Como tudo deu certo.

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A madrugada parecia mais solitária naquele dia, apesar de ser um sábado, não havia mais ninguém nas ruas

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A madrugada parecia mais solitária naquele dia, apesar de ser um sábado, não havia mais ninguém nas ruas. Justamente quando Minho mais queria ver alguém, ver qualquer movimento que pudesse tirar sua cabeça do que havia acabado de acontecer em sua casa.

Ele não chorava e não sentia nada além de apatia, seu estado de dormência emocional havia atingido o ápice desde que saiu da garagem às pressas e agora ele dirigia pela cidade, procurando qualquer conveniência aberta para comprar alguma bebida e uns doces.

Não precisou ir muito longe para encontrar um posto de gasolina fechado, mas com a loja aberta. Ele então entrou no estabelecimento com um sorriso simpático nos lábios. Quem visse de fora, jamais imaginaria que seu maior medo havia se tornado realidade naquela noite.

Voltou para o carro estacionado alguns metros do posto e sentou no banco do motorista, soltando a sacolinha no local vazio ao seu lado. Minho então fechou os olhos, respirando fundo aquela sensação de desesperança.

Um relâmpago acendeu no céu e ele sorriu. Só faltava a chuva para completar aquele clima de melancolia.

E quando as gotas começaram a cair, Minho suspirou fundo, sentindo o cheiro gostoso de terra molhada. Uma parte dele se sentia grato pelo seu irmão estar em uma viagem do colégio e não precisar lidar com aquilo.

A chuva aumentou em uma velocidade surpreendente e a neblina começou a se formar, os barulhos dos trovões e a claridade dos relâmpagos resultavam em uma combinação digna de filmes de terror.

Ele abriu uma cerveja e bebericou um gole. Sua intenção não era ficar bêbado, ele queria apenas continuar ali o máximo de tempo que conseguisse.

Um vulto chamou sua atenção e ele forçou os olhos, identificando um jovem se abrigando em um ponto de ônibus do outro lado da rua. Teria resolvido, se o vento não estivesse soprando tão forte e o molhando da mesma maneira.

E movido pelo impulso a necessidade de distrair a cabeça, ele apertou a buzina, rindo da maneira que jovem olhou para os lados, assustado. Um sinal de luz foi necessário para que ele visse o carro e corresse na direção dele.

- Entra aí - Minho abaixou o vidro assim que o rapaz se aproximou.

Poderia ser perigoso para ambos? Sim. Mas eles não se importaram.

- Oi - o homem se sentou do banco do passageiro e sorriu, passando as mãos nos braços para se secar como podia.

- Você é mesmo corajoso de entrar no carro de um desconhecido - o Lee riu, se esticando para pegar uma blusa velha que sempre carregava no banco de trás - aqui, usa isso para se secar e pode vestir se quiser.

- Obrigado - ele sorriu, achando graça do comentário do outro - é que a chuva está muito gelada. Se vai me sequestrar, me leva para um lugar quente, por favor.

Ambos riram. Havia algo inominável sendo compartilhado.

(Don't) remember - Hyunho (Concluída)  Onde histórias criam vida. Descubra agora