𝟒!

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Acordei pelo barulho do despertador ao meu lado, desligando o mesmo com uma certa dificuldade. Não dormi muito bem ontem, já que passei a madrugada inteira jogando. Levei minhas mãos até o travesseiro, pegando meu celular que estava sob ele. Mandei mensagem para Emy, como eu faço toda manhã; e tomei coragem para sair da cama.

Tomei um banho não muito demorado, para não ter perigo de me atrasar. Coloquei o uniforme, e nos pés um All Star branco de cano alto, como de costume. Fiz minha higiene pessoal e passei um perfume, fiz uma maquiagem simples; rímel, gloss, corretivo e blush, e depois me apressei em arrumar a mochila, com todos os livros e cadernos que seriam usados na aula de hoje.

Saí de casa em passos lentos, pois ainda faltava um pouco mais de trinta minutos para começar a aula, e eu não moro muito longe da escola. Hoje Emy não poderia me acompanhar, então eu passei o caminho inteiro ouvindo música.

Chegando na escola, a aula ainda não havia começado, então resolvi ir até a biblioteca até bater o sinal. Uma sensação de alívio surgiu quando eu percebi que não tinha praticamente ninguém no lugar. Me sentei em uma mesa afastada do resto, pegando um livro qualquer na enorme estante. Eu só queria alguma coisa para passar o tempo, então não liguei para o assunto e nem para o nome do livro.

Finalmente já havia dado o horário, então eu me apressei para chegar á sala. Kenma já estava na sala, porém Kuroo não estava na mesa ao seu lado. Evitei fazer contato visual, mas senti seus olhos em mim, me olhando de cima a baixo. Apesar do pequeno constrangimento, antes de me sentar, dei bom dia para ele, que me respondeu com um pequeno sorriso.

Kuroo chegou praticamente na mesma hora que eu sentei, e um pouco depois Emy também. Perguntei o por que ela havia chegado atrasada, e ela apenas disse que dormiu muito e perdeu o horário.

A aula foi entediante, mas como eu cheguei praticamente no meio do ano, precisava prestar atenção no conteúdo. De vez em quando Kuroo me fazia alguma pergunta, mas tirando isso, fiquei calada a aula inteira.

Saí da sala no mesmo instante em que o professor nos liberou, sendo seguida por Emy. Retirei um pouco de dinheiro da capinha do meu celular, e peguei alguma coisa para comer. Emy estava sem dinheiro, então eu paguei para ela também.

- É bom fazer caridade as vezes, sabe? - A loira revira os olhos, enquanto me xinga de algumas coisas que eu não consegui entender. - Eu vou na biblioteca, você quer ir também?

- Eu preciso fazer uma coisa. Pode ir sem mim! - Balancei minha cabeça como resposta, ligando meu celular e entrando no Minecraft. Tinha mais pessoas do que antes, mas não em um nível absurdo. Vou até a mesa que eu estava antes, vendo uma figura conhecida sentada.

Vou até Kenma lentamente, parando ao seu lado e vendo o que ele estava fazendo.

Dei um pequeno sorriso e um riso baixo ao perceber que ele estava mobiliando uma casa cheia de gatos, no mesmo jogo que eu havia entrado á pouco tempo. Um deles incrivelmente me lembrava o garoto. Era um gatinho tricolor.

Kenma rapidamente se vira para mim, com os olhos arregalados e as bochechas um pouco rosadas. Ele ficava lindo assim.

- Relaxa, sou eu. - A feição do mesmo se tranquilizou, mas suas bochechas continuaram no mesmo tom de antes. - Posso jogar também?

- Claro. - Me sento na cadeira ao lado, e Kenma volta a prestar atenção no jogo.

- Qual é o seu nick?

- É Kodzuken. Mas não acha melhor você me falar o seu? As vezes não conseguem me achar porque escrevem errado.

- Não precisa, eu já achei.

- Ah, tudo bem. - Ele dá uma pequena pausa. - Vou te convidar para o mundo, ok?

- Sem problemas.


- Eu vou explodir a sua casa, Kenma.

- Tenta a sorte. Quero ver ter coragem.

- Duvida? Saiba que eu tenho coragem o suficiente para explodir essa, e todas as outras casas que você criar, viu?

- Só pra você saber, se explodir minha casa, vai construir uma nova. Idêntica á antiga. Ainda tem coragem?

- Essa casa feia, se eu explodisse, ia estar te fazendo um favor.

- Só chama minha casa de feia porque não sabe construir uma. Tô achando que tudo isso é inveja, Saori.

- Nos seus sonhos, gatinho.

Antes de Kenma responder, fomos interrompidos pelo sinal, que tinha batido. Nunca odiei tanto a escola como nesse exato momento. "Tinha que bater agora?".

- Acho melhor nós irmos para a sala. - Concordo com a cabeça, desligando meu celular e o guardando no bolso da calça, enquanto ia até a sala em passos lentos. Ficava feliz em ter Kozume ao meu lado, então não ligava em chegar atrasada e levar um belo esporro da professora.

Quando entramos na sala de aula, ainda não tinha muita gente, então nos sentamos e continuamos a conversar. Era incrível o jeito que nós nunca ficávamos sem assunto, sendo que nos conhecíamos a pouquíssimo tempo. Nós falávamos sobre tudo, jogos, animes, filmes, musicas, entre outros.

Eu me sentia estranhamente confortável com Kenma, sua presença me fazia bem.

Emy e Kuroo chegaram um pouco depois, e nós continuamos conversando.

Quando a professora entrou na sala, eu me virei para frente, e vi um bilhete sobre minha mesa. Olhei para Emy, e ela falou um simples "Abre.", e foi isso que eu fiz.

"Eita, Saori, já tá se aproximando do Kenma? Faz ele se apaixonar de você uma vez por todas, não aguento mais esperar esse quatro é par acontecer."

Respondi seu bilhete com outro bilhete, apenas com um "Para de ser louca, Emy.", e continuei a prestar atenção na aula. Vez ou outra, eu sentia um olhar queimar sobre mim. Julgava ser Kenma, já que era ele quem ficava na mesa de trás.

Como sempre, a aula foi um saco. Não esperei nem dois segundos para puxar Emy até a porta da sala de aula no mesmo instante em que o sinal bateu, fazendo ela resmungar, já que não tinha nem dado tchau para Kuroo.

Fingi que não escutei, e continuei andando até chegar na casa da loira, me despedindo da mesma e esperando que ela entrasse para ir até minha casa. Era tudo que eu precisava nesse momento.

Entrei no meu quarto em passos apressados, deixando minha mochila largada em qualquer lugar que estivesse desocupado e trocando de roupa. Coloquei meu pijama, escovei os dentes e me deitei, colocando a primeira série que apareceu após entrar na Netflix. Não estava com fome, então não preparei nada para comer, apenas me joguei na cama, sentindo o peso do cobertor em cima de mim.

Em menos de cinco minutos, eu estava apagada. Acabei acordando no meio da tarde, apenas para desligar a televisão, já que estava ficando incomodada com a claridade, e dormi de novo.












𝗵𝗲𝗿 𝗲𝘆𝗲𝘀, kenma kozumeOnde histórias criam vida. Descubra agora