07. Expiação

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O fato de Severus não querer comparecer à reunião com o Conselho de Governadores de Hogwarts ficou evidente pela expressão azeda em seu rosto, que se instalou como uma carranca permanente no momento em que McGonagall informou a ele e a Harry que a presença deles seria necessária. Harry presumiu que era porque Severus esperava ficar entediado. Nenhum deles gostou muito de ouvir as demandas conflitantes dos curadores, alguns dos quais achavam que os alunos deveriam ser ensinados a se defenderem no caso de surgir um novo Lorde das Trevas e outros insistiam que as crianças deveriam ser mantidas livres de tal preocupações infelizes. Independentemente de suas posições sobre o tema, nenhum dos membros do conselho parecia interessado nas opiniões de um jovem professor de Defesa Contra as Artes das Trevas, nem nas de um professor que estava ausente de Hogwarts há muitos meses enquanto aguardava o julgamento pelo assassinato do seu Diretor.

Então Harry antecipou uma reunião desagradável antes mesmo de começar. O que ele não poderia ter previsto foi a expressão de ódio no rosto do recém-nomeado governador Quintus Fenwick, seguida da declaração:

— Não me sentarei à mesa com o homem que assassinou o meu primo.

Harry pensou que o olhar de repulsa de Snape era justificado, até mesmo contido. Várias vezes durante o encontro, ele olhou com simpatia para seu amante, tentando capturar seu olhar, embora Severus estivesse sentado muito imóvel e rígido, os olhos estreitados, mal disfarçando seu desejo de fugir da sala opressiva. McGonagall também parecia estranhamente severa e mal-humorada, ignorando Snape e Fenwick, o que não foi difícil; ela estava preocupada em chegar a um acordo sobre a questão das acusações de favoritismo entre os capitães de Quadribol das Casas.

Após o término da reunião, Severus optou por renunciar ao jantar, indo do Salão Principal em direção à masmorra, e Harry engoliu sua torta de pastor antes de correr atrás. Severus não iria querer sua simpatia, mas ele poderia muito bem querer resolver sua frustração com uma foda forte. O pensamento fez Harry sorrir ao bater na porta.

— Agora não — veio a voz abafada e irritada de dentro.

Ainda sorrindo, Harry bateu novamente. Nem uma vez desde a primeira vez Severus o recusou; ele ocasionalmente estava muito cansado ou muito preocupado com sexo, mas nunca parou Harry na porta. Girando a maçaneta, Harry descobriu que ela não estava trancada, apesar da resposta inequívoca.

— Apenas o tempo suficiente para fazer uma pergunta? — ele persistiu e, quando não recebeu ordem de ir embora, empurrou a porta.

Severus estava sentado em sua cadeira, embora estivesse de costas para a mesa, segurando algo na mão que rapidamente espalmou quando viu Harry entrar.

— Estou bastante ocupado esta noite — ele anunciou.

— Mesmo assim, acho que você poderia usar um pouco de diversão entre aquela reunião horrível e o trabalho — Harry interrompeu,oferecendo uma sugestão de sorriso. — Ou talvez eu possa ajudá-lo a relaxar enquanto você trabalha.

— Devo ser franco? Eu gostaria de ficar sozinho.

Então seria assim.

— Tudo bem, então, vou sentar na sua cama e ler.

Ele começou a atravessar a sala quando Snape se levantou. — 'Sozinho' significa 'não no mesmo quarto'. — Não era típico de Severus provocá-lo, usando aquele tom imperioso, porque ele sabia que isso excitava Harry, mas não havia nenhum brilho triunfante nos olhos escuros, nenhuma inclinação especulativa na cabeça. — Como tenho certeza que você notou, foi uma tarde muito longa e agora desejo descansar. Sozinho.

Snape realmente devia estar chateado se estava muito irritado para deixar Harry distraí-lo.

— Isso é sobre o que Fenwick disse? Se aquele bastardo realmente...

Absolution | SnarryOnde histórias criam vida. Descubra agora