro que não. É uma coisa que precisa ser pensada muito tempo antes. O meu por exemplo, meus pais assistiram um filme no primeiro encontro em que a protagonista se chamava "Beatrice". Com o Spencer foi a mesma coisa, mas era o segundo encontro se eu não me engano.

O rapaz olhava fixamente para ela enquanto esta gesticulava com as mãos, não prestando realmente atenção no que falava. Mas fazendo um pouco de esforço, comentou:

— Então, se for menino, vai se chamar Bane, igual o vilão do Batman! — Apontou animado para o quadro com o símbolo de seu herói preferido na parede, vendo Beatrice negar rapidamente com a cabeça. Talvez naquele momento, ela pensasse que teria que lidar com mais uma criança em casa. Não sabia se estava realmente preparada para isso.

Bunny BucketsOnde histórias criam vida. Descubra agora