Capítulo Nove

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Gael Ferraz

Minha mente estava confusa, enquanto eu sinto meu corpo doer, sem saber o motivo da dor.

É terrível pensar, que nesse momento, eu mal posso saber quem eu sou.

Então tudo que eu faço, é vomitar sem parar, mesmo que em meu estômago não tenha mais nada.

Hoje mais cedo, Yasmin apareceu, ela me deu alguma coisa e após isso, fomos ajudar meu irmão com sua crise no relacionamento.

Porque não importa o quão banal o problema seja, Yasmin sempre estará disposta a ajudar.

__ Gael? Filho, está acordado? - a voz da minha mãe é estranha, como se estivesse de baixo d'água.

Tento falar o nome dela, mas infelizmente não consigo, minha garganta dói e arde, com a força necessária para vomitar.

__ Pode deixar, senhora Ferraz, eu mesmo acordo ele, isso não é hora de dormir.

Eu conheço essa voz, mas de onde mesmo?

Ouço passos, que ficam cada vez mais perto. Olho para baixo, vendo um par de sapatos caros, um tênis bonito em uma cor horrível.

__ Oi, Gael. A abstinência está matando você?

Ele se abaixa, até ficar com o rosto perto do meu, olhando para minha situação de merda.

__ Vai se... - ele coloca a mão sobre minha boca.

__ Eu tenho um trabalho para você - balanço a cabeça em negação.

__ Você não tem escolha, seu inútil! Quero saber, desde quando seu irmão está com aquele mafioso, em?

__ Eu não sei - as lágrimas descem lentamente pelo meu rosto.

__ Então é melhor descobrir, porque o Rick não está nada feliz que o plano dele tenha dado errado.

Eu não sei do que ele está falando, mas envolve meu irmão e o namorado dele.

Não sei no que o Erick e o Rick estão envolvidos, mas aparentemente, eu preciso saber coisas sobre o namorado do meu irmão.

__ Não quero - mordo meu lábio com força.

Erick da uma risada e segura meu rosto, me fazendo sentir dor sobre seu aperto.

__ Você lembra do que fez, Gael? Se lembra do homem que você atirou?

__ Não fala, não fala!

__ Você gritou desesperado, com medo de ser preso, com medo dele estar morto. Então como um bom amigo, eu escondi você, coloquei o homem no carro, e o levei até o hospital. Infelizmente ele não sobreviveu, morrendo poucas horas depois.

__ Chega, eu não quero ouvir - luto para afastar o corpo dele do meu.

__ Todos os dias você olhava para aquela família desamparada, e dizia o quanto eles sofriam. E você era o culpado, porque pegou uma arma e quis brincar de ser gangster. Mas advinha? A brincadeira se tornou realidade, e você se tornou um assassino.

Erick segura meu rosto com mais força, só que dessa vez, eu não sinto tanta dor quanto antes.

__ Agora seja um bom menino, e faça o que eu mandar. Ou eu vou gritar o nome da sua mãe e dizer: seu filho preferido e amado, é um assassino desgraçado!

Erick enfia um comprimido na minha boca, e eu engulo. Logo após, sou jogado no chão, sentindo dor.

Não aguento e começo a chorar sem parar, com meu corpo tremendo em meio aos soluços.

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